Cap 14 - Ignorada

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~ Amber ~

Eu nem vi quem apareceu do nada e falou isso. Sinceramente, fiquei tão anestesiada com a ideia de ter sido flagrada que não me atrevi a olhar, apenas fechei os olhos e respirei fundo, tentando não pensar em matar minha curiosidade. O momento estava tão bom, e eu queria que tivesse durado mais alguns minutos. Fala sério, isso não vai mesmo acontecer de novo. De fato, não podemos, e Dener sabe disso. Não sei que nuvem escura nos rodeou, mas não vai acontecer novamente, nunca mais.

  - Gente, eu sabia que vocês iam se pegar, mas uau, em. - Falou de maneira atrevida e maliciosa.

Ergui o rosto abrindo os olhos, ainda com ambas as mãos no corpo de Dener, que olhava para cima. Fiquei um tempo encarando o garoto na minha frente, com o cabelo pingando e o corpo molhado. Apenas do peito para cima estava quase seco, com pequenas gotas escorrendo. Seu rosto ainda refletia a luz da piscina, e seus olhos azuis brilhavam feito estrelas. Tive que me esforçar para não encarar, porquê é realmente uma bela vista.

  - Você é um idiota mesmo. - Dener se afastou de mim, apoiando na borda da piscina e saindo da mesma.

Fiquei ali e olhei para a pessoa, dando de cara com Andy. O mesmo estava com os braços cruzados e um sorrisinho no rosto. Revirei os olhos. Dai-me paciência. Abaixei um pouco na água, cobrindo os seios com os braços sobre. Que vergonha alheia. Tentei caçar o biquíni, mas já não está mais ao meu lado.

  - E você, Amber? Não vai dizer nada ou o Dener comeu sua língua?

Corei instantaneamente, colocando uma mão no rosto e respirando fundo. Vontade de cavar um buraco e me enfiar dentro.

  - Você é patético. - Dener falou com ar de desprezo, mas ficou nítido como ele estava nervoso.

Mordisquei o lábio, abaixando a cabeça. Ai meu Deus, essas coisas só acontecem comigo.

  - Okay, okay. Vou deixar vocês dois sozinhos. - Ergueu a mão, em sinal de defesa. - Até mais. - Deu uma piscada para o amigo, antes de nos deixar sozinhos novamente.

Então o clima pesado ficou instabilizado de vez. Ainda olhando para a água, ouvi Dener respirar fundo, como se estivesse tentando raciocinar tudo isso e mais um pouco. Eu até tentaria respirar fundo, mas prefiro acreditar que foi tudo fruto da minha cabeça. Não pode mesmo ter sido real.

A vergonha que estou sentindo é gigantesca, e o pior é que ainda estou sentindo o corpo dele no meu. Sua pele quente me desestabilizou do mundo, e agora me sinto planando por aí, sem saber aonde estou. Isso é normal? Não deveria ser. Meu corpo está arrepiado, e meus sentidos aéreos.

  - Am, me desculpa por isso... - Dener forçou a garganta. O encarei, e não aguentei, desviando depois de uns três segundos. - Então... Você... Quero dizer... Vai querer ajuda para sair daí?

Sério que ele não está vendo o meu biquíni roxo boiando por aí?

  - Para sair da piscina não, mas para outra coisa sim. - Ele franziu as sobrancelhas, sem entender.

Ergui uma sobrancelha, apontando o dedo para o tecido roxo que agora já estava na metade da piscina, indo para o outro lado. Dener arregalou os olhos, parecendo se ligar na situação. Boa, gênio.

  - A-Ah, claro...

O garoto mergulhou na água, fazendo espirrar um pouco em mim. Suspirei. O mesmo pegou o biquíni, e veio se aproximando, até me entregar.

  - Prefere que eu...? - Concordei, virando de costas.

Coloquei o tecido por cima dos meus seios, pegando meu cabelo e colocando para o lado. O garoto amarrou ambos os laços, com seus dedos arrastando de leve contra minha pele. Como se estivesse queimando, fechei os olhos. Não demorou muito e eu já estava com a parte de cima coberta. Me virei, engolindo a seco.

Meu "Babá"? (Completo)Onde histórias criam vida. Descubra agora