Cap 7 - Nova Oportunidade

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Jéssica foi embora e Lúcia subiu para tomar banho. Fiquei parada no portal de vidro que dava para o quintal. Observei as empregadas arrumarem a bagunça que o pessoal deixou, principalmente o excesso de lixo.

  - Você é uma péssima pessoa por deixar elas limparem a bagunça dos seus amigos.

Quase tomei um susto com a voz de Dener ao meu lado. Pus a mão no peito, tentando acalmar meus batimentos.

  - Da pra n chegar do meu lado dessa forma? Quase me mata! - Revirei os olhos e voltei a olhar para elas. - Na real, elas amam quando eu dou festa aqui. Ta achando que estão fazendo de graça? Sempre pago o triplo dos meus pais, e também não obrigo elas. Pergunto quem quer limpar, e quem quiser, eu só pago a mais.

Ao dizer isso, Dener não falou mais nada, e um silêncio se instalou ali. Por uns segundos eu preferi ficar calada, mas a vontade de alfineta-lo foi maior.

  - Não esperava por essa, não é, Doner? - Dei um sorriso sarcástico.

O mesmo virou pra mim com uma sobrancelha erguida.

  - Preciso dizer mais?

Mandei um beijo no ar e sai dali indo para o meu quarto. Felizmente só eu e Sebastian tínhamos vindo pra cá, ou então seria um puta problemão pra mim. Peguei meu celular que eu tinha pego escondido - já que sabia aonde era o esconderijo dos meus pais - e fui até o quarto deles. Abri o closet da minha mãe e coloquei o aparelho dentro da caixa de sapatos. Minha mãe ama essa marca com toda sua vida.

Fechei a porta ao sair e dei de cara com Lúcia indo para o meu quarto de toalha. Estava tão distraída em ter certeza que ninguém veria ela cruzar o corredor que nem me viu ali. Desci as escadas e fui até a cozinha. Peguei um remédio para dor de cabeça e tomei.

Fechei os olhos respirando fundo. Espero que essa dor passe.

  - Amber? - Ouvi a voz da minha mãe e quase cuspi toda a água de volta para o copo.

Olhei para o relógio na parede e vi que já eram oito e pouca. Estou encrencada.

  - Não está me ouvindo? - Ela apareceu na cozinha. - Vem logo, temos que falar com você. - Disse antes de virar as costas e sair.

Okay, se ela soubesse ou só suspeitasse da festa, não teria agido dessa forma, ia sair me bicando pela cozinha. Respirei fundo e fui até a sala vendo meu pai sentado no sofá, conversando com Dener. Minha mãe sentou logo do seu lado, e eu já estava com medo do rumo dessa conversa.

Fiquei um pouco mais afastada os observando.

  - Filha, temos uma boa notícia pra você.

  - Seus avós vão viajar para passar o ano novo fora, e nos pediram pra cuidar da casa. Só que eu e sua mãe não podemos por causa do trabalho. Vamos tirar folga apenas um dia antes do ano novo, e teríamos que ir pra lá em uma semana, mais ou menos. - Meu pai disse, afrouxando sua gravata. - O que acha de chamar seus amigos, e a Lúcia para cuidarem da casa?

Dei um sorriso largo, até minha mãe continuar.

  - Mas Dener vai junto. - Meu sorriso sumiu.

  - Como é? - Franzi as sobrancelhas, totalmente desacreditada.

  - Esqueceu do seu castigo? - Meu pai levantou, e remexeu seu cabelo.

Esticou a mão para minha mãe, que a segurou de bom grado. Eles sorriram e eu já sabia o que aquele sorriso significava. Era dessa forma que os bonitos começavam suas preliminares, ou melhor, essas são suas preliminares. Enquanto eu fiquei ali com cara de paisagem, esperando a hora que eles me diriam que só estavam zoando e que eu poderia levar meus amigos pra lá sem problemas.

Meu "Babá"? (Completo)Onde histórias criam vida. Descubra agora