Cap 10 - Cartela de Calmantes

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~ Dener ~

Em todos esses anos, e principalmente nos meus como adolescente, eu nunca vi uma pessoa tão insuportável, tão asquerosa e tão baixa como a Amber é. Eu não vou aguentar isso por um ano inteiro sem esganar essa garota. Já não sei mais o que fazer pra sair do caminho dela e fazer ela sair do meu. Parece que quanto mais eu troco de trilho, mais ela é uma locomotiva carente que vem atrás pedindo atenção, e fazendo meu trabalho aqui, meu único trabalho ser totalmente impossível.

Como ela descobriu a senha do meu celular? E o mais importante, por que ela se interessou por isso? Ela está indo longe de mais. Primeiro foi só uma fuga, depois uma festa enorme e agora está invadindo a minha privacidade dessa forma. Achei que depois do quase acontecimento da escada as coisas fossem ficar estranhas, e como eu queria estar certo sobre isso. Apenas coloco certeza quando digo que eu não vou mesmo ficar com ela. Isso é colocar todo o trabalho e as expectativas para eu trabalhar de forma decente no ralo. Ela está se certificando em tirar cada pedrinha de paz que eu construí, e isso já está me deixando com ódio.

Pelo visto ela não mexeu em muitas coisas, afinal deixou todas as abas abertas. Não mandou mensagem pra ninguém, não postou ou apagou nada e meu celular continua inteiro. É, foi melhor do que eu pensei, só que isso não anula o que ela fez. Olhei para o céu, e depois para o garoto ao meu lado. Estávamos sentados em cima de seu capô, em um estacionamento vazio de drive-thru.

  - Se essa pirralha já fez essas coisas, imagina o que ela pode fazer nessas duas semanas que passarmos juntos? Cara, boa sorte.

  - Não sei como vou aguentar isso sem surtar.

Suspirei, já sentindo o cansaço me atingir. Andy é meu melhor amigo desde o final do ensino fundamental, e temos uma ótima amizade desde então. Ele é simplesmente a melhor pessoa que posso contar, e vai me ajudar muito não me deixando ser o único adulto no meio de alguns adolescentes irresponsáveis. Já estou com dor de cabeça antecipadamente.

Andy riu, apoiando seu braço esticado em cima do joelho esquerdo.

  - Den, vamos precisar de sorte. A princípio é só nos divertimos, e sei que vai ser legal. Sempre fazemos as coisas juntos, deixa que essas máquinas controladas por hormônios se destruam. - Dei uma risada, afirmando.

  - Pode dar certo.

  - E vai! - Colocou sua mão no meu ombro. - Vai ser um final de ano ótimo. Vamos encher a cara, ir para o mar, e cair bêbados em qualquer canto da praia. Igual fazíamos na idade deles, lembra?

Era impossível não lembrar. Nos divertimos muito.

  - Lembro. Só preciso disso mesmo, já estou exausto. O pior de tudo é que ela descobriu a senha do meu celular. Como fez isso se muito mal sabe o meu nome? - Andy deu de ombros. - O que ela tem esperta, tem de insuportável também.

  - Relaxa, maninho. Quando você vai cuidar dela de novo?

  - Não tenho ideia. Ana me falou que qualquer coisa vai entrar em contato mais cedo. Estou pensando seriamente em quebrar meu celular pra isso não acontecer.

Andy me olhou com descrença, e negou com a cabeça.

  - Essas duas semanas vão ser interessantes...

Meu "Babá"? (Completo)Onde histórias criam vida. Descubra agora