~ Amber ~
(Se quiserem, escutem essa música quando ela for citada)Se eu deveria sair com o Dener no meio da festa de ano novo deixando meus amigo aqui e ir para sabe se lá onde? Não. Se estou indo e confiando cegamente nele? Sim. Isso vai dar ruim depois? Talvez. A questão é que sim, eu estou indo e não penso em voltar tão cedo assim. A sensação horrível no meu peito não quer parar, e me distrair pode melhorar um pouco. Ou não.
E aqui estou eu na garupa dele depois de ter repetido várias vezes que não ia fazer isso. Por que ainda tento? Não importa o que aconteça, venho para cá de um jeito ou de outro.
Dener deu partida na moto assim que pus o capacete. Sentir o vento bater contra meu corpo e me deixar com uma breve falta de ar ainda é melhor do que ver aquela cena de quebrar todos os meus sentidos. Não quero ver e nem falar com Sebastian tão cedo. Estou muito magoada para simplesmente voltar atrás com rapidez. Ele que arque com meu silêncio.
Fui observando as ruas mal iluminadas e desertas, enquanto todas as casas parecem festejar internamente. O cheiro do comida só me faz lembrar que eu nem toquei nos pratos em cima da mesa. Para ser sincera, não estou com um pingo de fome já que meu estômago continua totalmente embrulhado pela merda daquela cena.
Eu queria não precisar disso, e muito menos querer.
Apertei mais o corpo de Dener, e juro que senti ele respirar fundo. Na mesma hora, a moto começou a ficar mais rápida. Fechei os olhos não sentindo nada, apenas o perfume dele, da sua blusa nova e a brisa dessa noite. Por um segundo eu esqueci o motivo de estar aqui. Foi como se só o cheiro do Dener me deixasse anestesiada por um curto tempo. Não sei mais o que pensar.
Passamos pela rua da praia e eu senti meu cabelo balançando conforme afastei o rosto do corpo do garoto a minha frente. As águas escuras, apenas iluminadas pela luz do luar. Vou sentir falta dessa vista e desse lugar.
Dener começou a desacelerar e se aproximou das vagas, sendo a moto dele a única a ocupar uma delas.
Estamos na praia.
Saí da moto tirando o capacete. Soltei o cabelo também já imaginando que prender e colocar o capacete por cima não foi uma boa ideia.
- Vamos? - Ele parou ao meu lado, pondo as duas mãos no bolso.
Concordei com a cabeça e fomos andando lado a lado até lá. Retirei as botas quando estávamos perto do mar e me permiti sentir a frieza em meus pés. Apesar de me dar pequenos arrepios, ainda é uma ótima sensação.
Dener sentou sem nem se importar com sua roupa nova ou algo assim. Ele apenas ficou olhando para o horizonte enquanto o vento faz seu cabelo ir para trás. Fiz a mesma coisa que ele, lhe observando tirar seu tênis.
- Por que viemos aqui? - Perguntei.
- Achei que ia ser legal te tirar de casa por um tempinho. Vi como você ficou quando... - O garoto pigarreou. - Enfim... Não gosta daqui? - Seus olhos azuis me encararam.
Não aguentei e acabei desviando. Não quero que ele me decifre e veja como estou extremamente mal com essa situação toda. Tive que respirar fundo antes de abrir a boca novamente, com medo das lágrimas serem mais rápidas do que eu.
- Gosto. - Falei por fim.
Ficamos quietos por um bom tempo.
- Não vai dar um de maluco e se jogar no mar de novo não, né? - Perguntei escondendo um sorriso.
- Só se você me desafiar. - Deu de ombros e me encarou. Demos uma breve risada. - Fiquei muito ferrado depois da última vez e a culpa foi toda sua.
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Meu "Babá"? (Completo)
De Todo(#1 em Diverso 13/07/2020) (Você gosta de romance? Bastante drama? Uma boa quantidade de hot e muita tensão sexual? Pois veio no livro certo) ATENÇÃO: Esse livro contêm gatilho de depressão, dependência emocional, traição, briga paternal e "relacio...