Cap 5 - Circo Pegando Fogo

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Passei a tarde de sábado todo no quarto, sem nada pra fazer. Meus pais no trabalho, eu sem celular, a faxineira fazendo as coisas e eu aqui, encarando o tédio maldito que não me deixava em paz. Já devia ser umas quatro da tarde e eu queria me jogar da minha janela.

Por sorte, minha mãe não viu as roupas de cama que deixei lá em baixo ontem quando fugi. Me deu tempo pra na madrugada ir lá buscar e agir como se nada tivesse acontecido.

(....)

- Amber?

Coloquei o travesseiro no rosto tentando voltar a dormir. Meu quarto estava todo gelado pelo ar condicionado, a cama e a coberta tão macios, e eu não tinha a menor noção da hora.

Estava começando a pegar no sono novamente, quando voltaram a bater na maldita porta. Cravei as unhas na cama de frustração. Era pedir tanto assim pra dormir até tarde sem ser incomodada à cada vinte minutos?

Levantei respirando fundo e me sentei na ponta da cama. Esfreguei os olhos conforme bocejava. Prendi o cabelo em um coque de qualquer jeito e ajeitei meu pijama. Fui até a porta e abri a mesma dando de cara com a empregada.

- Seus pais estão te chamando lá em baixo. - Assenti.

Desci as escadas devagar e já dava para ouvir eles conversando na cozinha. Passei pela sala meio zonza pelo sono e dei de cara com eles tomando café com roupa de sair.

Me sentei na cadeira da ponta e os observei.

- Vamos na casa da sua tia, ela quer fazer um almoço e nos convidou. Sua prima quer vir pra cá. - Meu pai disse e deu uma pausa para beber um pouco de seu café. - Prefere ir com a gente, ou ficar aqui com ela e o Dener?

Revirei os olhos só de ouvir o nome dele.

- Ficar aqui. - Disse por fim.

Eles preferiram não dizer nada, e por dentro eu estava tinindo de felicidade.

(....)

Pus uma blusa de alça e um biquíni por baixo. Um short laguinho e fiz uma trança no cabelo. Me olhei no espelho uma última vez e desci descalça.

Minha prima estava no computador dos meus pais, no quarto dos mesmos resolvendo o problema que seria aquelas câmeras. O peixe estava na sala, fazendo sabe se lá o que, mas conforme eu descia as escadas, pude o ouvir na ligação.

- Eu sei disso... Não, não é como se minha mãe pudesse simplesmente pedir a guarda deles de volta... É, eu também sinto falta, Milla... - Milla? Será a ruiva de ontem? - É um processo complicado. - Ele suspirou. - Leva tempo, e é tudo que ela não tem, você sabe...

Forcei a garganta para mostrar que a conversa não era mais particular. Quando Dener se virou pra me ver, dei um sorriso malicioso, e o dele sumiu.

- Te ligo mais tarde, Milla... Eu também. - Tirou o celular do ouvido e colocou no bolso. Voltou a me encarar.

- Quem é Milla? Sua namorada? - Me apoiei no corrimão sem tirar o sorriso do rosto. - Que fofo.

Dener suspirou e ergueu uma sobrancelha pra mim.

- O que você quer?

Desci as escadas e parei de frente pra ele na sala. Tentei fazer a cara mais tranquila possível. Obviamente não foi fácil porque eu ainda não tinha engolido essa história de me dedurar, só que a festa de hoje dependia e muito disso.

- Eu já tinha me arrumando pra ir na piscina, mas ai meu gel antialérgico acabou. Queria te pedir p...

- Não vou te deixar sair de casa novamente, Amber. - Ele me cortou. Cruzei os braços com indignação. - Já aprontou muito, não acha?

Meu "Babá"? (Completo)Onde histórias criam vida. Descubra agora