Cap 53 - Lembranças Amaldiçoadas

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~ Dener ~
(Duas semanas e meia antes)

Depois de uns cinco dias, após saber que sim, eu fui demitido, foi impossível ficar com os gêmeos em casa. Meu coração se quebrou ao ver os dois cabisbaixos arrumando as malas no quarto da minha mãe, onde dormiram no colchão no chão nesse tempo, ao contrário da própria casa onde cada um tem uma cama. Para ser sincero, sei que eles viveriam no colchão pelo resto da vida ao invés de voltarem para o pai. Minha mãe não me culpou mais pela demissão, e eu estou prestes a imprimir currículos para distribuir por aí. Precisamos nos estabilizar urgentemente, principalmente agora que esses dois pestinhas vão deixar um ar de saudades mais forte do que nunca.

Depois que eu soube da demissão, pensei em ir na casa dos Hurley's para apenas saber sobre a Amber, só que, o que eu diria? Os pais dela devem me odiar agora. Não os julgo, eu também me odiaria se estivesse na pele de ambos. Rita está nesse tempo sem fazer nenhuma pergunta se quer. Ela sabe o que fizemos, mas prefere ficar na sua e observar de longe. Sabe perfeitamente que quando eu quiser um conselho com certeza vou atrás sem mais e nem menos, o problema é que estou tão perdido que nem sei que tipo de conselho pedir. Ir atrás da Amber agra está completamente fora de questão, só que, eu nunca quis tanto ver como ela está.

As coisas devem estar fora de controle, como nunca estiveram antes. Estou preocupado.

  - Ei, bonitão. Da uma ajudinha aqui que ta pesando! - A voz de Hannah me fez piscar repetidas vezes.

Olhei na direção da escada, vendo ela arrastar a própria a mala para a mesma. Levantei do sofá e subi, pegando de sua mão e erguendo uma sobrancelha na direção da mesma.

  - Nem olhe pra mim, nunca te falei que era o Hulk - Ergueu as mãos em redenção e me contornou, descendo na minha frente.

Revirei os olhos e deixei a bagagem ao lado da porta. Minha irmã se jogou no sofá com as pernas para o alto, encarando as unhas da mão sem dizer nada. Sei que ela está fazendo suas piadinhas e seu jeito sarcástico está em dia, mas da para notar que a última coisa que esse pentelho de gente quer fazer, é sair desse teto e ir embora de volta para a casa de seu pai. Lhe entendo completamente, eu também não ia querer nenhum pouco. A vida deles lá é um inferno desde que aquele cara arrumou uma mulher com filho.

Não demorou muito e ouvimos um estrondo vindo da escada. Encarei a mesma com as sobrancelhas franzidas, surpreso - porém nem tanto - quando uma mala saiu rolando do segundo andar até o primeiro.

  - Ele é um gênio - A garota revirou os olhos, já sabendo quem foi o responsável por isso.

  - Droga... - Harry desceu correndo atrás de sua bagagem.

Dei um sorriso de lado e me aproximei, erguendo a mesma com uma mão. O garoto coçou a nuca, visivelmente constrangido. Neguei com a cabeça rindo conforme coloquei a sua mala junto da de sua irmã.

  - Pelo menos ela caiu fechada - Ele pressionou os lábios.

  - Sim, pontos pra você, irmãozinho. - Baguncei o cabelo do mesmo que fez uma cara de tédio. - Pronto, agora que já arrumaram as coisas, temos que ir antes que fique muito tarde.

Encarei o meu celular, vendo que são cinco horas da tarde. Daqui pra lá é um bom caminho, então não podemos poupar esforços. Espero que eu não encontre nenhuma viatura, já que não tenho carteira de motorista e minha mãe foi para o trabalho de ônibus para que eu não levasse os gêmeos na moto. Bom, se o carro dela for rebocado já sabemos de quem é a culpa.

Meu "Babá"? (Completo)Onde histórias criam vida. Descubra agora