Forever Alone | PJM

⁰⁵ dores

Quando chegamos na sala, sentamos em nossos lugares e seguimos com a aula.

Foi tudo tranquilo, as piadas de Yoongi alegraram bastante meu dia. Esquecemos da existência de Hana e ela não se importou.

A aura que Min Yoongi transmite é mágica. Ele tinha um jeitinho de usar as palavras que me cativou desde quando o conheci.

E assim, conheci mais sobre ele, coisas como suas coisas favoritas á coisas que não gostamos.

Ao fim da aula me senti mal, uma dor no estômago um tanto quanto anormal.

Era horrível, foi como se estivessem apertando minha barriga ou pisando por cima dela. Minha barriga ardia, minha boca estava seca e minha garganta formigava cada vez mais.

Não era uma dor comum, como uma simples dor de barriga, eu me segurava para não fazer caretas. Aquilo só piorava.

Quando o sinal de fim de aulas tocou, eu saí da sala sem me despedir de ninguém, muito menos de Yoongi. Mas minha corrida só aumentava a dor.

Eu só queria chegar em casa logo, enquanto corria desesperado pelos corredores.

As pessoas que guardavam coisas em seus armários me olhavam, mas eu não ligava.

Nada poderia me parar, e com esse pensamento eu trombei com uma outra pessoa, fazendo ambos os corpos quase caírem e a outra pessoa derrubar alguns papéis.

A culpa era minha com toda certeza, mas eu não queria pensar nisso agora.

— Não olha por onde anda? — A voz grossa perguntou, com raiva.

— Me desculpa.— Eu pedi de cabeça baixa e me curvei mínima-mente por causa da dor.

Já querendo sair dali me prontifiquei em erguer o corpo para correr, mas a outra pessoa foi mais rápida em me puxar, me jogando em um dos armários.

— Aonde pensa que vai?— Ele perguntou e só assim pude ver seu rosto. — Você vai catar isso! — Ele gritou, atraíndo olhares de todas as pessoas presentes.

E a dor só ficou mais forte, aquilo havia piorado mil vezes as intensas dores e coisas estranhas.

— Me deixa ir. — Pedi mas ao contrário dele, minha voz estava baixa, a dor e o formigamento em minha garganta não me davam forças para gritar. — Por favor...

— Você não pode ir embora assim. — Ele riu sem humor. — Quer saber? — Ele ficou sério. — Não precisa pegar os papéis. — Suspirei aliviado, mas não totalmente. — A surra que eu vou te dar, vai compensar isso.

Choraminguei mais de dor, do que de medo. Tudo bem tomar uma surra -ou talvez não- mas agora não era esse momento.

— Me deixar ir embora, por favor. — Pedi mais uma vez e seus olhos se encheram de raiva.

Ele me prensou contra os armários com toda sua força e eu fiquei aterrorizado.

— Largue ele! — uma voz familiar gritou.

Quando notei a pessoa vi que se tratava de Min Yoongi. Ele estava ali e se não fosse ele, mais ninguém estaria.

— Eu vou ter que esmurrar sua cara também? — O garoto alto que me prensava com suas mãos grandes perguntou.

Ele me encarou por breves segundos antes de quase partir pra cima de mim.

— Não vai esmurrar a cara de ninguém. — Outra voz surgiu, e quando olhei o dono dela me assustei.

Ele parecia ser bem mais forte que o cara que me batia.

Ele ficou chocado por apenas alguns segundos e me soltou, quase me fazendo cair no chão.

— O que está fazendo aqui?— O "agressor" perguntou com cinismo.— Jeon Jungkook.

Jeon Jungkook?

— O que você, está fazendo aqui? — O "salvador" perguntou no mesmo cinismo. — Kim Taehyung.

Kim Taehyung?

Então quer dizer que esse tal Kim Taehyung, que esbarrou em mim e estava prestes a me bater, conhece Jeon Jungkook, o cara que me livrou de uma surra?

Eles se encaram por mais segundos e eu podia explodir, a minha barriga ardia ainda mais e minha garganta formigava intensamente.

Quando eles ameaçaram, começar a brigar entrei no meio deles e estiquei os braços, como um meio de distância.

Não queria causar uma briga, muito menos problemas.

— Parem. — pedi fechando os olhos brevemente, tentando conter a dor. — Parem com isso.

— Jimin, por que você está pálido e suando desse jeito? — Yoongi perguntou se aproximando com o cenho franzido.

— Parem...— Falei novamente sem perceber, ignorando a pergunta de Yoongi.

E foi aí que eu senti uma pontada, como a ponta de uma lâmina em meu estômago. A dor foi tão forte que eu não aguentei nem mais meio segundo e desmaiei.

Desmaiei alí mesmo, na frente de todos.