Encarava Taehyung, que ainda tinha os olhos preocupados e de certa forma raivosos.
Como ele conhecia Dae-ho, Meu padrasto?
Por que ele não me responde?
— Taehyung, como você o conhece?—perguntei novamente com os olhos arregalados.— Como conhece meu padrasto?— ele parecia paralisado, só me encarava.— Você sabia que ele me batia?— nada de resposta.— Taehyung me responde!
— Ele machucou muito você, não é? — ele me olhou novamente.— Aquelas...Aquelas marcas no seu corpo.— ele pousou a mão em meu ombro.— Jimin, você tem que ir embora.— ele disse parecendo desesperado.— Tem que sair daquela casa.
— O quê? — fiquei ainda mais intrigado.
— Você tem que sair de lá, aquele homem não é uma pessoa normal.— ele disse segurando em um de meus braços.
A verdade, é que isso virou uma confusão. Não sei como isso virou uma bola de neve.
Aonde os problemas só se acumulam e eu não entendo nada, prazer minha vida.
— Taehyung, nós vamos sentar e conversar, okay?— o puxei pelo braço — Esse é o único jeito de eu entender a situação.
— Não temos tempo pra isso, Jimin você tem que fugir.— ele insistiu enquanto caminhavamos até a mesa.
Nos sentamos novamente, mas ele se sentou ao meu lado, não mais a minha frente.
— Você tem que ir embora...— ele sussurou.
— Você tem que me explicar o que está acontecendo.— sussurei de volta e só assim percebi o café expresso que havíamos pedido, ali em cima. — Me conta tudo, eu preciso saber.
— Dae-ho é uma pessoa horrível...— Taehyung disse se virando para me encarar.
— Isso eu sei, mas... — me aproximei de Taehyung.— Mas como você sabe disso?
— Sabe essas suas marcas?— ele perguntou e afirmei. — Então, eu também tenho algumas parecidas.
Taehyung também sofreu nas mãos de Dae-ho?
Como e por que ?
Eu estava confuso, enquanto um milhão de pensamentos e teorias rondavam minha mente.
— Ele já me machucou muito Jimin e eu sei como é ruim.— ele parou de me encarar e se virou colocando sua cabeça em meu ombro.— Todas as noites eram uma tormenta, ele brigava comigo por tudo. Sempre me batia, quando brigava com alguém no trabalho ou até mesmo quando seu time perdia um jogo.— percebi que Taehyung fungava, e que minha roupa estava molhada.
Taehyung estava chorando.
Parecia que ele havia segurando aquilo a muito tempo, seus soluços não eram tão altos, mas dava pra sentir sua dor a mesma que a minha. Taehyung me entendia e eu o entendia.
Eu sabia que aquela dor não iria se amenizar tão fácil, então a única coisa que fiz, foi envolver meu braços ao tronco dele. Não ia curar seus machucados, mas eu queria mostrar que estava ali e que sabia o que ele sentiu e sente.
Sabíamos o que era apanhar sem motivo ou explicação.
— Eu era punido por tudo.— ele enxugou as próprias lágrimas.— Por isso não quero que você, uma pessoa tão especial, sofra nas mãos dele como eu. — ele tirou a cabeça do meu ombro e me encarou. — Ele não pode te machucar mais.
— Eu sei que, você não quer que ele me machuque, mas Tae, não é tão fácil sair da minha própria casa e deixar minha mãe sozinha. — olhei para Taehyung e apertei mais ainda meus braços em seu tronco.— É muito difícil passar por isso, e mesmo com a minha mãe sendo um pouco chata, eu ainda a amo. Não posso abandona-la.
— Não, você não pode aceitar isso Jimin.— ele disse com a voz um pouco mais rouca que o normal.
E foi pensando no que Taehyung falou que percebi que ele tinha um laço com ele. Precisava saber de onde eles se conheciam.
— De onde você conhece Dae-ho?— perguntei me soltando de Taehyung e o encarando.
— Dae-ho é meu...Pai— ele suspirou.
— Como assim seu pai?— arregalei os olhos.
— Sim, ele é meu pai.— ele afirmou e até tomou um pouco do seu café.— Ele se casou com minha mãe e teve três filhos. — ele me olhou. — O primogênito Taehyung, a do meio Sun-na e a mais nova Lin-na. — ele riu sem humor.— Eu apanhava no lugar delas. Não queria que elas apanhassem sem motivo, ou até não aguentarem mais.
Yoongi tinha me falando que ele tem irmãs e que ele se atrasava por ter que levá-las até a escola. Então isso realmente se encaixa a história recente.
— E a sua... mãe?— Perguntei, com medo da resposta.
— Minha mãe se foi.— Taehyung disse cabisbaixo.— Dae-ho, a deixou mal. Ela acabou entrando em uma doença e não aguentou até o final.— ele suspirou. — Ele largou minhas irmãs e eu na nossa casa, assim que minha mãe morreu ele se foi.— Ele deu de ombros.— Foi ótimo, mas por outro lado, não tínhamos nem o que comer. Mas como eu era maior de idade a minha parte na herança da minha mãe veio a calhar.— ele disse e tomou mais do seu café.— Moramos sozinhos agora. E eu sempre tenho que cuidar delas, minhas irmãs.
Não sei se aguentaria nem a metade do que Taehyung aguentou. Tudo deve ter sido horrível.
— Agora tudo faz sentido Taehyung.— balancei a cabeça. — Dae-ho é realmente um monstro.
— É por isso que você tem que sair de lá. Esqueça sua mãe por um tempo.— ele disse se virando para mim.— Quando descobri que ele era seu padastro, te chamei pra conversar, mas não conseguia nem dormir pensando no que ele poderia fazer com você.— ele fechou os olhos brevemente e os abriu.— E foi nessa noite mal dormida, que encontrei a nossa única saída.
— Qual? — perguntei com os olhos arregalados.
— Jimin, quer morar comigo e com as minhas duas irmãs insuportáveis?
VOCÊ ESTÁ LENDO
Forever Alone | PJM
FanfictionOnde Jimin conta sobre suas decepções ou, Onde Jimin encontra alguém que o tira da solidão. Não se assuste isso não é uma história triste.