Saibam que Tempurá é como se chama os empanados japoneses feitos com farinha de pão.
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Hinata abriu a porta do apartamento bem mais cedo do que ele pretendia. Bem mais cedo do que Oikawa esperava que ele chegasse também. Não foi surpresa nenhuma quando encontrou o colega de apartamento amontoado no sofá com uma garota loira em meio a várias latas de cerveja, uma caixa de pizza e o ar enevoado pelo bong que eles estavam compartilhando.
O apartamento não tinha qualquer divisória, então Shouyou simplesmente cruzou pela bagunça da sala e caiu de cara na cama de casal que ele e Oikawa dividiam.
- Okaaaaaaay?! Parece que temos uma emergência. - Tooru disse se levantando. - Hora de partir, docinho.
- Mas está cedo ainda! - a garota choramingou. - Posso te ligar amanhã?
- O país é livre, você pode fazer o que quiser. Também sou livre pra decidir não atender. - Oikawa já segurava a porta aberta pra ela sair.
- Ah, vai se foder. - ela disse pegando a bolsa e saindo irritada.
- O prazer foi todo meu.
Oikawa fechou a porta com uma batida, pegou duas novas latinhas de cerveja e foi até a cama onde Hinata seguia na mesma posição de derrota.
- Aqui, Shou. - Ele disse entregando a lata e se deitando de lado na cama, apoiando a cabeça o suficiente para que conseguisse beber. - Qual foi a tragédia da noite? Velho tarado?
Hinata suspirou alto pegando a lata. Arremessou longe os sapatos e a jaqueta, antes de deitar de volta, agora com a cabeça apoiada na cabeceira.
- Acredita que o cara de hoje era o marido do cara de ontem?
Oikawa quase cuspiu a cerveja.
- Hahaha, brilhante! - ele disse gargalhando - O povo não conhece mais limites mesmo. Vai ter que trocar seu número de celular de novo?
- Acho que não... Eles não parecem ser desse tipo. Quer dizer, como eu vou saber também, né?
- O que aconteceu com as senhoras ricas que nos davam dinheiro fácil?
- É o que eu queria saber. Eu tenho mais o quê? Um mês até os treinos voltarem?
- Três semanas, hoje já é sexta. - Oikawa disse corrigindo e bebendo mais cerveja.
- Se continuar assim, eu vou ter que pegar algum turno noturno em loja de conveniência para pagar o aluguel.
- Da última vez que você foi pro treino sem dormir te mandaram de volta pra casa.
- Ou isso, ou eu mato todas as aulas pra trabalhar de dia, aí repito o semestre por falta e perco a bolsa. - Hinata disse bebendo mais. - Eu não queria ter que pedir dinheiro pra minha mãe, de novo. Aliás, e você, Tooru? Já achou um trabalho?
Hinata perguntou desconfiado.
- Nesse momento estou na mesma situação que você, apenas alguns estágios do luto mais pra frente. Já chorei, já senti raiva, agora estou na aceitação da derrota. Não entendo porque ninguém quer confiar sua saúde mental a um psicólogo ainda não formado. - Oikawa disse ironicamente - Eu sou muito bom no meu trabalho, veja só: Quer que eu te abrace enquanto você chora?
- Depende. Sobrou pizza?
- Não.
- Então sim.
Hinata largou a lata na mesinha de cabeceira e se deixou abraçar e embolar num emaranhado de pernas e braços com Oikawa. Ele e Tooru eram amigos desde o ensino médio, e se tornaram inseparáveis desde que passaram a frequentar a mesma universidade.
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Eu Tu Ele [AtsuKageHina]
Hayran KurguMesmo com um casamento feliz, empregos estáveis, família e amigos queridos, Atsumu e Kageyama perceberam suas vidas estagnadas, sem o brilho de antigamente. Acordar, trabalhar, relaxar, repetir. Será que a vida era opaca assim mesmo? Ou será que tal...