CAPÍTULO EXTRA: Réu Primário (DaiSuga)

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OLAR todes! Acho que esse extra era um que eu mais queria escrever. Graças a encomenda da queria Jess cá ele está aqui para todos. Obrigada por encomendar =D

ATENÇÃO: Contém uma situação de maus tratos envolvendo mãe/criança pequena. Tudo fica bem no fim.  

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 Quem imaginava o trabalho da polícia como algo emocionante como se via nos seriados de televisão, estava bastante enganado. Depois de terminar a faculdade de direito, passar numa prova estupidamente concorrida, sobreviver à academia de polícia que era desnecessariamente cruel, Sawamura Daichi conquistou o título de Detetive I.

O que basicamente significava que agora ele tinha uma mesa e uma cadeira em uma das 15 delegacias de polícia da cidade, a qual ele ainda tinha que dividir com um outro detetive no turno inverso ao dele. Ele também tinha uma pilha enorme de papéis para processar que parecia que não importava o quanto ele a diminuísse, no dia seguinte sempre tinha mais.

De que adiantava ele conseguir fazer 30 flexões em 1 minuto se ficava sentado numa cadeira velha quase 12 horas por dia?

- Sawamura!

Daichi ergueu a cabeça sem muita pressa. A voz era do Sargento Tanaka, e certamente ele queria falar alguma besteira ou lhe entregar mais trabalho. Não importava muito a opção que seria, ele não estava empolgado.

- Quer fazer algo divertido?

Daichi ergueu uma sobrancelha, já temendo pelo seu futuro.

- Não me olha desse jeito! Hoje é seu grande dia!! Você quer ser o policial bom ou o mau?

O mundo só podia estar fazendo uma grande piada com a vida de Daichi. Normalmente as pessoas detidas eram interrogadas pelo sargento ou pelos detetives mais experientes. E sim, cedo ou tarde Daichi seria incluído nesse processo, mas ele não esperava que fosse ter sua primeira experiência já naquele dia, muito menos daquela maneira. E ter Tanaka como seu mentor não era exatamente o que ele almejava, mas que escolha teria?

O caso parecia relativamente simples, como Daichi esperava do seu primeiro interrogatório. Sequestro premeditado de menor, prisão em flagrante, réu primário, sem agravantes. Para processá-lo nem precisaria de uma confissão, o flagrante já era suficiente. Ele deveria ser interrogado para registro do depoimento, e estando tudo certo ele responderia ao processo em liberdade até um juiz determinar a sentença.

Técnicas de interrogatório, existiam várias. Daichi as estudou, fez provas teóricas e práticas. A ideia de bancar um policial bom e um mau era algo tão básico que já tinha virado piada em filmes e séries.

Sargento Tanaka insistiu que ele seria o policial bom, então Daichi deveria ser o mau e talvez ele estivesse mais nervoso por conta daquela estratégia ridícula do que por qualquer outra coisa. Tanaka abriu a porta primeiro, cumprimentando animadamente o detento e Daichi entrou logo em seguida.

Segundo a brilhante estratégia, Daichi devia ficar de pé, de braços cruzados de maneira intimidadora enquanto Tanaka seria simpático. Mas ao entrar e cruzar os braços, Daichi não conseguiu de maneira alguma manter qualquer postura sisuda.

Com as mãos algemadas ao elo metálico no centro da mesa, estava com absoluta e imediata certeza o homem mais lindo do mundo. Sem qualquer exagero. Daichi não era do tipo que chegaria a tal conclusão de maneira vã, o sujeito era tão bonito que o constrangia. Qualquer idol das boy bands do momento choraria num cantinho se comparado a ele, mesmo claramente cansado e triste.

Ele tinha cabelos loiros acinzentados, a pele lisa e perfeita, queixo pontudo no fim de um maxilar marcado, cílios longos e curvados, e uma delicada pinta no cantinho do olho que parecia coroar todo o conjunto. Toda a resolução que ele tinha de manter qualquer postura foi por água abaixo.

Eu Tu Ele [AtsuKageHina]Onde histórias criam vida. Descubra agora