Alessandra - Capítulo 5

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Verão de 2015.

– Não, por favor! NÃO! – Acordo gritando mais uma vez. Mais uma noite que durmo pouco e muito mal.

Faz alguns meses desde que este pesadelo começou, todo dia é a mesma coisa, todo o dia eu sonho que estou sendo levada dos braços de minha família e que os deixo chorando na varanda de casa. Confesso que tenho medo, pois dizem que quando se sonho muito com algo é presságio de que aquilo pode acontecer e felizmente ou infelizmente quando eu sonho pode ter certeza de que isso acontece.

Os povos antigos acreditavam que os sonhos eram mensagens do além, que somente pessoas especiais como os sacerdotes e os profetas poderiam interpretá-los. Em nossa era os sonhos e seus significados perderam seu valor, digamos que o secreto e até mesmo divino que estão embutidos nos sonhos passaram a ser vistos apenas como uma questão banal e fisiológica do corpo e não mais um sinal. Eu não penso assim, eu acredito que os sonhos pode estar nos mostrando algo em nosso futuro ou que isso é um sinal para que possamos mudar em algo e pedir a Deus que mude a sentença daquilo a qual sonhamos. Se for algo bom ótimo agora se não for...

Desde o dia em que fomos acolhidos por minha avó, meu pai, tem se mostrado ainda mais bêbado. Mamãe continua a trabalhar com seus doces e salgados nas horas vagas. Para ajudar mais nas despesas da casa ela começou a trabalhar em uma cooperativa aqui da região de Carmo do Rio Claro cidade onde há quinze anos somos moradores. Viemos para cá por obrigação, por falta de opção, hoje não vejo assim, as circunstâncias que nos dominaram há anos foram adversas quando viemos parar nesta cidade, mas hoje para mim Carmo do Rio Claro é meu lar, o meu lugar de refúgio, meu esconderijo, proteção, minha moradia.

Confesso que no começo eu me sentia ansiosa logo após vir para cá, pois era tudo novo e, ao final de tudo me senti frustrada e triste, pois nós sabíamos que por culpa e irresponsabilidade de meu pai, havíamos perdido nossa casa, meus amigos de infância, meus colegas de escola. Para mim eu havia perdido a oportunidade de crescer. Na cabeça e visão de uma adolescente de doze anos sair de onde sempre morou e, consequentemente perder tudo o que sempre achou que seria para sempre é algo assustador. O novo sempre nos amedronta, ainda mais nas circunstâncias em que tudo aconteceu.

Olhando para trás e, parando para pensar lembrando das dificuldades que enfrentamos e tudo o que passamos até chegarmos aqui, vejo que apesar dos pesares, tudo valeu a pena, e muito.

Ao sul do Estado de Minas Gerais se encontra minha cidade Carmo do Rio Claro uma cidadezinha com mais de vinte mil habitantes. Estamos em pleno verão nas montanhas mineiras e, nesta época do ano, a estação é abafada e de céu quase encoberto. Na estação seca minha cidade é de céu quase sem nuvens, mas no geral durante o ano inteiro, o clima é morno. Ao longo do ano, a temperatura varia de onze a vinte e nove graus e raramente é inferior a oito graus e bem acima de trinta e três graus Celsius. Posso dizer então que minha pequena cidade é quente, muito quente!

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