Alessandra - Capítulo 13.

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Quinze dias estipulados e, só me restam quatro dias

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Quinze dias estipulados e, só me restam quatro dias.

Foram gastos dez e, só me restam quatro.

O prazo está se esgotando e faltam quatro dias.

Apenas...quatro dias!

Tenho visto os dias, as horas, os minutos e os segundos passar, findando de uma forma que me deixa desesperada e ainda mais preocupada. Vejo o tempo escorrer diante de meus olhos como a areia de uma ampulheta, como se o tempo não valesse nada.

Uma ampulheta.

Na Etimologia da palavra, o um termo ampulheta se originou a partir do espanhol ampolleta, que significa "relógio de areia". Entretanto, a raiz, a origem etimológica seria do latim ampulla, que quer dizer "redoma" ou "frasco". O tempo que é contado em uma ampulheta é apontado com base na totalidade de areia que cai de um compartimento para outro, ambos tem a mesma proporção e tamanho no aparelho. Então, o tempo para a areia passar de um lado para o outro seria sempre o mesmo.

Cada grão derramado me aproxima rapidamente de um provável final ruim, um final arrasador que pode não trazer a morte, mas trará a destruição e dor. Não vejo como esta história ter um final feliz, onde todos vivem felizes para sempre. Sei que isso não acontecerá, não para mim.

Tem horas que sinto que nasci para sofrer e preciso procurar uma razão, um motivo, preciso entender o porquê de todos os acontecimentos que me ocorreram. A única coisa que eu não queria, era ver os meus pais e minha avó sofrendo por eu não ter conseguido resolver este problema ou tê-los apontando para mim dizendo que fui uma inútil e não consegui anular esta dívida. Sei que ela não é minha, não fui eu quem adquiri, mas foi colocado em minhas mãos este problema e eu preciso encontrar um jeito, uma maneira de resolve-lo sem ver alguém ferido, machucado e magoado.

Depois que aquele homem me ameaçou, não tenho conseguido dormir direito tentando achar um jeito de adquirir o dinheiro. Conversei com dona Guiomar e ela transferiu uma quantia de cento e vinte e três mil reais para a minha conta. Ela conversou com dona Dalva que também me ajudou com mais cem mil, tenho um pouco guardado em uma conta poupança que chega a trinta mil reais. Esse dinheiro eu comecei a poupar quando soube de minha gravidez. Como Marcos e eu morávamos de aluguel, me propus a guardar meu salário, queria construir uma casa com um quarto bem bonita para Heloah, então todo o mês eu pegava o meu salário da empresa e guardava. Mesmo depois de perder minha filha e me separar de Marcos, eu continuei poupando, mas agora tinha um outro propósito.

No total são duzentos cinquenta e três mil reais, apenas vinte e cinco vírgula três por cento do valor total que eu devo. Ainda preciso de setecentos e quarenta e sete mil reais para ficar zerada desta dívida. A única forma que vejo de ficar livre disso tudo é ir embora. Pegar todo mundo e ir para o outro lado do mundo, mas eu sei que para onde formos, nosso currículo estará ali, a mostra para qualquer um ver, ler e tirar suas conclusões, sendo elas erradas ou não.

Não me veja.Onde histórias criam vida. Descubra agora