Teóphilo/ Alessandra - Capítulo 58

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Teóphilo

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Teóphilo.

Percorremos vários quilômetros de estrada. São no total setenta quilômetros, totalizando uma hora e vinte minutos de total e completa ansiedade. Por sorte e pelo horário avançado, a rodovia está quase vazia. Poucos carros circulam pela BR e isso facilita demais nossa locomoção.

Olho para o relógio e já passa de uma hora da manhã.

Jogo meu braço para o lado de meu corpo e pego o celular. Começo a fazer algumas pesquisas e me lembro de verificar uma informação.

– Já sabemos em qual cemitério a mãe de Bernardo foi enterrada? Bueno tem um cemitério e uma funerária, mas tem alguns cemitérios próximos na cidade de Ouro Fino. Pode ser que ela tenha sido enterrada em um desses locais fora de Bueno. – Digo pesquisando sobre o assunto na internet. – Como é o nome dela mesmo? – Pergunto tirando os olhos do aparelho.

– Só um momento, eu esqueci o nome dela. – Paulo folhear o dossiê sobre a vida de Bernardo. – Ah, sim Betina Josefa de Oliveira, tinha sessenta e quatro anos quando veio a óbito. O diagnóstico de câncer veio um ano antes de falecer. Peguei o relatório médico dela junto com o dossiê de Bernardo. – Paulo folheia a pasta. – Ah, sim! Ela teve metástase, ela começou sentindo dores nas costas depois de uma queda em sua casa. Foi através de um exame de raio-x que foi identificado o problema. – Ele lê de forma rápida pulando informações. – Ela fez uma cirurgia de emergência, mas não resistiu por estar bem debilitada. Ela está enterrada no cemitério Municipal de Bueno Brandão. – Ele suspira. – Nossa que dó cara! Uma pessoa com uma doença dessa, se submeter a uma cirurgia, #é pedir para morrer. – Ele meneia a cabeça e fecha a pasta.

– A morte é algo bem complicado, ainda mais de alguém tão próximo a nós. Só quem passou sabe o quanto isso nos machuca. Passam os dias, meses e anos, mas a cicatriz fica ali para nos lembrar sempre do acontecido. – Ele anui.

– Com certeza. Apesar de amenizar a dor com o passar dos anos, ela continua lá nos afligindo, mesmo que não diariamente. – Suspira de forma ruidosa. – Algumas vezes todos nós entramos em situações que fogem de nosso controle, coisas ruins acontecem, mas não devemos nos culpar, nada do que aconteceu é nossa culpa Teóphilo. Tá legal? Eu prometo que você verá sua esposa novamente. – Anui.

– Paulo, obrigado cara! Você e a Bárbara tem feito muito por mim e não sei se um dia vou conseguir retribuir. Obrigado. – Ele toca meu ombro e sorri em conformidade.

– Nós vamos lutar com todas nossas armas meu amigo, você é um lutador, é um vencedor e nós vamos vencer essa guerra. – Suspiro e limpo meu rosto com as mãos. – Conosco temos uma comitiva de carros da polícia, se Bernardo tentar fugir ele não sairá do lugar, pois estará cercado. – Anui.

Conforme nos aproximamos da cidade, minha ansiedade fica ainda maior, então me concentro em minha respiração e vou fazendo os exercícios para que o pânico não me tome. Vou convergindo meus sentimentos ruins em lembranças boas com meus pais, com Maxwell, com meus tios e com Alessandra. Fico concentrado nisso até ouvir meu celular tocar.

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