O reencontro

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Sinto uma mão robusta, porém macia acariciando meu braço, resmungo sorrindo, imaginando a mão do meu noivo.

- Que horas são...?

- Ham, são 6 horas.

Essa voz não é a de Gale. Acordo rápido, sobressalta, vendo o mesmo homem da noite passada.

- Ah é você - me sinto aliviada.

- Claro que sou eu - sorri - disse que traria você ao distrito 12.

Olho envolta. Estamos parados na praça, perto do edifício da justiça.

- Palavra cumprida.

- Eu disse, não disse?

- Certamente - abro a porta e saio do carro.

- Onde fica sua casa? Eu deixo você la.

- É bem perto daqui, quero dar uma caminhada mesmo.

- Tem certeza?

- Sim tenho, até mais - pego a mala.

- Fique bem. Ham, nos vemos por aí, certo?

- É, certo.

Acredito que não o verei mais, porém sigo com essa imaginação que ele criou.
No final das contas acabo andando bastante, minha casa não é perto coisa alguma da praça e as rodinhas da minha mala começaram a desandar.

- Ah, qual é! estou bem perto de casa já - sigo a puxando, mesmo com uma rodinha estragada.

Quando finalmente chego, bato na porta nervosa com meus dedos trêmulos e meu corpo suado.

- Querida! - minha mãe abre um sorriso imenso ao me ver.

Fico duvidosa. Ela está bem, está saudável, contente, alegre, com boas roupas, sem olheiras, bem alimentada...o que aconteceu nesse tempo que eu estive fora?

- Mãe, como você está...bem.

- Obrigada, é bom ouvir isso - segura a alça - vou ajudar com a sua mala.

- Não precisa, pode deixar.

A casa está muito limpa e organizada, nunca a vi com tanta vida, ensolarada, correndo um vento gelado bom pelo ambiente e coberto por plantas extremamente bem cuidadas.

- Katniss! - Primrose aparece com seu cabelo loiro com cachos nas pontas, sorridente como sempre.

- Olá patinha - ela tem carinho pelo apelido que lhe dei anos atrás - está mais alta que eu?

- Bem, contando que estou com meus 21 anos...

- Oh eu ainda sou mais velha, mesmo sendo mais baixa.

Nos abraçamos.

- Fez uma boa viagem? - minha mãe pergunta, arrumando a mesa para tomarmos um café.

- Sim, foi muito bom.

- Achei que iriam cancelar os trens pela grande tempestade que aconteceu na madrugada.

- Cancelaram, mas aí eu fui em busca de um táxi ou um lugar para ficar, acabei não encontrando e nem sei se foi sorte ou azar mas...um cara quase me atropelou. Ai depois disso ele me ofereceu carona e me deixou aqui pela manhã.

- Que história - Primrose ri.

- Eu quem diga - coloco o queijo de cabra e o pão quentinho no prato - talvez não veja mais aquele maluco por aqui.

Há duas batidas na porta.

- Pode deixar - Prim se levanta e vai atender - Ah é você!

Ouço barulho de beijos e me viro para olhar.

Reunidos por um casamento Onde histórias criam vida. Descubra agora