Louca Obsessão

Capítulo 1

O relógio marcava exatamente 1:24 da manhã quando ele estacionou sua Ferrari em frente a sua casa, o mesmo desceu cambaleando e murmurando coisas indecifráveis, eu realmente não sabia como ele conseguia vir dirigindo. Essa era a rotina do meu vizinho desde que completou seus 18 anos, durante o dia fingia trabalhar na empresa de cosméticos da mãe, e durante a noite farreava, gastava com bebidas, amigos e prostitutas. Quem o via as 10:00h da manhã vestido de terno e gravata, jamais diria que aquele e esse ser desprezível eram a mesma pessoa.

- Já podemos?

- Sim, Gregory. Façam o que tiver que fazer.

Dando uma última olhada, joguei o cigarro que estava entre meus dedos no chão e entrei para dentro. Afastei um pouco a cortina, e observei os dois homens entrarem em ação, colocando William a força dentro de um automóvel.

- Amanhã nos encontramos, meu amor. Amanhã...

E então segui para o banheiro e tomei um rápido banho antes de me deitar, eu o venho esperado por longos anos, uma noite a mais não faria diferença. Porém fez, e eu mal consegui pregar os olhos ansiosa pelo dia que parecia nunca raiar.
Quando o despertador tocou as 5:00h eu já estava de olhos bem abertos, e com um sorriso maroto nos lábios. Rapidamente me levantei, passei uma água pelo corpo e depois de vestir uma roupa qualquer segui para fora.
Na frente da casa de William haviam três viaturas, e a mãe dele chorava desesperadamente na calçada.
"Achem meu filho, encontrem ele" Essa era a frase que ela murmurava a cada segundo, e um policial tentava acalmá-la.

- Senhora?

O chamado inesperado me fez dar um pequeno pulo de susto.

- Oi, pois não?

- A senhora mora nessa casa?

- Sim, desde que nasci.

- Ontem não percebeu nenhuma movimentação diferente, alguma pessoa desconhecida aqui pela rua?

- Não, ontem depois que cheguei do serviço apenas fumei um cigarro aqui na varanda e já fui me recolher. Pelo tempo que estive aqui não notei nada demais, por que?

- Seu vizinho William Levy desapareceu, bom... Estamos esperando dar o tempo certo para ser considerado desaparecimento, mas por enquanto estamos dando uma inspecionada aqui pelo bairro.

- Entendo, agora se me dá licença. - Eu já estava me virando para sair...

- Me permite saber onde vai tão cedo? Ainda não são nem seis horas.

- Eu tenho uma pequena empresa de cerveja artesanal, e está previsto para chegar uma carga de cevada daqui a uns 30 minutos. Ai sabe como é né, para não pagar hora extra para funcionário eu mesma irei receber o carregamento.

- As cervejas artesanais são as melhores.

- Aqui pegue esse cartãozinho, vá visitar a gente qualquer dia, a primeira garrafa será por conta da casa.

Ele tomou o cartãozinho em mãos e abriu um sorriso de orelha a orelha.

- Perroni's Malte, com certeza irei. Tenha um bom trabalho, a senhora é muito gentil.

Apenas lhe lancei um sorriso antes de caminhar até o meu carro e sair dali o mais rápido possível. Enquanto dirigia meu celular começa a tocar, atendi colocando no viva voz.

- Oi.

- Cadê você?

- Já estou a caminho, a polícia me parou para fazer perguntas e fez eu me atrasar.

- Ok, estamos a sua espera.

Depois da ligação encerrada, apertei mais forte o acelerador, eu tinha pressa e que se dane o sinal vermelho.
Após mais ou menos 40 minutos dirigindo adentrei minha fazenda, eu tinha uma propriedade rural onde eu usava mais como depósito, lá Gregory e seu irmão me esperavam encostado no carro.

- Ele já acordou? - Perguntei.

- Ainda não, passa a grana.

Ele mal terminou de falar e puxou a bolsa de minhas mãos.

- Os 150 mil tá tudo aqui?

- Está, se quiser conferir fiquem a vontade.

Eles rapidamente despejaram o dinheiro no chão e começar a contar, o que me fez revirar os olhos.

- Eu cumpri minha parte, a grana está toda aí. Se a polícia pegar vocês quero os dois de bico calado, senão do mesmo jeito que eu paguei para sequestrarem aquele homem, eu pago outros para dar fim em vocês lá dentro, entenderam?

- Fica tranquila dona, a gente vai tirar umas férias no litoral.

Em seguida eles entraram no carro e partiram. Eu caminhei até a enorme casa e respirei fundo quando cheguei até a porta.

- Vamos lá Maite, ele está a sua espera.