trinta e cinco

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« Índio »

Chego na cozinha e me dirijo à geladeira pra pegar uma cerveja, recebendo o sorriso da Esmeralda que estava ali. Ela usava um kimono branco que contrastava com o moreno da sua pele e com o seu biquíni azul marinho florido. Fiquei admirando por um tempo, enquanto ela continuava o que estava fazendo, até não resistir e me aproximar.

— ¿Qué haces, cariño? - Pergunto fazendo-a dar risada.
— Te responderia em español pero estoy segura de que no ibas a entender, mi córazon - Me olha de lado, me fazendo sorrir - Estou temperando a carne pra vocês irem assar.
— ¿Qué vás a ser el... Cenar? - Pergunto confuso.
— ¿Yo? Yo puedo ser tuyo cenar, pero... - Ela continua rindo e eu entendo onde falhei, rindo também - ¿Qué será la cena? Parrilla, mi amor.
— Caralho, espanhol é complicado mesmo - Ela acena positivamente - E eu prefiro que tu só seja o meu jantar mesmo, mais ninguém merece essa mulher - Digo ao afastar o seu kimono e dar um tapa na sua bunda, apertando de seguida.
— Sou jantar, café da manhã, almoço... O que a nossa vontade ditar - Responde, empinando a bunda e eu continuo apertando, fazendo-a rebolar.
— Guarda essa provocação pra logo, gostosa. Vou chamar o Escobar pra resolver umas parada ali.

Volto o seu queixo na minha direção, beijando-a antes de dar um último tapa e me dirigir à saída.
Já fechando a porta da cozinha, eu notei que o Escobar conversava com o César, porém só fui perceber quando fechei totalmente a porta. Eles debatiam sobre religião e trocavam diferentes pontos de vista baseados nas experiências vividas. O Escobar estava deitado no sofá e, no outro, o César estava sentado, olhando pra ele. Acabei rindo pra mim mesmo, para que eles não parassem, já que quem costumava estar naquele lugar era o Chris e não o Pablo.
Ouço barulho lá fora e poucos minutos depois a porta é aberta. A Alana cumprimenta-os quando chega e o Chris me encara confuso, me fazendo encolher os ombros.

— Cadê o Knust?
— Tava lá em cima falando com a família - Respondo ao Cleytin, que coloca uma mala da Alana ali - Como foi lá? Tudo tranquilo? - Ela acena positivamente, porém o Chris, por trás dela, nega - Vem, eu vou te ajudar a pôr isso lá em cima.
— Agora briga com o chefe como brigou comigo pra não te ajudar, vai - Chris fala e ela ri levemente.
— Eu levo isso, preciso ocupar o máximo de tempo possível - Ela me encara e eu encolho os ombros.
— Se é trabalho que tu quer, depois eu te dou uma papelada pra tu organizar - Pego uma mochila que o Chris tem no ombro - Bora.

Deixei a cerveja na mesa e peguei as coisas mais pesadas, subindo as escadas em direção ao quarto onde a Alana está ficando.
Ela abre a porta e me permite entrar, então eu deixo tudo ali.

— Precisa de ajuda? - Ela nega, encolhendo os ombros - Qualquer coisa me chama então.
— Obrigada, Índio - Ela sorri levemente e eu aceno positivamente.
— Como foi? Tu tá bem? Precisa conversar? - Ela nega, continuando com aquele sorriso falso - Alana, eu sou teu chefe, mas nesse momento eu posso ser teu amigo também. Não tem necessidade de passar por isso sozinha.
— Mas está tudo bem mesmo, o Luan está bem, em breve ele dá notícias, eu acredito nisso.
— Tô certo disso também. Então vou te deixar à vontade, aí se tu precisar de alguma coisa, me chama.

Ela acena positivamente e eu esboço um sorriso, me dirigindo à saída e, antes de fechar a porta escuto a sua voz.

— Índio... Pode arrumar um trabalho aí pra eu fazer? É que eu queria manter a mente ocupada.
— Claro - Rio levemente - Depois cê me procura.

Fecho a porta e desço as escadas, notando que o Escobar e o César já mudaram o tema de conversa.

— Cadê a minha cerveja? - Pergunto e o Escobar ri.
— Vou falar nada não, só digo que começa com Cley e acaba com Tin.
— Aquele filho da puta - Respondo rindo.

𝙰𝚖𝚘𝚛 𝚎 𝙲𝚘𝚌𝚊𝚒𝚗𝚎.Onde histórias criam vida. Descubra agora