« Índio »
Estava no escritório quando ouço batidas na porta. Pedi que entrasse e logo Knust entrou com uma bandeja na mão.
— Veio me trazer um lanchinho? Que eficiente - Digo rindo.
— Tenho cara de empregada? - Pergunta deixando a bandeja sob a mesa e vejo que está quase vazia.
— Mais ou menos - Ri - Ela comeu bem?
— Até comeu - Senta - Conseguiu falar com ele?Nego com a cabeça e suspiro. Desde que voltei do shopping estava tentando falar com Luan e os Uribes, mas nem sinal. A caixa postal de todos já estava cheia e não podia deixar mais nenhuma mensagem. Não sabia nem se era seguro o que eu estava fazendo, mas precisava saber se eles estavam bem.
— Ela disse que o Luan fez certo - Knust comenta - Deveria mesmo ter ido e deixado ela.
— Fez um caralho - Digo irritado, mas logo me corrijo - Ou fez, sei lá. Ele fez o certo em fugir, mas não sei se foi o melhor. Ele deixou ela pra trás, entende? - O olho e ele faz que sim com a cabeça - Eu sempre deixei claro que estávamos juntos e que se um caísse, todo mundo caía. Ia ser difícil, mas ia fazer o que podia pra tirar os dois de lá.
— Acho que na hora da adrenalina, ninguém conseguiu pensar muito, chefe - Levanta - Mas se fosse comigo, eu teria ficado com ela.Não respondi nada e apenas observei quando ele saiu com a bandeja pra fora do escritório. Aquela merda toda tinha abalado todo mundo ali e eu concordava cada vez mais com a idéia do César de todos terem ficado. Nós precisávamos uns dos outros e por mais que família fosse a base de tudo, só nós poderíamos nos fortalecer naquele momento.
•••
— Ela não quer jantar - Chris fala entrando na sala de jantar, onde nós todos estávamos - Disse que comeu agora pouco e tá sem fome.
— Mas ela precisa comer - César tenciona levantar.
— César! - Chamo e ele me olha - Ela realmente comeu agora pouco, comeu bem. Nessas horas a gente não sente muita fome mesmo.
— Mas ...
— Deixa que quando ela quiser, ela come. Eu prometo que mais tarde nós vamos lá falar com ela, mas dá esse tempo, ela precisa.
— Tudo bem - Suspira.
— Que horas a Esmeralda chega? - Escobar pergunta - Talvez ela consiga animar a Alana.
— Vai chegar depois da meia noite - Digo - Vai ser bom ter outra mulher aqui.
— Ainda mais pra você, né? - Knust comenta e nós rimos.
— Queria estar com a minha filha, né? Mas não tô achando ruim ter que ficar aqui não - Digo rindo - Ligaram pra família de vocês? - Pergunto e todos concordam.
— Minha mãe disse que tá tudo bem - Chris fala - Ela disse que se o César tá junto, sabe que não tô mentindo ou arrumando confusão.
— A minha disse que só não era pra ficar muito perto do Chris - Knust fala dando de ombros.
— É porque ela sabe do lance de vocês, né? - Escobar pergunta e nós caímos na risada.
— Vai se foder, babaca.
— Respeita a hora de comer - César diz - Vocês não tem concerto mesmo, né?
— Não, minha esperança é ser salvo no último momento por ter sido seu amigo - Chris diz como se fosse algo normal, me fazendo rir mais.
— Amo vocês, irmãos - Digo e eles me olham - Obrigado por terem ficado e por toda a força que cêis tão me dando. Sem vocês, essa porra toda não é nada - Sorrio - Chora não, Cleytu.
— É que foi do nada, achei bonito - Diz fingindo o choro e nós rimos mais.
— Nós somos uma família também - Escobar fala - Não o tipo que eu apresentaria pra uma namorada, mas ainda sim, uma família.
— Tamo junto nessa - Knust fala - Nas boas e nas ruins também.
— Era disso que eu estava falando - César fala rindo como se estivesse falando sozinho. Ou com Deus.
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𝙰𝚖𝚘𝚛 𝚎 𝙲𝚘𝚌𝚊𝚒𝚗𝚎.
FanfictionDrogas podem te matar, mas já viu alguma partir o coração de alguém?