nove

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« Alana »

Entramos na mansão e eu me surpreendi, já que estava esperando vários carros e pessoas por ali, mas na real estava tão normal como nos outros dias.

— Ué, achei que era uma festa na piscina - Digo quando Luan estaciona o carro.
— Amor, você acha que o Índio tem cara de quem dá festas extravagantes pra toda Maldonado?
— Acho - Digo e nós dois rimos.
— É, é a cara dele, mas acho que essa é só pros funcionários.
— Talvez seja um agradinho, antes da missão.
— Faz sentido - Segura meu queixo e me dá um selinho - Vamos?
— Vamos, né? Vou tomar um sol na raba, já que cê disse que eu tô precisando - Falo com desdém abrindo a porta do carro.
— Amor, cê não esqueceu isso? - Diz descendo - Não foi exatamente isso que eu quis dizer.
— Tá bom Luan, tá bom - Seguro o riso.
— Cê tá me zoando, Alana?
— Eu tô com cara de quem tá zoando?
— Sim, está - Diz e nós dois rimos juntos.

Seguimos de mãos dadas, mas ao invés de ir em direção a porta da frente, Luan me guiou em direção a um corredor lateral e, confirme adentrávamos por ali, era possível ouvir músicas, conversas e risadas e logo chegamos a área da piscina.
Não precisamos dar mais nenhum passo pra darmos de cara com o Índio que, pela cara, estava tão chapado quanto exausto, o que era justificável, já que eles chegaram de Montevideo pela manhã e obviamente não dormiram.

— Luanzito! - Abre os braços pra abraça-lo - Como tu tá, cara?
— Bem e você? Como foi a viagem? - Retribui o abraço.
— Fui viajar pra fazer o que eu gosto, né? Então foi ótima - Se soltam - Alana, que bom que cê veio.
— Obrigada pelo convite - Sorrio.
— Não me agradeça, mas espero que aproveite... Você também, Luanzito, é tudo pra vocês, fiquem a vontade.
— Valeu cara - Diz - Vamos ali cumprimentar os outros, licença.
— Á vontade.

Luan segurou minha mão e passamos ao lado do Índio, indo em direção a piscina, onde estavam todos ao redor. A maioria ali, eu já conhecia, todos trabalhavam pro índio. Aqueles caras que vieram com ele, também estavam ali também e depois de falar com todos, avistei o tal Pastor, mais afastado, lendo um livro e eu ri sozinha daquilo.

— Vou sentar ali - Aponto pro Luan ver.
— Você não ia tomar sol?
— Acabei de chegar, vou dar um tempo antes - Dou um selinho nele - Não exagera, tá?
— Nunca - Ri.

Quando virei as costas, senti o tapa dele na minha bunda, mas não repreendi. Caminhei devagar até onde César estava e quando estava realmente bem próxima, ele notou minha presença e então sorriu.

— Oi, posso sentar aqui?
— Claro - Diz fechando o livro - Tudo bem?
— Tô bem e você? - Sento.
— Bem, graças a Deus.
— Eu sempre vindo te fazer companhia como se você precisasse dela, né? Desculpa incomodar, mas é o resto dos caras eu não tenho intimidade e... Na real, nem com você - Rimos.
— Não tem problema, eu gosto de companhia.
— Como foi a viagem?
— Ótima, muito produtiva.
— Foram vender ou só a negócios?
— Vender? - Me encara - Não! - Exclama tenso.
— Então foram atrás de novos empregados?
— Também não - Ri, provavelmente da minha cara de confusa - A gente foi gravar.
— Gravar? - O encaro.
— É - Ri - Nós somos MCs.
— É mentira, né? - Dou risada e ele me acompanha, mas faz sinal de negação com a cabeça - Cê tá me zoando.
— Juro que não tô.
— Jura por Deus?
— Por Deus é pecado - Ri - Mas sério, nós somos mesmo MCs, não é, Cleytu?
— O que? - Ouço a voz do Cleytin atrás de mim e me assusto - Foi mal - Ri pra mim enquanto se senta - Que que cêis tá falando?
— Ela não tá acreditando que nós somos MCs - César diz.
— Então, Alana - Cleytin ri - Três de nós somos, um tenta.
— Knust? - Pergunto sem jeito e tanto ele quanto César caem na risada.
— Cê é inteligente - Diz ainda rindo - Mas é verdade, nós somos mesmo, ou tu acha que o César é traficante?
— Não quero ir pro inferno por julgar um favorito de Deus.

Digo isso e César ri balançando a cabeça em sinal de negação enquanto Cleytin ri tão alto que chama a atenção de todos pra nós, inclusive do Índio que agora vem em nossa direção e não tinha mais a mesma expressão de alegria de quando chegamos e aquilo me preocupou um pouco.

𝙰𝚖𝚘𝚛 𝚎 𝙲𝚘𝚌𝚊𝚒𝚗𝚎.Onde histórias criam vida. Descubra agora