Lalisa Manoban

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Na manhã seguinte, tentei descobrir para onde Seungri havia levado Jisoo e Tzuyu. Ele passou a noite inteira comigo, desde o carro que nos levou até a mansão, até no meu quarto, onde se sentou na poltrona e se recusou a sair. Ficou me observando a noite inteira. Não tive brecha para verificar nada, para ver onde elas estavam ou se ainda estavam vivas.

Eu vi nos olhos dele a fúria de quando percebeu que elas estavam fazendo aquilo comigo. Aquele foi mais um de seus indícios de possessividade totalmente desconfortável.

No dia seguinte, por volta das oito horas da manhã, finalmente pude respirar em um cômodo sozinha. Seungri havia vestido seus sapatos caros e partido para algum compromisso, mas ainda tive que esperar até às dez quando finalmente o tocaia saiu da frente da porta do quarto. 

Vestida com um hobby e sem sapatos para não fazer barulho, corri nas pontas dos pés para ter alguma informação. Quando cheguei na escada, vi Sana andando de um lado para o outro, roendo as unhas sem parar e, assim que notou minha presença, parou e não disse nada. Sua expressão me deu um frio na barriga.

-O que ele fez?-perguntei, descendo os degraus depressa.

-Lisa...

-Vai, fala logo! O que Seungri fez com Tzuyu e Jisoo? Onde elas estão?-questionei, segurando seus braços.

Ela balançou a cabeça negativamente, tremendo por inteiro. Não conseguia nem respirar direito, parecia apavorada.

-Sana, ele machucou as meninas?-perguntei.

-Não posso!-falava, repetidas vezes.

-O que? O que você não pode?

-Não posso voltar lá!-falou.

-Sana, fala comigo! Me explica o que está acontecendo, por que você está assim?

-Ele levou as meninas para lá!-falava, gesticulando as mãos.

-Para onde?-perguntei, segurando em seus ombros.

Ela abaixou a cabeça, chorava em silêncio para que ninguém ouvisse. Depois, apontou para o escritório dele.

-O que tem lá?-questionei.

-Puxe o livro de capa vermelha e título azul!-falou e tentou se afastar de mim.

-Espera, vem comigo!-pedi.

-Eu já disse que não vou voltar lá!-exclamou ainda mais nervosa, porém muito mais séria. E por fim, se soltou de minhas mãos, indo em direção a saída, levando-se para longe de algo que assombrava seu coração.

Fiquei parada no meio da sala, observando a porta do escritório luxuoso de Seungri, apenas pensando no que poderia ter ali. Então, caminhando com certa determinação e receio, fui até lá e direcionei meu olhar para a estante de livros que cobria a parede inteira atrás de sua mesa e da cadeira de couro. Estava em busca da capa vermelha com letras azuis.

-O que está fazendo aí?-Seungri disse, parado na porta, me olhando. Peguei um livro de imediato e me virei, disfarçando rapidamente.

-Queria me distrair, e vi que você tem livros interessantes. Essa temática é uma das minhas favoritas!-falei, fingindo.

-Gosta de linguagem forense?-perguntou, desconfiado.

O clima estava tenso, desconfortável.

-Quando se trabalha em jornais, você tem que saber quem está contando uma história verdadeira antes de publicá-la! Gosto do Stanley Keleman, aprendi muito com ele!-falei, tentando passar confiança.

Soul Criminal III : WHITEOnde histórias criam vida. Descubra agora