Walking The demon

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Depois de várias tentativas de me desvencilhar, perdi o ar cada vez mais.

O sangue do tailandês no meu corpo só tornava a situação mais grotesca, pelo simples fato de eu poder deslizar dali facilmente mas falhar todas as vezes.

Ficava sem alternativas, a pessoa que me prendia era ardilosa feito uma cobra, me apertando com fúria sem pressa nenhuma, aparentemente, sentia prazer em me ouvir sufocar ou até, tentar gritar por Hwan.

Ele, até então, não havia percebido o que acontecia bem atrás de si, até eu usar o resto das minhas forças para voltar meu corpo contra quem me atacava, o que foi difícil e doloroso.

Uma cotovelada foi suficiente para afastar aquele demônio, até ele revidar.

Por conseguinte, uma coronhada foi depositada em meu rosto com enorme violência, fazendo com que eu caísse rapidamente no chão frio e úmido.

Podia sentir a dor ecoar na minha cabeça, se elevando mais e mais. Mal conseguia me concentrar em estabilizar meu equilíbrio, naquela hora, esse era meu principal objetivo, quase impossível de ser alcançado.

Quando movi minhas pupilas dilatadas na noite, vi que estava na mira, tentando pensar se aquele seria realmente meu último feito.

-Aperte!-falei, cuspindo as letras com o resquício de sangue entre meus dentes.

-Lisa!-finalmente ouvi a voz de Hwan.

Agora a pessoa apontava a arma para ele, tirando sua atenção de mim, e esse foi o exato e perfeito momento em que eu pude chutar sua mão, pegar sua arma caída e em seguida me levantar com fúria, cambaleando para lá e para cá.

-Desgraçado, quem mandou você? -falei, destravando a pistola.

O encapuzado não reagia, ficou estático, sem dizer nada.

-Quem é?-JinHwan perguntou, ao se aproximar de mim.

-Vou descobrir agora!-afirmei, puxando o pano preto que escondia sua face.

Agarrei o tecido como se arrancasse a pele de um cordeiro, e quando vi seu rosto, me arrepiei por inteiro.

-Coloca ela no carro!-falei, andando na frente, sem acreditar.

JinHwan ainda pensava, sentia seu olhar queimando na minha nuca enquanto eu o abandonava com dúvidas.

Filho da puta, ele deve saber onde estou. Como se não bastasse Jungkook e seus coleguinhas descobrindo onde estamos, agora Seungri também deve estar na minha cola, mais uma vez.

Enquanto estávamos na estrada, não dissemos nenhuma palavra, até chegarmos no ponto de encontro onde um jato alugado nos aguardava.

-Nossos planos estão indo por água abaixo!-ele falou, ao jogá-la do meu lado, desacordada.

-Você acha?-perguntei.

-Isso não teria acontecido se tivéssemos ido embora antes daquela ceninha!-ele afirmou.

-Ceninha?-questionei.

-Como se não fosse um pretexto para vê-lo, você não me engana! Eu vi como o olhou enquanto dançava!

-Eu mal olhei para ele!

-Não sou cego!

-Mas parece um!-falei, indo para a cabine de controle.

Eu estava com frio, suja, brava, mas satisfeita, temporariamente satisfeita!

Decolamos rapidamente, o piloto era ágil e conversamos bastante durante o vôo, embora eu tenha dormido nas longas horas seguintes, distante do chão.

Soul Criminal III : WHITEOnde histórias criam vida. Descubra agora