Provavelmente, Seungri dormiu tranquilamente sobre seus caros lençóis, ao lado de um coração que não pertencia a ele.
Eu, no entanto, não dormia, não falava, nem me movia daquele sofá. Fiquei ali, por horas, repleta de raiva, de ódio, rancor e tristeza, e por tantos minutos, coloquei esses sentimentos frágeis onde eles realmente deveriam ficar antes deles colocarem tudo o que consegui até aqui, por água abaixo.
Esperei também por uma ligação de Sana, algo que pudesse quebrar aquela onda de preocupação que iria me afogar uma hora ou outra.
Eu estou tão perto, meu nome carrega o fim de tudo, o real apocalipse. Já triunfei várias vezes, mas nada poderia ser comparado com a queda de um império, e mesmo que esse pensamento esteja prendendo meus pés aqui, eu preciso saber se está tudo bem.
Então, sem segurança algum atrás do volante, eu mesma movi um dos caros carros de Seungri. Meu sexto sentido não falhava, não me enganava.
Passei pelas avenidas de Atlanta, caso algum dos capangas do Seungri estivesse me seguindo, apenas para despiste e depois, na frente do hospital do Hui. Se algo tivesse acontecido, esse seria o único lugar ao qual eles poderiam recorrer. Dirigi até o estacionamento, deixando meu veículo ali.
Andei até a entrada e passei pela recepção, nada discreta com aquela quantidade de ouro posta em mim. Ligeiramente e tentando chamar menos atenção, fui em direção ao banheiro, mas entrei no vestiário, depois de abrir a porta com o grampo dos meus cabelos. Como estava tarde, o silêncio tomava conta do hospital, por isso a decisão de trocar salto alto por um sapato branco seria muito mais convencional.
Lavei meu rosto, removendo aquele batom forte, tirei todas as jóias que me enfeitaram, desfiz o penteado dos meus cabelos e vesti trajes limpos que me serviriam de disfarce e voltei para o corredor silencioso, como se fizesse parte dali.
Andei com a cabeça um pouco baixa, olhando para os cantos, sorrateira. Vi então, sapatos sociais de couro luxuosos balançando para cá e para lá, um tanto apreensivos. Outros pares semelhantes andavam entre uma parede e outra, como se isso pudesse reduzir alguma coisa.
-Eu vou matar o Seungri! Isso foi um ataque direto, ele sabia que iríamos até lá, mas não achei que fosse agir hoje!
Aquela era a voz do Hoseok, e ouvi-la me fez recuar e não entrar no mesmo corredor que ele e os meninos.
-E o que foi aquilo? Como assim a Lisa é filha dele? Ela esteve do lado dele esse tempo todo?-ele prosseguiu, irritado.
Talvez os demais estivessem em choque, ou só não conseguiam se expressar como ele. O que me fez estranhar foi o fato de não ouvir a voz de Jimin, já que ele jamais perderia a oportunidade de fazer seus comentários em um momento como aquele.
Suspirei e apoiei minha cabeça na parede, me dando conta de que ele devia estar dentro daquela sala, sem poder endoidecer os outros com suas falas marcantes.
-Chega!-a voz baixa de Jungkook o calou.
-Como assim chega? Você está pronto para perder mais amigos, Jeon? Porque eu não estou! Aqueles projéteis nos corpos do Jin e do Jimin não foram sem querer! Ele quer mais, sempre quis, e tinha duas pessoas fiéis a ele entre nós. Não somente Sana, como sua própria filha e nós fomos todos idiotas esse tempo todo! Como pudemos não suspeitar? E ainda fomos atrás dela, fizemos um funeral, achamos que ela estava em apuros! Ela salvou Hanbin em San Angel antes que pudéssemos pegá-lo, então, chega para quem?
Claro que eu sabia que haviam grandes chances disso acontecer, de todos eles me odiarem e acharem que sou a vilã. E mesmo que eu tenha que me conter, não é fácil ouvir tais palavras.
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Soul Criminal III : WHITE
Fiksi PenggemarAtlanta precisa que uma bandeira branca seja erguida o quanto antes, mas, se depender de Jungkook e Lisa, isso não vai acontecer tão cedo. Dessa vez, lutando de lados opostos, irão descobrir seus verdadeiros sentimentos e segredos que foram guardado...