Coucou.

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Harry Styles

Continuava extasiado com o que havia acontecido minutos atrás, não era pra isso ter acontecido, eu não tinha o direito de ter feito isso com ela, mas fiz, porque é isso o que eu faço de melhor: estrago tudo. Era para nós estarmos bebendo vinho juntos no sofá enquanto dizia o quanto estava orgulhoso dela, riamos de nossas piadas sem graça eu admirava o seu sorriso e dizia o quanto ela é linda, mas eu estou sentado na porra do sofá com uma taça de vinho nas mãos, sem ela. Nós brigamos por algo tão sem motivo, uma briga que eu comecei e provoquei quando agir com imaturidade a noite toda, mais uma vez estragando uma das noites mais felizes da vida dela, como fiz no natal, e eu não fiz nada a respeito, deixei ela ir mais uma vez, logo eu que disse que não iria deixar ela escapar entre os meus dedos.

Olhar para o que aconteceu hoje na cozinha, me lembrou de quando eu era mais jovem e fugia dos meus problemas, fugia por medo, e hoje nós dois fizemos isso, Belle e eu fugimos um do outro sem nem tentarmos concertar as coisas, e eu também não fiz esforço para isso, mesmo sabendo que deveria, mesmo sentindo que deveria a assumir de uma vez e nunca mais soltá-la. Mas eu tenho tanto medo disso tudo, tenho medo de machucá-la ainda mais, medo de prendê-la a mim, porque eu sou confuso, sou indeciso e não acho que ela mereça isso, mas porra, o meu egoísmo diz totalmente contra isso, eu preciso dela, eu quero ela, mesmo sabendo que isso pode quebrá-la.

Acho que ela nunca saberá o que se passa na minha cabeça quando eu a vejo e me sinto em um quarto com quatro paredes sem saída, e hoje, tentando abrir aquela porta eu a vi me fazendo perguntas com respostas difíceis de serem encontradas, não deveria ser, mas foi. É como se eu estivesse preso em uma bolha, tentando descobrir qual a escolha certa e qual a errada, e me dói tanto quando eu tento falar mas as palavras não soam bem, não saem como eu quero, porque eu sei que ela não merece isso e que isso a machuca, mas não consigo me expressar. Acho perdi  minha fé essa noite, porque talvez esse tenha sido o fim, nada me preparou para o previlégio de ser amado por ela, agora eu acho que não mereço esse amor, não sei como agir sobre isso.

Estou bebendo agora e vou pensar nela, parece que algo testa a minha paciência e acho que há coisas que nós nunca iremos saber, porque ela não irá mais querer me ver e nós não teremos a oportunidade de resolver as coisas, não se depender dela. Conheço Isabelle, sei que por mais que ela goste e ame muito alguém, quando essa pessoa pisa na bola com ela, ela fica dias sem querer contato, mas acho que agora ela irá querer a distância infinita entre nós.

Eu não deveria ter deixado ela sair por aquela porta, mas ainda fui babaca o suficiente para oferecer uma carona para ela, talvez eu só quisesse ter mais tempo com ela, ou talvez eu só tenha sido um filho da puta, mais uma vez. Suspiro pesado antes de deixar a taça de vinho no centro e levanto, andando até a porta principal da casa, abrindo-a e saindo pelo jardim. Fazem mais ou menos vinte minutos desde que ela saiu por essa mesma porta e eu não fiz absolutamente nada para impedi-la, e são quase quatro e meia da manhã, o que me levou a pensar que talvez ela tenha pego um táxi, já que está sem carro, e agora eu sinto uma vontade imensa de me desculpar e de pedir para ela voltar, mesmo sendo tarde demais, porque eu nunca digo as coisas quando quero, sempre acabo me arrependendo quando já é tarde. Abro o portão e olho para a rua, nenhum sinal dela, nem mesmo o aroma do seu perfume, nem um sinal de sua voz doce chamando o meu nome, ou do seu sorriso, ela se foi. Meus olhos encontram um pequeno ponto de luz no chão, fazendo com que eu me abaixe para ver o que era. Era o seu colar, o que eu havia dado na noite anterior, quando estávamos em sua cama ouvindo música e ele me fazia um bom cafuné. Foi o meu presente de formatura.

— O que eu fiz...— me lamento, pegando o colar nas mãos, o colocando no bolso da calça social.

Eu continuava do mesmo modo que estava  quando ela saiu, e tenho certeza que se ela me visse agora no meio da rua com as meias em atrito com o chão, ela me chamaria de porco, eu iria rir de sua cara enquanto passava meus braços por seus ombros, mas ela não vai dizer isso, porque ela não está aqui. O vento frio atingia o meu peito nu, devido eu estar com a camisa social totalmente aberta, mas isso não me atingia do modo que atingia saber que a perdi. Levo minha mão direita até o cabelo, o puxando para trás com força, antes de levar as duas mãos até o quadril e olhar para cima, vendo o céu totalmente nublado, sem uma estrela, ainda estava escuro. Entrei para casa, voltando a segurar a taça de vinho nas mãos, pegando o meu celular logo em seguida, discando o seu número, que eu já sabia de cabeça. Acho que essa é uma das coisas que eu não deveria fazer, mas sempre acabo fazendo: ligo para ela quando me arrependo e quero voltar no tempo. No fundo eu sabia que ela não iria me atender, e não tiro a razão dela, porque porra, eu sou um fodido.

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