Beachwood Cafe - hs

Don't call him baby.

Londres, 29 de janeiro de 2019.

Harry Styles.

Tudo o que eu falei sobre dormir foi uma tremenda ilusão minha, pois isso não aconteceu em momento algum. Fiquei apenas deitado o resto da tarde inteira, olhando pela janela enquanto procurava forças para me levantar e fazer alguma coisa útil na minha vida, já que ficar me lamentando não iria resolver nada. Pensei em largar tudo, todos os meus compromissos e viajar para algum lugar calmo e sem muita gente, mas estaria fugindo, como sempre faço.

Ter visto Isabelle com Josh hoje mais cedo me afetou além do que eu imaginava, não conseguia tirar da cabeça a cena que vi. Ela estava rindo com ele, estava bem sem mim e ainda o chamou de "baby", ela não deveria, não do mesmo modo que ela sempre me chamou. Me doeu saber que ela está bem sem mim, mesmo que no fundo eu já imaginasse isso, mas porra, ela tinha que estar justo com o Josh? Sim, sou egoísta e odeio isso.

Nunca imaginei que sentiria algo como senti hoje. A sensação de perda,do estômago se revirando agressivamente, enquanto o seu coração parece que vai pular por sua boca e o que o ar pode acabar a qualquer momento. O mundo parou, minhas mãos congelaram e eu senti uma dor imensa, totalmente indescritível, como se fosse o pior dia da minha vida, como perder alguém que você jamais imaginaria que perderia, saber que ela estava indo embora e que você não pode fazer nada em relação à isso, porque foi você que fez tudo isso acontecer. Você é o culpado.

Eu senti a culpa. Culpa por tê-la deixado ir.

Já tarde da noite, decidi levantar para tomar um banho e talvez andar pelas ruas ouvindo música no fone de ouvido, algo que me deixasse entretido, mas a única coisa que eu fiz, foi: pegar o violão, um vinho na adega e espalhar alguns papéis pelo centro da sala, enquanto sentava-me no mesmo apenas com uma calça velha de moletom e meias brancas de pares diferentes nos pés, pronto para expressar meus sentimentos nos garranchos que iria escrever.

Estava com o violão apoiado em minha perna enquanto dedilhava alguns acordes no mesmo, a taça de vinho já se encontrava vazia no centro, junto com os papéis, onde eu já havia escrito várias coisas sobre amor e sobre ser um filho da puta com alguém que te ama, isso é hipocrisia da minha parte, querer falar de amor, sou a pior pessoa para falar sobre isso. Eu estava com preguiça de encher a taça mais uma vez, perdi as contas de quantas dessas já virei goela abaixo, sem nem mesmo me dar o gosto de apreciar o sabor do mesmo. Volto aos meus sentidos ao ouvir a campainha tocando sem parar, fazendo com que eu pare de tocar no mesmo instante. Levanto-me e ando rapidamente até a porta, abrindo a mesma com certa rapidez, certamente quem está atrás da porta está desesperado, pois a campanhia toca a casa milésimo, sem descanso.

O ar fugiu dos meus pulmões ao ver Isabelle parada logo ali na minha frente, ela não estava bem. Seu rosto estava vermelho, o cabelo desgrenhado e ela chorava desesperadamente. Olhei para a mesma, que tinha os olhos apavorados.

— Belle. — pauso ao pronunciar o seu nome em um sussurro. — O que aconteceu? — minha voz sai embargada e eu a vejo negar com a cabeça antes de me abraçar enquanto soluçava alto, deixando-me totalmente confuso e preocupado.

A apertei contra meu peito, passando a mão em seus cabelos enquanto ela chorava alto em meu peito sem se importar se alguém a ouviria, sentia o seu peito subindo e descendo desesperadamente contra o meu, e o desespero em seu choro me deixava totalmente agoniado por não saber o motivo.

— Harry... — ela sai do meu aperto e tenta me olhar para falar, mas volta a chorar. Sua voz saiu baixa, quase que inaudível, mas, mais uma vez eu senti aquela sensação estranha ao ouvir o meu nome saindo de seus lábios.

— Está tudo bem, amor, eu estou aqui, respire. — digo tentando a acalmar enquanto guio nossos corpos até o sofá, nos sentando de modo que sua cabeça continuasse em meu peito. — Eu vou pegar um pouco de água pra você.