Flores

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Pov. Brasil

Eu dormi de mau humor, mas pelo menos consegui acordar um pouco mais calma. Frankfurt ainda estava deitado. Não dei bom dia a ele. Quero que sinta como é ser ignorado. Sei que é um cachorro, mas mesmo assim...

Levantei, fui pro banheiro e tomei um banho gelado. Vesti uma calça preta e uma camisa social branca. Coloquei os saltos e fui tomar café. Comi uma maçã e depois deixei a ração para o Frankfurt. Sai sem dar tchau e fui pro carro.

Pov. Alemanha

A brasileira saiu sem nem sequer olhar pra mim. Não teve bom dia e nem tchau. Pulei no sofá e me sentei. Realmente cometi um erro ontem. Não deveria ter tentado morde-la. Ela só estava tentando me levar pra passear como qualquer dono faria.

Senti minha barriga roncar, então fui pra cozinha atrás da minha carne. Mas achei ração dentro do potinho. Se ainda fosse um humano estaria fazendo cara de nojo. Mas mesmo assim vou provar.
Peguei um pouco com a boca e mastiguei. Mas acabei cuspindo tudo. Aquilo tinha um gosto horrível! Comecei a beber a água da outra tigelinha feito um louco e acabei por molhar todo o chão.

》》》Quebra de tempo《《《

Pov. Brasil

Cheguei em casa do trabalho e não vi Frankfurt em lugar algum. Dei uma olhada na cozinha e vi o chão molhado e um pouco de ração vomitada. Suspirei e fui limpar tudo.

Depois de ter limpado a bagunça dele, fui pra sala. Estranho ele não estar no sofá. Liguei a TV e comecei a assistir um programa aleatório. Mas logo ouvi o barulho das patinhas contra o chão. O pastor alemão subiu no sofá, mas continuei a prestar atenção no programa. Senti algo me cutucar e me virei. Era a pata de Frankfurt, que tinha uma das bolinhas que a mexicana escolheu em sua boca. O animal cutucou minha perna com a pata mais uma vez, me chamando pra brincar.

Bra: eu não vou brincar com você... - falei redirecionando meu olhar para a tela da TV. Mas o cachorro continuou insistindo. Fiquei de saco cheio e fui pra cozinha. Porém pude ouvir as patinhas me seguindo. Não liguei e apenas comi minha maçã. Voltei pra sala e o mesmo de antes começou a se repetir. Irritada com o animal, subi pro meu quarto e me arrumei pra dormir.

Deitei na cama e senti o cachorro pular em cima dela também. Novamente não dei importância para sua presença. Mas ele começou a me cutucar com sua pata novamente. Dei as costas para ele e tratei de dormir.

》》》Quebra de tempo《《《

Pov. Alemanha

Tentar agir de forma dócil com ela não resultou em nada. Ela saiu de casa sem me dar bom dia e nem tchau. Preciso achar um jeito de me redimir com ela...

Sentei no sofá como sempre faço e comecei a pensar em alguma forma de me desculpar. Eu ainda a odeio, mas sinto que fui um tanto infantil com ela.

Não posso sair pra comprar nada então tenho que pensar em algo que já esteja aqui. Pensei por bastante tempo e me lembrei do jardim. Acho que não faz mal tirar uma flor, não é?

》》》Quebra de tempo 《《《

Cheguei cansada do trabalho. Tudo que quero é deitar na minha cama. Liguei a luz da sala e me deparei com uma cena horrível.

Bra: Frankfurt! O que é isso?! - fui até o cachorro sentado em minha frente e tirei a rosa de sua boca. Seu pelo estava imundo de terra, assim como o chão.

Olhei pro resto da sala e vi a terra espalhada por todos os cantos. Pétalas de flores por todo o cômodo. A primeira coisa que eu pensei vendo aquilo foi: MEU JARDIM!

Joguei a rosa no chão e fui correndo para a parte de trás da casa. Passei pela porta aberta e fui pro meu jardim. Aquilo me deu vontade de chorar...

Meu pai me ajudou a fazer esse jardim, e de presente havia me dado rosas brancas para plantar. Nós as plantamos juntos. Aquilo me trazia ótimas  lembranças, mas agora está tudo arruinado.

As rosas estavam despedaçadas. Algumas caidas no chão. Suas folhas rasgadas e pisoteadas. Eu cuidava delas com tanto carinho... fazia até questão de tirar espinho por espinho, de cada uma delas. Me dói tanto ver algo que eu amo completamente destruído. Peguei uma das rosas no chão e a trouxe mais para perto do meu rosto. Não aguentei e comecei a chorar.

Ainda chorando eu voltei para dentro. Dando passos largos e pesados em direção ao meu quarto. Quando cheguei , fechei a porta e me atirei na cama. Deixei todas as lágrimas caírem enquanto continuava a olhar a rosa.

Pov. Alemanha

Depois de ter arrancado a rosa da minha boca, Brasilien saiu correndo pro lado de fora. Eu a segui e a vi encarando o jardim que eu  "acidentalmente" destruí. Era pra ter pegado apenas uma única flor, mas algo tomou conta de mim e deu no que deu. Logo a esverdeada voltou pra dentro e passou por mim, percebi que seu rosto estava molhado e em sua mão estava uma das rosas que arranquei. Pensei que se desse uma a ela como presente ela não ficaria tão brava.

Subi as escadas e fui em direção ao quarto dela. A porta estava fechada, mas ainda era possível ouvir seus soluços abafados. Senti uma leve raiva, por que ela não pode me agradecer pelo menos uma vez?! Fazer aquilo não era minha obrigação, mas para tentar deixa- lá feliz, e olha só o que eu ganho em troca...

Decidi que dormiria na sala hoje. No chão, mais especificamente. Sei que estou coberto de terra, por isso não vou sujar o sofá dela. Me deitei perto da mesa de jantar e fechei os olhos.

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Espero que tenham gostado!

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É isso! Beijinhos✨✨✨

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