Surpresa logo de manhã

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Pov. Brasil

Comecei a ganhar consciência novamente. Posso sentir meu corpo e a claridade que bate em meu rosto. Meus olhos continuam fechados e eu continuo sonolenta, como se a qualquer instante eu talvez volte a dormir. Comecei a sentir algo estranho em meu corpo. Algo pesado em minha cintura. E algo quente batendo no meu pescoço. Passei a mão em Frankfurt esperando sentir seu pelo macio, mas tudo que senti foi algo duro e sólido. Passei a mão por alí novamente e senti a mesma sensação.
Estranhando isso, abri meus olhos lentamente.

Bra: AHHHHHHH! - eu gritei e empurrei o homem ao meu lado que por sua vez caiu da cama causando um baque. Eu me levantei rapidamente e agarrei o abajur pra me defender. Ouvi um grunhido vindo do outro lado do colchão e então um braço e uma cabeça emergiram por de trás da cama. Eu fiquei pasma. Não conseguia acreditar em meus próprios olhos. - A-Alemanha? - eu perguntei gaguejando e o de olhos azuis olhou para mim. A figura alta se levantou. -AHHHHH! VOCÊ TÁ PELADO! - eu gritei novamente enquanto me virava de costas para ele. Sorte que não deu tempo de ver a salsicha.

Ale: P-pode olhar agora... - eu lentamente abri os olhos e me virei para ele. A parte de baixo de seu corpo agora estava coberta com o lençol. Eu devo estar alucinando! Só pode! Continuamos a nos encarar em silêncio até eu falar.

Bra: c-como v-você entrou aqui? C-cadê o F-Frankfurt? - eu perguntei assustada e com o abajur ainda em minhas mãos.

Ale: olha, deixa eu... - ele falou enquanto chegava mais perto e eu o interrompi.

Bra: Não chega perto! - eu gritei e ele parou onde estava. - e-entra no banheiro e eu vou ir pegar suas roupas... - falei com o abajur apontado para ele, que por sua vez andou até o banheiro. - e sem gracinhas! - eu disse e ele acentiu com a cabeça, logo entrando no banheiro.

Deixei o abajur em cima da cama e fui pro meu escritório, onde deixei as coisas do alemão. Peguei sua pilha de roupas e o resto de suas coisas e voltei pro quarto. Deixei todos seus outros pertences na cama e levei as roupas até o banheiro. Bati na porta e ele abriu.

Bra: aqui está! Eu já lavei!- ele pegou a pilha de roupas e a porta se fechou novamente.

Pov. Alemanha

Peguei as roupas que a brasileira me entregou. Me olhei no espelho e vi que nada havia mudado. Eu continuava exatamente igual ao dia em que tudo isso começou. Sem mais delongas eu comecei a me vestir. Como vou explicar pra ela que o Frankfurt na verdade era eu? Terminei de me vestir, peguei o lençol que antes usava pra me cobrir e abri a porta. Vi a brasileira sentada na cama olhando para o nada. Tentei me aproximar, porém ela me impediu.

Bra: já falei pra não chegar perto. - ela falou calmamente e de maneira hostil, ainda sem olhar para mim. - agora... como você entrou e onde está o cachorro? - ela perguntou me olhando nos olhos, me deixando nervoso.

Ale: o-olha... Eu sei que parece loucura... Mas... Eu sou o Frankfurt. - eu a respondi apreensivo e ela ficou em silêncio. Logo seu rosto adquiriu uma feição irritada.

Bra: pare de mentir, Alemanha! - ela exclamou irritadiça.

Ale: não estou mentindo! - eu me defendi.

Bra: ata! Então você realmente espera que eu acredite? Você literalmente desapareceu e deixou tudo comigo. Então magicamente reaparece na MINHA cama e diz que era um cachorro. Eu tenho cara de palhaça pra você?! - eu fui até ela e me sentei ao seu lado, porém ela rapidamente se afastou e com isso eu suspirei.

Ale: olha, eu vou explicar tudo. Só por favor acredite em mim pelo menos uma vez! - ela continuou quieta e eu prossegui. - aquele dia... Eu fui visitar a Japão. Quando estava indo embora a Turquia me ligou e eu perdi a paciência. No corredor eu dei de cara com aquela velinha das maçãs...

Bra: a Sra. Asean? - ela me interrompeu e perguntou confusa.

Ale: é! Bom, eu acabei sendo grosso com ela e então ela me amaldiçoou! - com isso a esverdeada começou a rir.

Bra: quer mesmo que eu acredite nisso?! - ela perguntou ainda meio risonha.

Ale: é verdade! Ela é uma bruxa! - eu respondi. - continuando... Eu vim entregar os documentos pra você e então comecei a passar mal. Eu apaguei e quando abri os olhos de novo eu já era um cachorro! - eu terminei minha explicação e ela continuou a me olhar com uma sobrancelha arqueada.

Bra: e como eu vou saber se isso é verdade?

Ale: você gosta de comer sushi com molho agridoce e o América já dançou pole dance pra você! - ela arregalou os olhos castanhos e vi sua face corar. - Além disso, não achou suspeito aquela bruxa ter te feito aquelas perguntas e ter dito aquelas coisas?

Bra: pare de chamar a Sra. Asean de bruxa! E não, eu não suspeitei! - ela falou irritada e então abaixou a cabeça e apoiou a testa na mão.

Ale: você tá bem? - eu perguntei preocupado.

Bra: tô bem sim... é só que isso tudo é demais pra mim... Acho melhor você ir embora, preciso de um tempo sozinha. - ela voltou a me olhar e eu acenti com a cabeça.

Ale: err... e cadê o meu carro? - Eu a perguntei sem graça.

Bra: ahh. Foi rebocado. Mas toma, isso tudo é seu! - ela me entregou as minhas chaves do carro e minha pasta. Logo a esverdeada se levantou e colocou seus tênis.

Ale: onde você vai? - eu havia ficado confuso.

Bra: não quer que eu te leve? - ela perguntou se virando para mim. Eu fiquei calado e coloquei o meu sobretudo preto, então saímos do quarto dela. Descemos as escadas e fomos pra garagem. Ela entrou no lado do motorista e eu no do passageiro. A brasileira deu partida e seguimos rumo a minha casa.

Até agora o caminho foi totalmente silencioso e constrangedor. Olhei pela janela e vi que já estávamos chegando. Dentro de alguns instantes ela parou o carro em frente a minha casa e eu me virei para ela.

Ale: acho que deveríamos fazer o que aquela bruxa falou. - eu disse olhando em seus olhos.

Bra: o quê?

Ale: recomeçar... Que nem ela disse. - eu a respondi e ela respirou fundo e então suspirou.

Bra: é, acho que podemos... - ela sorriu fraco e eu retribuí. Abri a porta e saí dali de dentro.

Ale: tchau, Brasilien.

Bra: tchau, Alemanha. - ela me respondeu com mais um sorriso fraco e eu fechei a porta.

Observei o carro ir embora até desaparecer do meu campo de visão. Suspirei pesadamente e senti meu coração apertar. Fui até a porta da minha casa e então tirei as minhas chaves que havia guardado no bolso. Destranquei a porta e entrei. A tranquei novamente e então liguei o interruptor, por mais que o sol batesse na janela. Tudo estava exatamente no mesmo lugar. O interior da casa está imaculado. Sinto como se houvesse algo de errado aqui. O silêncio é ensurdecedor e o vazio preenche o lugar. Eu suspirei e deixei as coisas no meu sofá. Subi pro andar de cima e entrei no meu quarto. A cama continuava arrumada bem como deixei no último dia que estive aqui. Me joguei em cima do colchão e olhei para o teto.

Não tem a mesma graça sem ela...

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Espero que esse cap tenha correspondido às expectativas de vocês! 🤡👌👌

Espero que tenham gostado!

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É isso! Beijinhos✨✨✨

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