Hora do banho

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Pov. Brasil

Parei de chorar e enxuguei as lágrimas. Me sentei na cama e olhei o horário no celular. Está meio tarde, mas acho que o Frankfurt precisa de um banho urgente, antes que suje mais alguma coisa. Me troquei e deixei a rosa em cima da cama. Ainda bem que tem um frasquinho de shampoo de cachorro que eu guardei depois da última vez que eu e a Mex demos banho na Tulum.

Desci as escadas e vi o cachorro deitado perto da mesa de jantar. Fui até a lavanderia e peguei o frasco de shampoo. Voltei, me agachei e o cutuquei. Ele acordou em um susto, rapidamente sentando ainda com as orelhas para cima.

Bra: vem, você precisa tomar banho! - falei me levantando e esperando que ele me seguisse. Mas o cão ficou parado me encarando. - não comece! - esbravejei enquanto franzia o cenho. Vendo minha reação ele se levantou e me seguiu.

Subimos pro meu quarto e eu o levei até o banheiro. Liguei a água da banheira e agora era só esperar ela encher. Chamei o pastor alemão mas ele continuou parado no mesmo lugar. Fiz cara de brava, mas não deu em nada.

Bra: Frankfurt... - eu o chamei pelo nome em um tom irritadiço. Logo ele veio até mim com as orelhas pra baixo, Devo ter assustado ele. - entra na banheira! - ele não me obedeceu e eu repeti o comando. Novamente ele ficou parado ao meu lado. Já de saco cheio eu o levantei com esforço e o coloquei dentro da banheira. Ele é realmente pesado, o que é óbvio. Não devo esperar que um cachorro do porte de um pastor alemão tenha o mesmo peso que um poodle. Frankfurt tentou sair da água mas eu o segurei. Ele tentou outra vez mas eu continuei a segurá-lo. Depois de muita resistência o animal finalmente se aquietou.

De joelhos ao lado da banheira, peguei o chuveirinho e molhei todo seu corpo. Depois que já estava completamente encharcado era hora de passar o shampoo. Coloquei o líquido rosa bebê em suas costas e depois comecei a massagear a área. O olhar do animal estava fixo em mim e ele tremia um pouco, mas eu não me importei com isso. Depois lavei sua barriga e as patas traseiras, que estavam completamente imundas. Quando eu ia lavar seu pescoço, o cachorro saltou para fora da banheira ainda cheio de espuma.

Bra: Frankfurt! - corri para pegá-lo, mas o mesmo começou a fugir de mim. O banheiro não é enorme, mas tem espaço o suficiente para que ele possa se esquivar de mim com facilidade. A esse ponto o chão do banheiro estava totalmente sujo com espuma e água, além de algumas coisas caídas no chão.
Tentei agarrá-lo mais uma vez, mas acabei resbalando em uma poça de água e caí. Agora eu já tô perdendo a paciência! - FRANKFURT!! - gritei seu nome com raiva e o cachorro fugiu para o quarto.

Fui atrás dele e continuamos a perseguição. Tinha espuma pra todos os lados e coisas no chão. Depois de vários minutos finalmente consegui agarrar o cão. Ele se debateu para tentar livrar- se do meu aperto e eu o segurei com mais força. O levantei no colo com muito esforço, desse jeito vou acabar com a minha coluna. O levei de volta pro banheiro, e o deixei dentro da banheira. Rapidamente tranquei a porta e voltei em sua direção. Me ajoelhei no mesmo lugar de antes e olhei o bicho nos olhos.

Bra: nem tente fazer isso de novo se não quiser dormir lá fora hoje! - esbravejei e ele abaixou as orelhas. Continuei a passar o shampoo no seu corpo, quando terminei o sequei com a toalha e depois com o secador. Com o animal pronto, o deixei no sofá da sala e voltei pro quarto. Parece que vou virar a noite limpando a casa...

Pov. Alemanha

A latina me levou para a sala e me deixou no sofá. Eu estou com cheiro de algodão doce e não gostei nem um pouco. Essa com certeza foi uma das experiências mais estranhas da minha vida toda. Nunca me passou pela cabeça que um dia a esverdeada me daria banho. Tudo bem que ela não sabe que sou eu, mas ainda foi muito constrangedor. Me senti como um bebê recém nascido tomando seu primeiro banho. Era esquisito sentir as mãos dela massageando meu corpo, fiquei tão desconfortável que tentei fugir. Sei que isso só piorou as coisas, mas eu não ligo. Ela poderia ter esperado para me levar numa petshop amanhã, tenho certeza que fariam um trabalho muito melhor que o dela e talvez fosse um pouco menos constrangedor para mim.

Deitei meu focinho entre as patas e permiti que o sono chegasse.

》》》 Quebra de tempo 《《《

Levantei ainda destruída por tudo que aconteceu ontem. Minhas costas estavam um pouco doloridas por levantar o Frankfurt. Falando nele, percebi que o animal não estava na minha cama. Talvez tenha dormido no sofá mesmo. E será lá a sua cama a partir de agora.

Tomei um banho gelado pra aliviar a tensão dos músculos. Vesti mais uma vez a camisa social branca, o short preto com uma meia calça e depois os saltos. Desci, tomei café e vi que a tigelinha de ração ainda estava cheia. Dei de ombros para isso, talvez ele estivesse tão ocupado arruinando meu jardim que se esqueçeu de comer. Fui pra sala, peguei minhas coisas e saí de casa sem me despedir do animal. Nunca pensei que um cachorro pudesse dar tanto trabalho, e olha que eu já tive uma onça quando mais nova.

Entrei no carro e fui pro trabalho. Quando cheguei fui direto pra minha sala. A japonesa me cumprimentou e ficamos conversando por um tempinho enquanto ela tomava seu café. Porém nossa conversação foi interrompida por alguém batendo na porta. A asiática mandou a pessoa entrar. E foi uma surpresa bem desagradável.

Arg: meninas, o senhor ONU pediu para  que terminassem esses documentos! - a asiática sabia muito bem do meu problema com o azulado, portanto ela só acenou com a cabeça em forma de agradecimento. Então o argentino veio para o meu lado e se inclinou pra frente quando foi deixar os documentos em cima da mesa. Pude sentir sua respiração quente batendo na minha cabeça. Ele deu uma leve cheirada no meu cabelo e eu apenas manti meu olhar pra baixo. Logo ele se afastou, se despediu e foi embora.

Jap: ei, você tá legal? - ela me perguntou com preocupação e eu levantei o olhar para sua face.

Bra: tô sim, é só que eu olho pra ele e não o reconheço mais... - falei meio abalada.

Jap: eu entendo, muitas vezes as pessoas nos enganam e nos fazem pensar que são de um jeito, quando na verdade são totalmente o oposto. - ela suspirou. - e você só percebe quando o demônio já tirou a máscara... - eu sabia a quem ela se referia, mas como ela detesta tocar nesse assunto é melhor deixar passar. A bicolor já passou por coisa parecida, por isso é a pessoa que mais me entende, e sou muito grata por tê-la como amiga.

Bra: é... - concordei em um tom ainda cabisbaixo, mas sinto que isso está sugando toda a energia positiva de nós duas. - mas, que tal falarmos de outra coisa? - falei tentando aliviar o ambiente. A japonesa sorriu fechado e voltamos a conversar sobre outros assuntos.

》》》Quebra de tempo 《《《

Eu peguei todas as minhas coisas e deixei a sala. Fui pro estacionamento, subi no carro e comecei a dirigir pra casa. Deixei o carro na garagem e entrei em casa. Frankfurt estava no sofá, apenas o ignorei e ele fez o mesmo.
Deixei minhas coisas na mesa de jantar como sempre e fui para a cozinha pegar um copo de água. Com o copo já nas mãos eu estava pronta para voltar pra sala quando ouvi o barulho de algo batendo contra a minha janela...

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Eu assisti vídeos de como dar banho em um cachorro pra poder escrever esse cap. Ent tomara q tenha ficado bom 🤡

Espero que tenham gostado!

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É isso! Beijinhos✨✨✨



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