Pov. Brasil
Acordei com a luz do sol que vinha da janela batendo no meu rosto. Bocejei e olhei pro cão que se aconchegava contra meu corpo. Fiz carinho em sua cabeça e brinquei com suas grandes orelhas negras. Ele acordou e levantou a cabeça para me olhar.
Bra: bom dia, Frankfurt! - eu disse animada e para minha surpresa ele começou a lamber meu rosto. Eu ria com sua ação enquanto o mandava parar. Ele me lambeu mais um pouco e então parou. Eu me levantei da cama e fui no banheiro pra me arrumar.
》》》Quebra de tempo 《《《
Terminei de lavar a louça do café da manhã e fui pro sofá. Eu me deitei e então o pastor alemão se deitou em cima de mim. Domingo é um dia meio chato. Eu acariciava o pelo dele enquanto pensava no que eu poderia fazer. Eu já fui no shopping ontem e já levei o Frankfurt pro parque. Acho que ele não vai querer ir lá de novo. Talvez eu só fique em casa, e assista alguns filmes. Meus pensamentos foram cortados pelo som do toque do meu celular. Levantei a cabeça e o cão saiu de cima de mim. Eu peguei o celular que estava em cima da mesa de centro e me sentei. Era México. Atendi a ligação e coloquei o aparelho na orelha.
Chamada On
Bra: oi Mex! - eu disse animada.
Mex: oi... - ela parecia apreensiva.
Bra: tá tudo bem, Mex? Aconteceu alguma coisa? - eu perguntei preocupada.
Mex: é sobre o Argie... - ela falou e eu gelei ao ouvir esse nome.
Bra: o-oque aconteceu? - eu perguntei nervosa.
Mex: acho melhor você vir até aqui... - ela falou e eu fiquei ainda mais preocupada.
Bra: ok! Eu já estou indo! Tchau!
Mex: tchau!
Chamada Off
Desliguei o telefone e o deixei no sofá. Voltei pro quarto e me troquei. Desci as escadas apressadamente e Frankfurt me olhava confuso. Eu fui até o sofá e apertei suas bochechas.
Bra: eu vou ter que sair. Mas prometo que não vou demorar! - eu disse e então fui pra garagem. Entrei no carro, dei partida e comecei a dirigir em direção ao hospital.
Depois de alguns bons minutos, eu deixei o jeep estacionado em uma vaga perto da entrada. Argentina foi um filha da mãe comigo, mas se a Mex acha que eu preciso vê-lo então eu confio nela. Entrei no hospital e fui pra bancada de atendimento.
Aten: posso ajudar? - a atendente perguntou simpática.
Bra: Eu vim ver um paciente chamado Argentina, pode me dizer em qual quarto ele está?
Aten: claro! - ela digitou algo no computador e então leu o que estava na tela. - ele está no quarto 15! É só seguir reto no corredor! - ela me respondeu sorrindo.
Bra: obrigada! - eu sorri pra ela de volta e então segui caminho. Meus passos eram apressados. Eu andava rápido pelo corredor cujo o chão era branco e liso. Logo eu vi um perueano e uma colombiana do lado de fora de um quarto.
Per: que bom que você chegou! - Peru falou enquanto eu me aproximava dos dois.
Bra: Aconteceu alguma emergência? - eu perguntei preocupada e curiosa.
Col: bom... Eu não sei como você vai reagir a isso. Ach... - Colômbia foi cortada no meio de sua fala pelo som da porta abrindo e alguém a chamar meu nome.
Mex: Bra! Você chegou! - a mexi cana exclamou ao me ver.
Bra: aconteceu algo, Mex? - eu perguntei em busca de ouvir a resposta que aparentemente ninguém está disposto a me dar.
Mex: é melhor você entrar! - ela falou e me puxou para dentro do quarto. Vi o argentino sentado na cama do hospital e seu pai, Espanha, sentado ao seu lado.
Logo o azulado me viu.Arg: Brasil! - ele exclamou meu nome com um grande sorriso. Como ele tem a audácia de fazer isso depois de tudo? Ele continuou a sorrir e eu cheguei mais perto da cama junto a mexicana.
Fui surpreendida por um abraço forte vindo dele. O Argentina raramente me abraçava. Por estar em choque, eu não reagi. Olhei para o espanhol e para a mexicana que me olhavam esperançosos, como se me dissessem para fazer algo.Bra: oi Argentina... - eu falei baixo e ele se desgrudou do meu corpo para me olhar nos olhos.
Arg: por que está com essa cara? - ele perguntou confuso, porém eu estava muito mais.
Mex: Argie, posso falar com a Bra por um minutinho? - ele pediu e o azulado acentiu com a cabeça. Logo minha amiga me puxou pra fora do quarto onde estavam os outros dois de seus irmãos.
Per: ele lembrou? - o peruano indagou.
Mex: sim, acho que ele não lembra do que fez! - a norte americana respondeu o irmão e eu continuei sem estar situada no que está acontecendo.
Bra: será que tem como me explicar o que está acontecendo? - eu esbravejei em um tom irritadiço e a hispânica em minha frente voltou a me olhar.
Mex: Argie saiu do coma hoje de manhã, eu estava com ele no quarto quando aconteceu. Ele falou comigo normalmente, mas não mencionou nenhuma parte daquele incidente. Eu liguei pro resto e todo mundo veio correndo. - nessa hora ela abaixou a cabeça e olhou para o chão. - ele não se lembrou deles! - eu fui pega de surpresa e ela voltou a me olhar nos olhos. - os únicos que ele reconheceu foram o papai, eu e agora você! O médico disse que o trauma da pancada afetou as memórias dele. Ele não se lembra de quase nada! - eu tenho certeza de que a esse ponto eu já estava tão pálida quanto um cadáver.
Bra: meu deus... então ele não se lembra do que fez? - eu perguntei e ela fez que não com a cabeça. Ficamos em silêncio por alguns instantes e então eu entrei no quarto novamente. Eu fui até um dos lados da cama e me sentei.
Arg: então eu fiquei apagado por todo esse tempo. Perdi alguma coisa? - ele me perguntou inocentemente. Esse é o meu Argie. Aquele de tempos atrás. Mas as cicatrizes que me causou continuam alí. Eu o olhei com simpatia. Ele errou feio comigo, mas não justicaria para trata-lo mal.
Bra: não, você não perdeu muita coisa! - eu respondi sorrindo minimamente.
Arg: certeza? Eu quero saber de tudo! - ele falou sorridente e eu ri de leve.
Bra: quem sabe quando você tiver alta eu te conto. - eu o respondi.
Fiquei conversando com o Argentino por um bom tempo. Parecia que aquele monstro havia ido embora e o Argie de verdade tivesse voltado. Mas olhar para ele me traz lembranças dolorosas de sofrimento. México me falou que ele vai responder o processo em liberdade. Mas que vão cuidar disso sem que ele saiba, pois o médico falou que tentar trazer todas suas memórias em um único golpe pode prejudica-lo. Um lado de mim está brava com isso, ele deveria pagar por tudo que me fez e se a justiça não o fizesse então eu o faria. Já por outro lado, talvez o esquecimento seja seu castigo. E ao mesmo tempo talvez até uma dádiva. Mas me dá pena ver que ele não reconhece a própria família. Acho que a melhor opção é tentar perdoar. Não quero carregar essa mágoa no coração para o resto da vida. É difícil e leva tempo, mas acho que vale a pena tentar.
》》》Quebra de tempo《《《
Eu me deitei na cama e desliguei o abajur. A luz prateada da lua que entrava pela janela é a única iluminação. Frankfurt se aninhou em meu abraço e eu o fiz carinho. Meus pensamentos se encontravam no argentino.
Bra: obrigada por ter me salvado aquele dia, Frankfurt. Não quero nem pensar no que poderia ter acontecido se você não estivesse aqui. - eu disse e ele levantou a cabeça para me olhar. Depositei um selinho em seu focinho e então sorri para ele. - boa noite! - com isso ele voltou a colocar a cabeça na curvatura do meu pescoço e eu fechei os olhos.
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🐾Em Quatro Patas🐾
FanfictionQuando alguém desaparece e tudo que resta é um cachorro... Shipp: Alemanha x Brasil ⚠️ A imagem da capa não é minha!⚠️