21 ••• uma boa ação, atrai outra boa ação...

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DULCE MARIA

O final de semana passou, e alguns dias a mais também. Eu tentei não pensar muito no ocorrido da minha casa, mas era inevitável. Acabei contando tudo ao meu pai, antes que o coitado criasse expectativas em cima da antiga casa.

Eu fiquei tão traumatizada com a história de não ver sequer a faixada mais, que nem na mesma rua eu queria passar. Temia ver o que se tornou o lar que tive tanto amor de mãe.

E por falar em mãe, hoje mesmo eu vou descobrir mais da minha sogra, vou conhecê-la de perto e quem sabe até convencê-la de procurar o filho, eu sabia que ele sofria com o distanciamento dela, mas não imaginava como deveria agir.

Cheguei na empresa onde ela trabalhava, e como quem não quer nada pedi para chamá-la. Não demorou muito e a senhora de meia idade, cabelos loiros e longos apareceu.

(...)

— quem deseja falar comigo?

— eu... Sra Alexandra, muito prazer. — pego em sua mão — sou Dulce, a sra não me conhece, mas eu sim. Teria um minuto pra mim?

— cla-claro.. — ela responde meio perdida.

— bom, desculpe interromper o seu trabalho. Mas eu sou uma conhecida do seu filho. — quando mencionou a palavra filho percebo sua feição mudar.

— o... Christopher? — ele pergunta — o que... aconteceu... — ela parecia meio aérea quando pensou nele.

— na verdade, ele não quis me falar muito da senhora. Mas eu como tenho proximidade, me senti no direito de pedir que fosse procurá-lo, ele está precisando da mãe.

— ele está doente? — me encara.

— se doente de alma conta, então sim. — digo suspirando.

— ele... tá passando por algum problema menina?

— Sra Alexandra, ele precisa da Sra, só isso.

— tem certeza? Porque Christopher sempre foi muito rebelde, se um dia eu aparecer eu duvido que ele se importe. — seu olho se encheu de água.

— ele tinha seus problemas internos, e agora eu entendi que eles só vão se agravando cada vez mais com a sua ausência. — digo.

— eu não acredito. Christopher sempre quis distância de mim. Fazia de tudo pra me afastar dele. E ele conseguiu. — ela desvia o olhar bem certa do que dizia.

— eu acredito... e também  imagino que deve ter muita mágoa dele... — digo.

— eu tento não ter... mesmo sendo meu filho ele me magoou muito. Fez tudo que uma mãe repudia. Ele passou por cima de mim. Quando o que mais queria era ajudá-lo. Você sabe, os adolescentes quando querem, eles fazem.

— eu sei... — suspiro — eu não sabia que o conhecia desde essa época traumática, mas acabei descobrindo que ele foi piorando hoje, na fase adulta pela ausência da senhora. E é por isso que estou aqui... — me aproximo — acredite, eu o quero muito bem, e quero também que ele mude de vida, mas pra isso precisa que a senhora esteja por perto, isso ajudaria muito. — lhe encaro

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