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DULCE MARIA
E chegou o dia. Nosso casamento era oficial. Desde o dia que fiquei neurótica com o assunto das fotos eu fiquei tão aérea. Christopher percebeu mas eu não dizia. No fundo no fundo eu não tinha certeza do que via. E era tão simples acabar com aquilo, era só perguntar a ele porque guarda aquilo, porque foi tão afundo na investigação de nossas vidas pessoais.
Terminei meus pensamentos quando Maite entrou em meu quarto pra me ajudar com o vestido.
— Amiga, desculpa a demora. O Henrique me disse que tinha que ajudá-lo com a negociação do buffet.
— tudo bem.. — suspiro.
— você parece bem nervosa, me lembro como se fosse ontem quando eu e Henrique casamos — ela ri.
— nossa eu... tô uma pilha de nervos. — digo.
— vocês serão muito felizes, eu não duvido.
— acha... acha que ele me ama? Tanto quanto o amo? — lhe encaro.
— tá brincando Dulce? Claro que ama! Ele é louco por você, mudou por você. Olha quanta coisa ele renunciou por você.
— é... — digo.
— olha, eu vou ter que voltar pra casa. Finalizar os detalhes da cerimonia. Mesmo vocês escolhendo casar no quintal da mansão deu e muito trabalho. Seu pai disse que depois Henrique vem buscá-la.
— ok... — suspiro.
— mas você está linda! Linda linda! — ela sorri.
— obrigada. — sorrio de lado.
— melhora essa cara de nervoso em... é seu grande dia, vai dar tudo certo.
— sim...
Maite foi embora. Fiquei em meu quarto terminando de me vestir. Meu cabelo estava pronto do salão. A make também. Eu só fiquei em casa pra me vestir mesmo. E graças a Deus escolhemos uma cerimônia simples.
Fiquei um tempo sentada em minha cama, repassando tudo que vivemos nos últimos meses. Desde o primeiro dia juntos, até hoje, o dia do casamento. Era estranha a nossa história, e eu me questionei mais um pouco se estava certa.
Estava quase na hora de Henrique vir me pegar. Eu tranquei a porta. Meu pai não estava em casa, já estava na casa de Christopher. Henrique entrou, vendo que eu não respondia. Ele batia na porta querendo saber se eu estava pronta.
— Dulce? Está na hora.
— Eu... eu já vou.
— Tá... vou aguardar lá em baixo.
Fiquei mais alguns minutos lá... pensando. Henrique subiu algumas vezes, tentou me chamar mas eu disse que não estava bem. Que era pra esperar. Ele avisou por conta própria Maite, que disse a Christopher que eu não estava bem. Na casa de Christopher ele disse que estavam esperando por mim, preocupados. E Christopher acabou aparecendo lá. Já havia passado mais de uma hora do meu atraso.
Eu estava estagnada pensando nas fotos e teorias, não conseguia sair do lugar. Até que ouvi alguém bater na porta.
— Amor. Sou eu. — me gelei toda. Ele estava lá pra me buscar na marra?
— Christopher... o que faz aqui? O noivo não pode ver a noiva. — respondo nervosa atrás da porta.
— eu vim saber o que está acontecendo? Está passando mal? Está em dúvida se quer se casar ou não? Me diga...
— Christopher não... — ele me interrompe.
— abre a porta.
— mas...
— abre, eu preciso entender o que ta acontecendo. — eu suspiro e abro porta lhe encarando.
— você está linda. O que tá acontecendo? Desistiu? Me diz. — ele estava preocupado.
— eu... eu preciso saber de uma coisa.
— tá.. claro.
— se lembra daquele dia que eu fui buscar o catálogo no seu escritório? — ele franziu a testa tentando lembrar.
— sim, acho que sim. O que tem?
— eu achei fotos minhas nas suas coisas. Um álbum cheio de fotos íntimas, e invasivas, da época que você nos chantageava, e tal. Só que eu fiquei bem assustada com a precisão das coisas, o quão profundo você foi em nos perseguir. Parecia um tipo de obsessão, sei lá. E por um momento eu cheguei a pensar que fosse tudo um plano e que na verdade você não era quem dizia ser.
— Dulce, que isso?! — ele me encara — eu te disse que mudei, disse que fiz sim coisas assim. Mas... como pode duvidar? Não sente que eu a amo? E o quanto eu mudei por você? — ele me encara meio decepcionado.
— olha... eu sinto... mas tenta ver como eu. Durante muito tempo você foi um homem mal, que fazia coisas assim. E como eu não tinha consciência do quão longe você foi, eu... eu comecei a duvidar. De medo de me entregar e sofrer, entende? — meu olhos começam a marejar.
— entendo Dulce. Mas faltou você confiar em mim, e faltou me perguntar, porque não me disse nada do que estava sentindo? Eu bem que percebi você distante desde então. — ele se afasta.
— eu entendi que se você tivesse fingindo, não iria confessar nada. — a lágrima cai.
— não seja boba, você não me conhece bem não é? Olha... eu devia ter dado um fim naquilo, e eu me arrependo de ter chegado tão longe. Mas saber que você não acreditou no meu amor, dói.
— me perdoe. Vendo você falar assim eu vejo que está sendo sincero. Meu Deus como eu pude duvidar da sua franqueza? — me levando indignada.
— você... é imatura as vezes, mas... eu entendo que tenha duvidado por conta do passado, mas não do que sinto, isso eu não aceito.
— Christopher! — seguro em seu rosto — eu não duvido mais... me perdoe. Eu... eu estava aqui nesse impasse se ia ou não. Jamais aceitaria casar com você com esse sentimento guardado. Mas eu ia, eu juro que ia.
— mas então... você vai casar comigo? Acredita no que sinto? Ou vai ficar aí se lamentando com o passado?
— Meu Deus! Claro que vou casar com você! Eu... só estava esperando acalmar esse coração louco. — sorrio.
— bom... sendo assim, então vamos. Eu esqueço isso, você também. E amanhã mesmo eu queimo aquelas fotos. Que só serviram pra nos prejudicar.
— ah eu te amo! — lhe dou um beijo.
— vamos casar, gracinha. Esquece essas neuras!! Ele da um tapa fraco na minha testa. E saímos sorrindo. Já estava imaginando a cara dos convidados vendo que o noivo abandonou a cerimônia pra ir buscar a noiva.
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Jogo Perigoso | Vondy
FanfictionCONCLUÍDA || +18 || Graças as grandes dívidas do pai, Dulce Maria foi submetida a um casamento rápido com um agiota. Essa seria a única condição de um acordo amigável. Apesar das consequências, Dulce vive entre amor e ódio nessa relação. "As vezes...