Capítulo 8

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Olá, meus amores!

Cheguei com mais para vocês e sei como está sendo sofrido ter só um capítulo por semana, mas vocês lembram do nosso acordo, né? Se tiver bastante comentários, eu venho com mais na quinta-feira, se não, só terça...

Como tenho um coração mole, se esse capítulo bater 600 comentários, volto aqui na quinta!

Agora corram pra ler, porque algo me diz que esse capítulo está babado :P

<3


Quase não sentia o chão sob os meus pés enquanto caminhava para casa, carregando duas sacolas com comida enlatada, um pacote de pão, macarrão instantâneo e dois litros de leite

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Quase não sentia o chão sob os meus pés enquanto caminhava para casa, carregando duas sacolas com comida enlatada, um pacote de pão, macarrão instantâneo e dois litros de leite. As palavras de Hope se repetiam em minha mente e eu quase podia sentir a textura macia da pele do seu rosto sob os meus dedos, a forma como ela inclinou a cabeça contra a minha mão e me deixou secar as suas lágrimas e acariciá-la. Eu sabia que muitos meninos da minha idade já estavam cansados de beijar na boca e fazer sexo, mas como sempre fui rejeitado pelas pessoas em geral, não era para os meus braços que as garotas corriam quando queriam ficar com alguém. Uma voz ridícula soava em minha cabeça falando que, se eu queria perder a virgindade, precisaria pagar para isso, mas sempre a ignorei.

Minha mãe era prostituta e mesmo depois de eu nascer, continuou a trocar sexo por dinheiro. Eu sabia que ela só fazia aquilo porque realmente precisava, não só porque não podia me deixar morrer de fome, mas porque precisava alimentar o seu vício, que começou a crescer quando completei cinco ou seis anos. Convivi com o sexo desde muito pequeno, pois, na época, morávamos em um prédio caindo aos pedaços na entrada de Rosary, onde cada apartamento tinha uma espécie de sala, onde tínhamos um sofá-cama, um banheiro e uma cozinha minúscula.

Minha mãe recebia os clientes ali e me deixava trancado na cozinha, onde eu ouvia tudo o que acontecia. Ela dizia que estava trabalhando e eu não entendia como o trabalho poderia lhe causar dor, pois ela gritava demais, mas com o tempo, pescando uma informação aqui e outra ali, ouvindo alguns vizinhos chamá-la de gostosa e apertarem a sua bunda quando passávamos pelo corredor e, principalmente, assistindo à TV pequena que tínhamos na sala, comecei a compreender o que era sexo e que era aquilo que minha mãe fazia para sobrevivermos.

Talvez seja por isso que a ideia de transar com uma prostituta nunca me fez ficar excitado ou ansioso. Minha mãe não transava com dois, três ou às vezes até quatro homens em uma noite porque era louca por sexo e, sim, porque se não o fizesse, morreríamos de fome. A ideia de usar da precariedade da vida de outra pessoa para me satisfazer era cruel e eu não queria me tornar um daqueles homens que usavam a minha mãe, queria ser diferente e seria. Não era romantismo ou algo do tipo, era apenas a convicção que eu tinha.

Tocar em Hope daquela forma, sentir-me tão íntimo dela e perceber que ela confiava em mim, que havia gostado do meu gesto, me fez perceber que o modo como eu agia não era perda de tempo ou besteira. Se tivesse ido pelo caminho que John sempre desenhou para mim — pois ele gritava na minha cara que eu tinha que pagar logo por uma boceta para foder ou viraria um viadinho —, eu me sentiria sujo e indigno de tocar em Hope. Não que eu estivesse pensando que teria a oportunidade de transar com ela, mas era bom manter meu caráter intacto para ser pelo menos o seu amigo e poder tocar em alguma parte do seu corpo.

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