Kiba Inuzuka

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Aquela cena fez meu coração congelar ao ponto de se partir em diversos pedaços, e foi como se eu pudesse ouvir esses pedaços caindo ao chão.

Quando somos jovens não temos consciência de que nossos atos podem ter consequências no futuro. Principalmente quando seu destino já está traçado antes mesmo de você ter capacidade de pensar por si mesmo.

As vezes estamos sempre preocupados a toa com coisas passageiras. Aguardando a brisa do verão passar junto com os problemas, e isso só causa mais problemas.

Toda guerra, destruição e pequenos desafios ao longo da jornada me fizeram cega sobre o que eu deveria ter prestado mais atenção.

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-S/n você não quer, tipo, sair e...

-Kiba, na verdade eu não posso sair pra brincar com você, minha família diz que sou prometida a alguém do meu clã...- o pequeno apenas me olhou com seus grandes olhos.

-Que besteira, somos crianças, só estamos brincando- ele me pegou pelo braço e corremos pelo parquinho.
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Quando se é criança você só quer crescer, e de repente você se vê distante dos seus amigos e das pessoas que você ama, dia após dia.

Mas você acha que aquilo é normal, pensa que quanto mais o tempo passa e os problemas mudam é só isso que importa. É sobre fazer o que te mandam e viver a vida como qualquer outra pessoa sem se libertar das amarras.

Eu não sabia de nada pelo visto, mas eu sei agora, pelo menos agora eu sei de uma coisa. Eu o amo, mais do que um irmão ou amigo, eu sinto um amor mais intenso que o inverno caindo nessa vila enquanto o observo conversando com ela.

Aquela garota era bela, talvez se eu tivesse dito aquele dia no parquinho, no dia que aquela garotinha idiota de apenas cinco anos só sabia falar em destino.

Ou se ao menos eu tivesse dito algo durante todos esses anos em que estivemos lado a lado. Mas que burra eu fui, porque eu deixei esses problemas me afastarem de Kiba?

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-S/n, desculpe me intrometer, sei que não é da minha conta mas, você já percebeu que Kiba go...gosta de você?- uma Hinata vermelha como pimenta me disse um dia. Naquele dia eu deveria ter corrido e admitido meus sentimentos para ele.

-Hinata, mesmo que ele goste de mim e eu goste dele, não podemos ficar juntos - eu queria poder gritar ao mundo que era ele que fazia meu coração disparar, mas não podia.

- Mas S/n, você tem o direito de....-

-Não Hinata! Eu não tenho direito de escolher quem eu amo- algumas lágrimas caíram de meus olhos.
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Sempre atados a correntes invisíveis, as vezes eu me pergunto porque eu não fui capaz de mudar essas coisas enquanto eu tinha tempo.

De repente eu queria sair correndo, mas minhas pernas não me obedecem. O ar frio saía descompassado da minha boca em forma de fumaça, a neve caía devagar ficando presa em meus fios de cabelo.

Eles parecem um belo casal, agora me pergunto se ele realmente sentiu o mesmo que eu sinto. O destino parecia um mero plano de pessoas mesquinhas nesse momento.

Percorremos um longo caminho e eu queria andar o resto dele ao lado de Kiba. Eu estava certo disso e era isso que eu estava a caminho de dizer a ele hoje.

Mas de certa forma o destino é controlado por pessoas mesquinhas que não estão dispostos a cooperar, ou talvez essa cena fosse a resposta para minha pergunta não feita.

Eu não posso mais ficar olhando isso, meu corpo se dirige sem vontade para longe deles.

-S/N!!!- era sempre bom ouvir meu nome em sua voz, suspiro passando as mãos nos olhos, tenho que limpar essas lágrimas.

-Oi Kiba- sinto o vento frio causado pela sua pequena corrida até mim, ele está a minha frente e a moça que estava com ele antes já não se encontrava em nenhum canto.

- Que bom te ver por aqui, você tinha sumido hein, já estava com saudades.

Ouvimos o som dos latidos de Akamaru que veio ao nosso encontro.

-ah é claro, o Akamaru também estava com saudades.

O grande cachorro de pêlos brancos como a neve também veio me cumprimentar, eu afago sua cabeça e retribuo o sorriso que Kiba carrega no rosto ao observar a cena.

Porque Kiba tinha que agir como se tudo fosse tão normal?. Mas provavelmente deveria ser normal, afinal eu deveria estar feliz por meu amigo.

- Desculpe, estava ocupada com umas coisas em relação a minha família - é a verdade, eu finalmente deixei de ser a garotinha devota a algo que eu não escolhi. Mesmo que me odiassem eu não me importava.

-Algum problema? Você sabe que pode contar comigo....e claro com o Akamaru também, não é amigão?

Seu companheiro respondeu com um latido, finalmente um pequeno sorriso escapou de meus lábios.

- Obrigada, aliás, meus parabéns- as palavras não querem sair, mas eu deveria dizer.

-Pelo quê? - sua expressão confusa me enviou calafrios pelo corpo, será que eu me enganei?

-Bem, é que eu te vi com essa moça agora a pouco... - ele soltou uma risada sem graça enquanto coçava a cabeça.

- Aaah sim, bem, eu estou a conhecendo ainda - um grande buraco negro se abriu abaixo de mim, eu me sentia sendo puxada mais e mais dentro da grande escuridão.

Depois de minutos e lutando contra a vontade de gritar com a frustração, engulo em seco as palavras antes de falar.

-Bem, de qualquer forma eu....

-S/N, na verdade acho tenho que te falar algo, é que eu sempre te amei. É em você que eu penso todos os dias, mas você sempre deixou claro que nada poderia dar certo entre nós e eu me vejo perdido procurando encontrar alguém como você... mas é impossível.

Ponderei antes de ter certeza no que eu iria falar, mas se eu ia dizer alguma coisa tinha que ser hoje.

-Você tem razão, eu disse muita coisa, mas não disse o mais importante. Eu te amei desde sempre, tive medo esse tempo todo porque a única coisa que me ensinaram foi a obedecer uma regra imposta sem minha vontade. Mas eu cansei, e eu sei que demorei demais para acordar, mas a única coisa que eu conseguia pensar em todos esses anos que passei em sono profundo foi em você.

- S/N, você está falando sério? - seu rosto mostrava o quão surpreso ele estava.

- É a primeira vez que falo com total convicção em minhas palavras.

De repente percebo que a moça que o acompanhava antes estava se aproximando, e ele percebe também.

- Me encontre amanhã às quatro da tarde no mesmo local que costumávamos nos encontrar quando éramos crianças - ele se referia ao pequeno terreno próximo ao parquinho, vejo sua silhueta se afastar mas não antes dele finalizar suas palavras.

- Não vou desistir S/N - foram suas palavras em sussurro.


























❤️💙💚💜

Um plot que eu tinha guardado.

Até a próxima 🌸

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