— Ei... Tá se sentindo bem?
Kate geme em resposta, apertando mais o cobertor no rosto.
Tossidas tinham acordado Ben logo de manhãzinha e continuaram por mais uma hora depois que Mia levantou também.
— Me sinto um cocô...
Ben dá um suspiro humorado e diz:
— Vou te trazer um remédio e o café da manhã.
— O café tá aqui — Mia entra no quarto com um prato e uma caneca em mãos. Ela senta na beirada da cama e apoia a comida na mesinha, colocando a mão na testa de Kate. — Você tá com febre.
— Trago água também, então. — Ben dá meia volta e sai em busca de aspirina.
Kate suspira e afasta as cobertas, sentando-se com dificuldade. O cabelo castanho dela está armado e bagunçado, e o rosto pálido está vermelho nas bochechas; ela pisca devagar, cansada, e seus olhos estão cercados de olheiras roxas.
Mia coloca o prato com bolinhos e frutas secas no colo dela e a caneca com chá em sua mão. Kate assopra e toma um golinho sofrido. Ben volta com o remédio e um copo grande de água.
— Obrigada... — ela engole o remédio com a água. Cree aparece na janela com um raminho de folhas no bico e pula na cama, oferecendo-o a Kate. — Obrigada, Cree.
— Então... — Mia junta as mãos. — Quais os planos pra hoje? Eu tava pensando em ir caçar javali e aí-
— Bom, você arrumou seu quarto? — Kate ergue as sobrancelhas, acariciando Cree em seu colo. — Vamos começar por aí.
Mia revira os olhos e cruza os braços.
— Pensei em fazer algumas prateleiras pra despensa — Ben coça a orelha. — e arrumar as portas dos armários da cozinha, que tão rangendo bastante... Pode ser?
— Claro. — Kate suspira e coça os olhos, cansada. — Eu disse ontem pro Ben que deveríamos ir buscar um sofá-cama pra ele lá no centro do Parque. — ela vira pra Mia. — Que tal? Aí você já caça seu porco.
A expressão dela suaviza.
— Tudo bem. Então, ahn, podemos fazer isso à tarde. Agora é melhor você descansar mais um pouco, tá bom?
— Tá. — Kate sorri, fraca. — Antes, Mia, deixa eu te perguntar uma coisa. Seu aniversário tá chegando; como vamos comemorar?
— Ah, é. — ela fica um pouquinho surpresa, como se tivesse esquecido. — Podemos ir pro Lago Maligne que nem ano passado?
A expressão animada de Mia deixa Kate feliz.
— Claro. Vamos nos organizando, então.
Mia sorri largamente e levanta da cama, passando por Ben quando vai ao corredor e entra no quarto para começar a arrumação.
— ... — Ben sorri timidamente. — Ahn, se precisar de qualquer coisa, me chama.
— Claro. Obrigada.
— Descansa.
Ele recolhe a louça suja e fecha a porta do quarto para deixar Kate dormir mais um pouco.
Mia tirou a maior parte da manhã para arrumar seu quarto e organizar as pilhas de roupas e tecidos, além de varrer a casa e organizar o arco e as flechas para caçar. Ben, por sua vez, apertou e lubrificou as dobradiças das portas dos armários, cortou madeira para fazer as prateleiras novas da despensa e dobrou as roupas secas no varal.
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Mortos Revivem
Science Fiction"Cientistas argentinos descobrem vírus milenar em geleiras da Patagônia" Essa foi a manchete que Kate leu na tarde de 30 de junho. Uma cepa antiga e mutada de vírus da raiva é descoberta na Argentina e se espalha pelas Américas em duas semanas, mata...