capítulo 5 - meninos fortes Não choram!

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Era uma praça comum, tinha outras crianças ali mas diferente de Yuji elas brincavam e se divertiam umas com as outras, Gojo levou itadori a um banco mais afastado dos demais, a sombra das árvores era maior, era um local de paz na visão dos demais, Satoru não tinha soltado o menor, ele não tinha reparado que mesmo depois de sentado naquela banco continuava segurando a mão da criança na sua frente, de um certo modo era natural mas o adolescente não tinha a capacidade de entender isso e muito menos reparar.

Gojo - hm... Er.. qual era o seu nome mesmo? - realmente não se lembrava, quando Nanami ou o outro garoto de preto tinham falado ele não estava prestando atenção, sua consciência ainda estava tentando absorver a informação da sua "missão", o sorriso lindo que o garoto tinha em seu rosto foi se desmanchando aos poucos, sua cabeça que antes olhava atentamente para o outro agora ia lentamente para baixo em um olhar de tristeza, talvez ele estivesse magoado por Gojo não se lembrar do seu nome, ou talvez ele só seja egoísta o suficiente para esperar que o outro lembraria do seu nome, era o que Yuji sentia naquele momento.

Yuji - Yuji Itadori... - disse meio desanimado, mas logo o pensamento de que o mais velho finalmente estivesse ô dando moral fez com que abrisse um sorriso em seguida, um simples mas ainda adorável.

Gojo - beleza itadori, me fala.. o que você fez pra se tornar o hospedeiro do Sukuna? - foi direto ao ponto, Gojo não queria perder tempo, queria acreditar mas ainda era muito surreal, na sua visão só vi uma criança e não uma possível maldição que poderia matar centenas em um curto período de tempo, e isso o assustava, mas não admitiria isso por nada, seus pensamentos eram "ver para crer" mas logo viu o semblante de Yuji, era de desespero um medo real que Gojo nunca entenderia em sua vida.

Yuji - e-eu... Eu não.. q-quero falar sobre iss-o... - tentava falar corretamente para o adolescente mas suas palavras não saiam, era como um bloqueio gigantesco, uma barreira, não queria relembrar o que acontece naquele dia - eu não queria.. eu juro - terminou, tentou ser forte e falar direito mas só conseguiu dizer isso, queria se acalmar mas não conseguia então se lembrou da calmaria que sentiu no momento em que olhou nos olhos do mais velho pela primeira vez, a ideia de olhar nos olhos de Gojo lhe veio na mente, subiu sua cabeça o bastante para olhar nos óculos e tentar achar de novo o "céu", estava quase chorando e Gojo tentou consertar a situação de um jeito meio desesperado, tinha acabado de ouvir de uma das mães ali no parque dizer a outra mulher que ele era suspeito, ficou preocupado, e se algumas delas ali chamassem um guarda ou algo do tipo? Não era nada de Yuji nem se quer um amigo, como explicaria para outra pessoa que estava fazendo? Um pensamento lhe veio à mente e os responsáveis de Yuji? aonde estariam?

Gojo - ah! Não precisa chorar, Yuji! não vou de obrigar a dizer nada que não queira ok? Então Não chore tá bom? Não chora, meninos fortes Não choram lembra? - Gojo tentou seu melhor e suspirou aliviado por Yuji o olhar com dúvida e não tristeza, mesmo em falar nada sua expressão dizia um "como assim?" - er... Meninos fortes Não choram, você e forte Yuji, então não deve chorar nunca - Gojo falou aquilo na tentativa de explicar melhor para o garoto e tirar proveito da situação, "assim ele não chora mais" pensava, Satoru olhou o outro com os olhos arregalados, sua expressão tinha mudado muito rápido agora ele sorria de uma forma nunca vista pelo outro 'tem uma luz saindo dele? Porque ele tá rindo assim?! Que estranho não dá pra entender!" O rosto de Gojo estava confuso, sua boca abria e fechava para tentar falar algo mas desistiu no mesmo instante, tirou a conclusão de que se perguntar se ficaria ainda mais confuso com a resposta do menino, tinha certeza, sua mente foi para os responsáveis de Yuji de novo, decidiu perguntar mas dessa vez não de uma forma tão direta, não queria que ele chorasse de verdade agora.

Gojo - Yuji... Então.. aonde seu pai trabalha? E sua mãe? Ela está bem?... Se não quiser responder tudo bem, não tem problema, mas se quiser... - Gojo se amaldiçoou mentalmente, a céus isso foi horrível.

Yuji - não sei, acho que eles morreram senhor Gojo - Yuji ainda tinha um sorriso no rosto ainda não tinha superado a lição que o adolescente tinha o ensinado "Meninos fortes Não choram!" Repetiu em sua mente diversas vezes naquele minuto.

Gojo - ...não me chama de senhor, só Gojo tá bom - Satoru não entendia a criança na sua frente, se seus pais estavam mortos isso não deveria ser triste pelo menos? E outra, se ele não sabia com 100% de certeza o que havia acontecido, isso significa que eles não eram próximos, isso não era normal para uma criança, tudo bem, ele também não tinha sido a criança mais normal do mundo mas Satoru era um caso em particular, Gojo percebeu ali que Yuji não teve uma vida muito feliz por assim dizer, preferiu não comentar nada sobre o assunto, parecia delicado demais.

A tarde foi passada com Gojo fazendo perguntas aleatórias para Yuji como "da onde você tirou o apelou "Nami" pro Nanami? Ele deixou você dizer numa boa?" E outras como essa, e antes mesmo que percebesse retribuiu pela primeira vez o sorriso de yuji mas logo voltou a sua face  séria, o menino não tinha reparado e Gojo agradeceu mentalmente por isso, em um breve momento reparou no céu, um lindo pôr do sol, o horário de aula já havia acabado então achou melhor ir  para o novo endereço que Nanami tinha mencionado mais cedo. Se levantou pegando o papel com a chave e só ali reparou, ainda estava de mãos dadas, ele ficou por uma tarde toda tocando outra pessoa e nem sequer reparou, ignorando seus pensamentos apertou com mais força a mão de Yuji e a soltou, estava tentando processar o que tinha acontecido ali, saiu andando para a calçada, já pegando o celular e ligando para que alguém o fosse buscar, só queria ir pra casa tomar um banho e colocar seus pensamentos em ordem, sentiu sua calça ser puxada de uma forma gentil, Gojo nem baixou a cabeça para olhar o menor não precisava ter mais dúvidas naquele momento, suspirou e observou a rua esperando o motorista chegar, aquela tarde se passou rápido pensava Satoru mas não menos cansativa.

Amável - Gojo x Yuji [FINALIZADA]Onde histórias criam vida. Descubra agora