Pov Márcia
Acordo meio zonza e com uma puta dor de cabeça, olho ao redor que estava escuro tentando lembrar eu me encontrava, caminho com cuidado até a uma persiana onde entrava um pouco de luz. Abro com cuidado a janela por causa da iluminação.
Fecho os olhos e abro novamente para me acostumar com a claridade.
- puta que pariu que dor. Resmunguei olhando ao redor quando sentia minha cabeça latejar
Forçando meu raciocínio a me recordar da noite passada, flashes de Fernando e eu virando copos e mais copos de bebidas e uma garota de cabelos loiros pegando meu número, uma cuca meio brava?
Escutei um barulho vindo do lado de fora me fazendo sair do quarto, respiro fundo e ando pelo corredor que a luz do dia parecia ser menos confortável do que a noite, parecia tão abandonado.
O barulho vinha daquela maldita porta que eu já conhecia bem, memórias da última vez que abri ela e dei de cara com o corpo sem vida de tutu rondavam e uma Inês invadindo minha cabeça me deixando sem dormir direito por dias.
Abro a porta excitando e adentrando ao local descendo devagar as benditas escadas até o porão ou apelidado carinhosamente por mim de portal da caverna do antiCristo.
- Não se preocupe não a corpo e nem vou entrar mais na sua cabeça bom por agora não. Falou virando para mim e me olhando
Ela estava segurando uma maçã já mordida enquanto em sua mesa havia várias coisas estranhas e uma xícara suspeita que saia uma fumaça.
- Sente na cadeira por favor ou prefere ter um reencontro com meu chão? Perguntou me fazendo negar de imediato
- acho que a cadeira que parece que saiu de algum brechó é melhor que o chão. Falei me sentando na mesma e vendo ela com cara séria
- não fale assim de meus móveis, garanto que valem mais que imagina. Falou voltando atenção a sua mesa
- ainda cheira a naftalina e casa de vó. Sussurrei me ajeitando melhor
- o que disse? Perguntou olhando para mim em fúria
- que vossa entidade está fazendo com essa xícara? Perguntei de forma cínica fazendo ela revirar os olhos
- um chá para você melhor dessa ressaca, estava meio lastimado seu estado de ontem . Falou me entregando o copo de líquido suspeito
- Eu nem estava tão ruim assim e por que essa coisa é roxa? Perguntei olhando para o líquido
- não será de todo ruim vamos beba logo antes que não faça efeito, você já deve ter engolido coisas piores na vida. Falou me fazendo engasgar com o ar
Ela me olha mostrando um sorrisinho de lado se divertindo com a minha cara de sem graça que eu fiquei. Tomo de contra gosto me tirando uma careta pelo gosto horrível, parecia alho misturado com terra e inseto.
- acho que vou vomitar. falei entregando a xícara a mais velha
Ela com a outra mão tampa minha boca para tentar conter a minha ânsia de vômito.
- se vomitar não fará efeito, te garanto que não sentirá mais dor de cabeça por um longo período de tempo. Falou olhando nos meus olhos
Depois de três segundos que pareciam horas os nossos olhares se cruzavam e depois era desviado por ela, sempre assim tanto acordada quanto em sonho.
- É melhor eu ir eu ainda tenho que explicar Fernando do meu sumiço deve ter ficado preocupado. Falei me levantando com cuidado
- Seu amigo ruivo com ele não se preocupe, foi avisado que você ficaria por aqui, e pelo andar da carruagem foi até vantajoso para ele. Falou pegando um livro velho e tirando o pó
VOCÊ ESTÁ LENDO
O conto da meia noite
Tiểu Thuyết ChungMárcia queria resposta sobre tudo que estava acontecendo, mas teme que seja coisas demais para ela absorver. " Ao bater do relógio da meia noite tudo que ronda a escuridão peregrina sobre a luz do luar."