— Juro, ela estava muito nervosa, estava quase passando mal! - Sophie falou abrindo a porta do apartamento de Zabdiel. O loiro tinha Ângelo nos braços e o filhote dormia tranquilamente.
Depois do ultimato de Noemi, o porto riquenho voltou em casa pra buscar as roupas da mãe e fez exatamente como ela falou, chamou a garota pra dormir em sua casa e Sophie aceitou de bom grado.
Desde que saiu da cozinha dos Camacho, ele estava pensativo. Sua mãe já conhecia Sophie, é verdade, mas na época eles dois ainda não possuiam uma amizade colorida e Noemi conseguiu perceber as coisas em pouquíssimo tempo. Não era a primeira vez e nem a primeira pessoa que falava sobre o fato de eles parecerem estar apaixonados. Honestamente ele estava relutante com aquela possibilidade, não por Sophie ser uma pessoa ruim, muito pelo contrário, Sophie era encantadora e uma mulher incrível, mas por toda a situação. Eles nunca falaram sobre sentimentos, tudo entre eles ocorreu de forma natural, não era necessário falar. Mas e se ele estivesse mesmo apaixonado? E se toda a amizade e o companheirismo deles fosse por água abaixo por que ele decidiu meter os pés pelas mãos?
— Ei, está tudo bem? Você está pálido. - Sophie o encarou preocupada e ele voltou à realidade.
— Está sim, nena. Acho que a comida pode me ter caido mal, não sei. - Não era totalmente mentira; Seu estômago estava de fato revirando, mas o loiro duvidava que a comida seria a causa do mal estar.
— Vai tomar um banho e deitar, vou fazer um chá, ok? - ela passou a mão pelo rosto do amigo e ele assentiu fraco. Ela ficava tão linda preocupada e admitir isso a si mesmo o deixava mais apavorado.
Durante o banho sua cabeça continuou a mil por hora. Pensou em tudo que aconteceu entre ele e Sophie, desde o dia que a viu na casa de Joel, e de como o cheiro dela era algo que nunca conseguiu esquecer. E jamais conseguiria.
— Está se sentindo melhor? - Sophie já estava deitada na cama, com a xícara de chá, esperando para entregar ao loiro.
— Um pouco, nena. Obrigada. Quer assistir algo? - ele se deitou ao lado da morena.
— Não prefere descansar? - ele negou. - Poderíamos continuar a maratona de Velozes e Furiosos, mas é muito agitado. Vamos assistir um show do Sam Smith!
Os dois amavam Sam Smith, tinham combinado de assistir a algum show dele, mas até então o britânico não tinha dado as caras em Miami.
Sam performava no Abbey Road Studios, era a performance favorita de Zabdiel. Ele estava sentado na cama e Sophie se aninhou em seu peito.
A musica é mágica, ela pode te fazer esquecer de todos os problemas, como também pode te fazer procurar por todos eles em uma linha.
Zabdiel procurava Sophie em todas as músicas daquele show. E ele achava.
Achava ela nos acordes de violão, nas melodias, em absolutamente tudo. Ele sentia que seu coração ia explodir a qualquer momento.
Ele não estava acostumado a sentir aquilo. Ou pelo menos a admitir sentir aquilo. Zabdiel não era o tipo de cara que se apaixonava e namorava muito, ele sempre foi desapegado. Da primeira vez que entregou seu coração pra alguém, viu essa pessoa o quebrar em pedaços por simplesmente não o aceitar do jeito que ele era e querer mudar cada aspecto de sua vida. O que Gwen fez com ele o deixou sem chão e depois disso ele se fechou ainda mais do que antes, mas com Sophie era diferente. Agora, mesmo se dando conta de que estava apaixonado pela garota, ele não sentia medo, ele não queria fugir.
Say it first tocava e ele não conseguia mais se segurar. Aquela música era extremamente clichê para o momento mas talvez fosse a canção que mais representasse o que ele queria falar naquele momento.
I never feel like this, I'm used to emptiness in my heart
Eu nunca me senti assim, estou acostumado com o vazio em meu coração
— Sophie, eu acho que estou gostando de você. - ele falou e sentiu um peso sair de suas costas. - Acho não... eu estou. E muito. Me desculpa por isso, eu sei que somos amigos, mas é impossível não se apaixonar por você e eu devia saber disso, o Christopher me falou que você não era como as outras e que eu iria me apaixonar primeiro, mas eu não quis ouvir.
'Cause I'm never gonna heal my past, if I run every time it starts, so I need to know, if I'm in this alone
Porque eu nunca vou curar meu passado se eu correr sempre que começa, então eu preciso saber, se eu estou nisso sozinho
— E na verdade eu não me tinha me dado conta até meia hora atrás! Mas é por que eu sou mesmo burro, devia ter percebido, eu vou entender se você não sentir o mesmo, mas eu precisava falar. Eu estou gostando de você.
Ele suspirou, nervoso. Se sentia muito mais leve agora, mas o silêncio da garota o deixava pior.
— Você não vai falar nada? - e foi então que quando ele percebeu. Ela estava dormindo. - Eu te odeio, Sophie de Castro. - ele falou rindo fraco, dando um beijo no topo da cabeça da garota e a tirando de seu colo cuidadosamente.
Come on baby, say it first. I need to hear you, say those words
Vamos baby, diga primeiro. Eu preciso ouvir você, diga essas palavras
Na verdade se tinha alguém que ele odiava naquele momento era ele mesmo. Talvez aquilo fosse um sinal, era melhor deixar quieto. Eles estavam muito bem, afinal, pra que mexer nisso e correr o risco de estragar tudo? Se ele tivesse que sair daquilo com seu coração partido, seria uma honra que fosse por Sophie.
So come on darling, if you love me, say it first.
Então vamos querida, se você me ama, diga primeiro.
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Belight - Zabdiel de Jesús
Fiksi PenggemarSerá possível alguém iluminar algo que sequer sabíamos estar escuro? É possível um olhar passar tanta segurança a ponto de nos fazer esquecer de tudo ao nosso redor? Um abraço acolhedor nos fazer querer congelar o tempo? Se alguém contasse para Soph...