Capítulo 05

114 7 0
                                    

Fiquei correndo toda Central City por dias, os cálculos para o algoritmo eram complexos e precisavam de informações detalhadas. Eu não conseguia sentir, necessariamente, os efeitos do poder do meta enquanto corria pela cidade, mas graças à sensibilidade do traje Cisco e Caitlin podiam ver onde ele esteve. 

- Quantas ruas já foram? - perguntei pelo comunicador.

- Metade da cidade, mesmo assim precisa correr por todos os lugares mais de uma vez pra termos precisão. - disse Caitlin. - como está o algoritmo?

- Lento, é algo muito detalhado e trabalhoso. Não sei se vamos terminar hoje.

- Tentou triangular com os locais em que Barry entrou em contato com ele pela primeira vez? Talvez acelere o processo. - aconselhou Harry. 

Ele estava frio nos últimos dias, mais do que de costume. Sua filha decidiu que era hora de ter uma vida diferente e estava dificultando ao máximo ser encontrada pelo pai. Não a culpo, apenas me chateio por Harry não entender a posição da filha em relação à isso. Estávamos todos focados nessa questão do meta, pelo menos eu, Cisco e Caitlin. Joe tem o filho para acolher e aconselhar, além do trabalho na CCPD. Íris está, na maior parte do tempo, focada no jornal. Nos afastamos um pouco desde que os portais foram fechados. 

- Barry, espera! - avisou Caitlin.

- O que houve? - parei bruscamente. 

- Até agora seus níveis estavam quase iguais, poucas variações. Porém, duas ruas tiveram uma queda diferente. O que era?

- Não sei, eu não senti diferença. Vou voltar, me avise se encontrar o ponto chave. - comecei a correr em um raio de 15km dentro da área dita por Caitlin. 

- Para, o que tem ao seu redor?

- Algumas casas, lotes vazios. Grandes espaços vazios na verdade e uma fábrica de sapatos.

- Em algum ponto desse lugar o meta esteve mais vezes. Tem alguma placa com nome?

- A da fábrica, Marques e cia. 

- Ainda está funcionando, mas tem lucros baixos e dívidas exorbitantes. Talvez feche no ano que vem, tem gente de olho no terreno. Algumas multas pela parte sanitária. Entre outras coisas nada relevantes para nós. - disse Cisco quando pesquisou sobre a fábrica.

- Vou correr um pouco mais e depois volto para o laboratório, acha que já tem o que precisa para criar o algoritmo?

- Vamos ver.

No S.T.A.R. labs

- Teve algum sucesso com as amostras? - perguntei para Caitlin.

- Nada que ajude muito, tem complexos nela que eu nunca vi então mandei para Star City. Talvez Felicity possa ajudar. 

- Como assim? 

- Algumas substâncias e composições dentro das cadeias eu nunca vi. Possivelmente por conta da matéria escura. Isolando esses componentes, poderíamos ver do que se trata. Mas não consigo fazer isso aqui no laboratório S.T.A.R.

- Entendi, e você? - falei com Cisco.

- Eu sim tive algum progresso. Quando eu estava escrevendo o algoritmo, percebi que o motivo da demora era não termos conhecimento suficiente sobre as partículas e nem um tipo de tecido que ajudasse na busca por DNA. Tentei primeiro rastrear as suas partículas, mas isso deixou o programa confuso então escrevi este último. - mostra em um dos monitores. - Esse, diferente do outro, usa seus níveis para rastrear e triangular as posições do meta sem usar as suas partículas. Mapeando Central City, consegui ver essas posições e teve dois lugares em que ficaram mais fortes durante o processo. A tal fábrica de sapatos e o Jitters.

- No Jitters? 

- Sim, isso significa que ele pode ter indo várias vezes enquanto também estávamos lá. Das últimas vezes que fomos, você sentiu algo?

- Não.

- Precisamos de acesso às gravações.

- Tá, só tem um problema. O sistema de lá usa cartões para armazenar as imagens das câmeras. Não posso olhar apenas invadindo os computadores. 

- Íris deve ter ainda acesso à isso, vou falar com ela. 

- Barry, mesmo que ela tenha esse tipo de acesso. São meses de gravações, não sabemos exatamente quando o meta apareceu. Nem sabemos o que procurar. - disse Caitlin.

- Vamos começar a partir da singularidade. Pode ser um meta do Zoom e também pode não ser. Mas temos que tentar. 

Conversei com Íris e felizmente ela conseguiu pegar três cartões de imagens. O primeiro e o segundo datam de dois meses depois da singularidade e o terceiro um mês antes do dia em que os pegamos.

- O que exatamente vocês estão procurando? - perguntou Íris.

- Boa pergunta. - falei.

- São meses de imagens, vai demorar.

Salto no tempo: uma semana depois

- Ainda nada? - perguntou Íris.

- Nada, já olhamos mais de um mês e meio. - disse Cisco.

- Aplicou o algoritmo nas gravações? - perguntei.

- Sim, apliquei. Não surtiram efeito algum, por ser um lugar movimentado as partículas tem durabilidade curta. Basicamente impossível indicar alguém. 

Ficamos olhando aquelas imagens várias vezes, sem sucesso em sua maior parte. As gravações passavam em alta velocidade para o algoritmo e eu as observava em detalhes com auxílio dos poderes. 

- Acho que vi alguma coisa! Passa esse arquivo outra vez. - Cisco fez o que eu pedi e observei o vídeo três vezes. - Coloca no momento 16:53 da tarde. Aqui! 

- Não entendi. - disse Cisco.

- Olha a porta, aproxima a imagem e roda devagar. Quando a pessoa de casado entra, a porta abre mais do que ela a empurra.

- O meta?

- Talvez ele tenha encostado na porta, é possível que ainda esteja marcada?

- Acredito que não, muitas pessoas encostam naquela porta. Mas talvez na pessoa sim. - disse Cisco.

- Parabéns e como pretende encontrar essa pessoa? Ainda mais que ela está de costas para a câmera. - usou de ironia Harry ao entrar no córtex.

- Alguma outra ideia, gênio?

- Oi gente, o que está acontecendo? E as gravações? - Caitlin chegou ao laboratório.

- O algoritmo não surtiu efeito por motivos de ser um lugar muito movimentado e também, sem nenhuma impressão digital ou tecido, não ajudou. Mas tivemos uma coisa, talvez dê resultado.

- O que encontraram?

- Em uma das gravações, alguém abriu a porta e o meta passou junto. Achamos que se formos até essa pessoa, ainda estejam quase intactas as marcas do meta. 

- Cadê as imagens? - mostramos e ela observou durante uns minutos. - Espera, estão procurando esta pessoa? - apontou e afirmamos que sim. - Eu sei quem é...sou eu. 







The Flash - Mundos ConectadosOnde histórias criam vida. Descubra agora