Capítulo 12

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Após a corrida dentro do acelerador, Natalie e eu nos sentimos muito bem. Os outros questionaram o motivo de não cumprirmos a meta estabelecida. Eu sabia que só podia dizer a verdade à uma pessoa, então contei parte dela para o time.

- Ah...bem, correr somente por diversão é ótimo...estivemos tão pensativos e...tensos nos últimos meses. Achei que não faria mal.

Na realidade, eu havia sentido novamente aquela estranha sensação familiar. Dessa vez com uma coisa diferente. Quando vi Caitlin mais afastada do grupo decidi contar, ela era a única outra pessoa, além de mim, que mencionou familiaridade com a garota.

- Caitlin, podemos conversar? 

- Aconteceu alguma coisa?

- Sim, aconteceu. Dentro... - olhei para trás, conferindo estarmos sozinhos - do acelerador, enquanto corria, senti novamente naquela sensação, mas dessa vez...eu vi algo.

- Viu algo? O que?

- Era tudo meio borrado, como feixes de luz...só não pude ver com clareza.

- Já passou por algo semelhante? 

- Já, quando atravessei o portal para a Terra 2...Jay ou seja lá quem ele tenha sido...nos avisou para não confundir o que veríamos lá com o que temos aqui.

- O que você viu dentro do portal?

- Não sei explicar...

- Consegue explicar algo que tenha visto ou supor o que tenha causado isso no acelerador?

- Talvez resquícios do portal ou eu tenha ido rápido o suficiente para ativar essas memórias dele.

- Acho meio improvável que sejam resquícios do portal em si, mas ser sua memória...talvez.

- E por qual motivo minha memória estaria borrada? Nem faz tanto tempo assim, fora que eu tenho uma excelente memória.

- Algo bloqueou...talvez a Natalie tenha feito isso.

- Como? 

- Talvez a velocidade que ela emana tenha atrapalhado sua visão, ou esqueceu que ela involuntariamente emana velocidade?

- Não me esqueci, mas...se...minha velocidade meio que "mostra" ou "ativa" memórias relacionadas à velocidade ou passagem temporal, significa que Natalie também pode ver memórias...

- Ou até mesmo mostrá-las. - constatou.

- Vamos assumir que foi ela então?

- Não, por enquanto.

Dias depois

Fizemos mais dois testes como aquele primeiro, infelizmente, quando testaríamos o quarto, não cheguei à vibração necessária. O que atrapalhou bastante o procedimento. Natalie se sentia melhor mais ainda estava doente, logo perderia a velocidade, isso se já teria perdido se não fosse pelos testes. Não poderíamos saber, a procura por uma solução definitiva estava no meio do caminho, mas como não adiantaria todos nós dentro de uma única sala pensando incessantemente, decidi focar um pouco na cidade e na CCPD.

Com esse tempo fora do S.T.A.R. labs organizei muita coisa, meu laboratório na CCPD foi umas delas. Ajudei como Flash, prendi outros meta-humanos. O último meta que prendemos foi meio trabalhoso, seu corpo produzia um óleo extremamente escorregadio. Confesso, era nojento, mas sequei seu corpo correndo ao seu redor. Incrível como uma única tática serve para várias ocasiões. Joe não foi ao laboratório S.T.A.R nos últimos dias, Íris se concentrou mais no jornal - as matérias dela sempre vinham com uma polêmica nova, algumas pessoas concordavam, outras discordavam só que todos sabiam do talento dela para o jornalismo. 

Cisco e Harry estavam sempre discutindo ideias e também discutindo seriamente. Seu principal pensamento era sobre a possibilidade de reabrir os portais. Nenhum deles gostava da ideia, mas sabiam da possibilidade de capturar o Zoom. Porém, claro que também estavam procurando uma maneira de ajudar Natalie. Descobrimos que se Reverb poderia controlar as ondas vibracionais, Cisco também poderia. Quem estava mergulhada no trabalho era Caitlin...saber que Jay era o Zoom, não foi a notícia mais feliz do mundo e nenhum de nós podia fazer com que parasse. Dessa vez, seu empenho era em ajudar Natalie e achar um jeito de abrir novamente os portais.

No momento são 14:00 da tarde, preferi correr até o cais. Espairecer. Não resisti e corri sobre a água, sendo tão rápido para não afundar. Me veio à cabeça a situação dentro do acelerador, dias atrás. Concentrei minha mente naqueles feixes de luz que passavam, sumiam e reapareciam e pude ver uma foto com três pessoas: um bebê, uma mulher e um homem. O barulho de um navio me assustou e fez com que desviasse minha rota para terra firme, mas eu sabia que aquilo não era tudo; não pude ver as pessoas na foto, não podia reconhecê-las.

The Flash - Mundos ConectadosOnde histórias criam vida. Descubra agora