The Flash - Mundos Conectados

Capítulo 04

Passei um bom tempo observando a imagem feita pela máquina de marcas. Algo precisava me dar um norte. Estava lá parado, mergulhado em nada. Mente focada e distraída. Fui acordado por Caitlin que estava com um olhar amigo e carinhoso.

- Não acha que precisa de um descanso? 

- Talvez, mas seria melhor eu continuar aqui.

- A foto não vai fugir Barry, nem mesmo o meta. Os portais estão fechados, lembra?

- Sim, eu sei. Mas parece que ainda há essa chance de fuga. - ela colocou a mão no meu ombro.

- Não se cobre tanto, uma hora ele vai andar em linha reta e em algum ponto vamos pegá-lo. - Caitlin havia me dado a informação necessária para ver o que não conseguia na imagem.

- É isso...linha reta, é isso! - Caitlin não entendeu muito bem, mas explicaria prontamente.

Reuni quase toda a equipe Flash no córtex, Joe estava enrolado na CCPD então não pôde vir. Pedi que Cisco buscasse por linhas conectadas na mesma direção dentro da imagem e pudemos ver algo interessante.

- O meta andou em linha reta? - indagou Íris.

- Pelo visto sim. Quando eu estava olhando a imagem, procurei por algo que indica-se que ele "jogou" as partículas. Em uma explosão ou sei lá. 

- Se ele anda em linha reta, e mesmo assim conseguiu marcar o lugar todo, significa que ele emana essas partículas? - perguntou Íris mais uma vez.

- De certa maneira sim, pode ser também que ele não controle isso. É como um ciclo.- constatou Harry.

- Ele pode estar instável? - perguntei.

- Ou apenas ser incrivelmente poderoso. - pronunciou Cisco.

- Difícil dizer, do mesmo jeito que ele pode não controlar nada, pode também controlar, mas parcialmente.

- Parcialmente?

- É como se ele controlasse os poderes, mas o corpo não aguentasse uma quantidade de energia grande dentro de si e o corpo expele essa energia sem que ele possa impedir. Seria talvez uma ação involuntária, mecanismo de defesa. E se ele não controla ele próprio, uma instabilidade pode acontecer. - continuou Harry.

- Podemos rastrear de alguma forma? - perguntei.

- Talvez, com um algarismo. Vai demorar um pouco. - disse Cisco. 

- Sem problemas. 

Cisco e Harry saíram do córtex, sobrando apenas eu, íris e Caitlin - que estava concentrada em suas pesquisas. Caminhei tranquilamente até Caitlin, queria saber se o exames com a amostra tinham dado resultado.

- Conseguiu alguma coisa com as amostras?

- Infelizmente nada ainda, mas espero chegar em algum lugar.

- Certo, eu vou te deixar trabalhar. Até amanhã. - encostei a mão no ombro dela e quando tirei, por uma fração incrivelmente pequena, senti prender minha mão à pele de Caitlin. 

- Até. - ela cumprimentou. 

No dia seguinte, Joe me ligou dizendo que o trabalho da perícia foi solicitada. Haviam denunciado um estranho cheiro de queimado, quando os bombeiros chegaram ao local, se depararam com um corpo carbonizado e chamaram a polícia. 

- O que tem para me contar? - perguntou um dos policiais.

- Olha, o corpo foi encontrado em um lugar com boa passagem de ar, mangueira e extintores de incêndio e detectores de fumaça. Nada disparou ou foi usado. Acidente não foi. 

- Isso eu já reparei, até mesmo quando falei com os bombeiros e com quem fez a denúncia. Não tem nada danificado, tanto por dentro quanto por fora. 

- A denúncia, quem fez? - perguntou Joe.

- Aquele cara. - apontou para um homem que conversava com outros policiais.

- Alguma possível relação entre ele e a vítima? 

- Ele afirma trabalhar aqui há 4 anos. Vem, faz a contagem do estoque, limpa, deixa relatório e logo vai embora. Não tem nada nas câmeras de segurança, aparentemente não gravaram nada.

- O corpo, provavelmente, sofreu a carbonização poucas horas atrás. O chão embaixo dele ainda está um tanto quente. - eu disse.

- Qualquer outra coisa que descobrir me avise, vou levar o cara para a CCPD. 

- É estranho, Joe. Ao redor do corpo não tem manchas do fogo, detectores não foram ativados...

- Está dizendo que não houve fumaça?

- O corpo não foi queimado aqui, mas sim trazido depois do crime. 

- O que pode ter causado a carbonização? 

- Não vejo como um choque pode ter causado isso, fogo teria de ser incrivelmente alto com agravantes. E não foi acidente, com toda certeza.

- Vamos deixar isso só para a polícia, por enquanto. 

- Concordo.

Salto no tempo: Dois meses depois

- Eu estive pensando: e se usarmos a fraqueza do Barry para escrever um algoritmo com base nos níveis dele quando entra em contato com o meta? - disse Cisco.

- A que se refere? - perguntei.

- Bem, se o meta emana o poder e como Harry disse, parcialmente não o controla. É possível que ele tenha passado por lugares ou permanecido em algum por certo tempo e com você indo à esses locais, podemos monitorar os seus níveis. Podemos até deixar os monitores da roupa mais sensíveis.

- Poderia funcionar, mas pra isso ele tem que percorrer toda Central City. - foi a vez de Caitlin.

- Sem problemas, eu topo. Em quanto tempo consegue preparar o traje?

- Vou começar a trabalhar nisso agora mesmo. 

- Eu vou ao Jitters, quer vir? - perguntou Caitlin.

- Quero.

Gosto muito da companhia da Caitlin, é tranquila e serena. Não sei explicar. Apenas gosto de sua companhia. Ela e Cisco fazem de tudo para ajudar e tentar aprimorar meus poderes, Caitlin sempre teve motivos fortes para entrar nessa missão. Só espero que eu possa mudar seus motivos, já que todos, até agora, trazem tristeza.