Le chien et le paon (Bônus)

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  Lúcios entrou em sua casa/mansão após um longo dia de trabalho no ministério, já era bem tarde então ele acreditava que Sirius já havia jantado e provavelmente estaria dormindo, o loiro tirou a capa e a pendurou em um gancho perto da grande porta de madeira e amarrou os cabelos enquanto seguia até a sala de estar, logo se deparou com o homem de cabelos pretos ondulados encolhido em uma poltrona em frente a lareira com uma garrafa de firewhisky vazia largada no chão enquanto o mesmo soltava breve soluços junto as lágrimas.
  O loiro arqueou a sobrancelha e caminhou calmamente até o marido e se sentou no braço da poltrona afastando os fios desgrenhados do Black lhe dando a visão do rosto do homem, as bochechas e a ponta dos nariz avermelhadas, os olhos lacrimejantes e o mais marcante cheiro de álcool.


- Sirius, o que aconteceu? - Lúcios questionou amarrando os cabelos ondulados do marido.

- Eu poderia ter salvado o Régulos, eu não deveria ter fugido sem ele. - O homem disse com a voz embargada deixando que as lágrimas escorressem por suas bochechas.

- Meu amor, todos fazemos escolhas ruins na vida, você não podia fazer nada para mudar. - O loiro tentou confortar o moreno.

- Eu poderia ter tirado ele de casa antes de receber a marca, eu deveria ter protegido ele de virar um comensal e morrer como um vilão. - O Black disse com a voz rouca.

- Eu não sei quem te disse que seu irmão morreu como um vilão, mas eu lhe asseguro que isso é a mais pura mentira. - O Malfoy sabia da verdade, ele sabia de como Régulos enxergou o perigo que o pedaço da alma de seu senhor estava em perigo, foi naquela época que o lorde das trevas estava dando indícios de uma certa loucura.

- Ele provavelmente morreu em uma missão dada pelo nosso senhor, ele poderia estar vivo se eu tivesse feito alguma coisa, mas eu fugi como a porra de um cão assustado. - As lágrimas desciam pesadamente enquanto a voz do Black ficava mais rouca e embargada pelo álcool e tristeza.

- Siri, seu irmão não morreu em uma missão, nosso senhor achou uma forma de permanecer imortal e criou objetos que permitiriam isso, mas isso estava lhe custando sua sanidade na época, Régulos enxergou o que poderia vir a resultar em muita desgraça para todos os lados e ele fez a única coisa que pensou na hora, ele morreu tentando destruir um objeto do lorde, ele morreu tentando fazer algo bom naquele momento, só Merlin sabe o que poderia ter acontecido se meu senhor tivesse sucumbido a insanidade. - Lúcios murmurou com a voz branda acariciando a bochecha do animago.

- Eu sinto tanta falta dele, eu sabia que tinha algo errado, Remus me alertou de todas as vezes que o ouviu chorar no banheiro masculino, mas eu o ignorei por conta do meu orgulho. - A expressão de Sirius denunciava toda a dor que ele estava sentindo.


  Virou praticamente um rito anual do Black usar o dia do aniversário de seu irmão morto para lembrar de todas as suas atitudes e escolhas erradas que se não tivessem sido feitas poderiam ter evitado a morte de seu único irmão, Sirius amava Régulos mais do que tudo, ele queria ter protegido seu irmão das garras da sua mãe desestabilizada e completamente maluca, mas ele fugiu, ele sumiu na primeira oportunidade que apareceu e em parte ele se arrependia daquela decisão.
  Seu irmão precisava dele, se ele tivesse ficado ao lado do Black mais novo o mesmo estaria vivo ao seu lado e sendo os mesmo irmãos e melhores amigos que eram na infância, mas Régulos não estava mais lá e não tinha mais volta.


- Amor, olha pra mim. - Lúcios pediu tirando Sirius de seus devaneios. - Seu irmão te amava e nada nunca vai mudar isso, todos nós temos nossos esqueletos no armário e se afundar nisso não vai trazê-lo de volta. - Completou olhando profundamente nos olhos tempestuosos do animago.

- Na última vez que nos vimos a gente brigou, ele estava tão mal psicologicamente e fisicamente, eu só gritei falando o quão ruim e mal ele era, eu não acredito que deixei ele morrer achando que eu o odiava, eu o amava tanto, ele era tudo o que eu tinha. - A respiração do animago estava pesada e ofegante.

- Onde quer que Régulos esteja, ele sempre soube que você o amava. - O loiro sussurrou abraçando o marido. - Eu virei comensal por causa do meu pai, pode parecer estranho, mas eu não sei se seguiria nesse caminho se não fosse pela influência dele, pode ser hipocrisia, mas estou muito feliz que Draco não tenha seguido o mesmo caminho que eu. - O homem comentou acariciando os cabelos do Black bêbado.

- Por que você aceitou? - O moreno resmungou com a voz rouca.

- Na época meu pai era meu ídolo, ele me ensinou muito e eu queria ser como ele, porém eu não imaginei no que minha vida viraria, agora eu sigo alguém e sirvo a alguém, talvez eu só tivesse aceitado a marca pra ter mais uma coisa igual ao meu pai, mas a verdade é que eu nunca vou ser igual ao meu pai. - O loiro sorriu sem humor beijando a têmpora do animago. - Vem é melhor você dormir. - Completou levantando o moreno que se agarrou no Malfoy.

- Eu te amo Lúcio. - O Black resmungou baixinho.

- Eu também te amo Sirius. - O Malfoy sorriu deixando um beijo calmo nos lábios de Sirius que tinham um forte gosto de firewhisky.


  Lúcios ajudou Black a chegar no quarto dos dois e o deitou na cama o cobrindo com um cobertor, o loiro beijou a testa do moreno antes de se afastar.


- Eu vou jantar e volto para dormir com você, está bem? - O loiro murmurou rente ao ouvido de Sirius.

- Tá bom. - Sirius respondeu agarrando o cobertor.


  Malfoy sorriu minimamente antes de sair do quarto deixando seu marido deitado em sua cama, o loiro desceu até a cozinha e pediu para que um elfo lhe desse o jantar e o homem jantou com calma pensando em tudo que seu marido havia lhe falado, Lúcios mais do que ninguém sabia que todos têm seus demônios, mas a melhor opção para lidar com eles é aceitando que você pode melhorar e não apenas ficar se lamentando sobre o passado.
  O mais velho suspirou ao terminar de jantar e subiu de volta ao quarto, ele trocou de roupa vestindo um pijama de seda azul claro e se deitou ao lado do Black o puxando para abraça-lo com ternura fazendo ambos os corpos colidirem.


- Dorme bem meu amor. - Lúcios sussurrou no ouvido do moreno que já dormia.

Little PeverellOnde histórias criam vida. Descubra agora