Capítulo 14 - Resgate pt. 2

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Levi's pov [ON]

Após a ameaça que fiz, Nile não teve para onde correr.
Levou Hange e eu até um lugar fora do quartel, não muito longe, onde tinha uma porta escondida no chão em meio às folhagens.
Se ele não tivesse nos mostrado o caminho, talvez nós demoraríamos a encontrar. Estava muito bem disfarçada entre as árvores e plantas.

Deixei-o com Hange que continuou com a faca em seu pescoço e fui abrir a porta.
Havia uma longa escada até o subterrâneo e algumas tochas nas paredes que iluminavam o caminho.
Era tudo muito abafado.

Um longo corredor nos aguardava bem ao final na escada, com uma bifurcação logo no fim.

- Pra que lado? - indaguei-o.

- Ela está na primeira cela à esquerda. - respondeu sem vontade. Hange aproximou mais a faca de seu pescoço causando um pequeno corte.

- Acho bom mudar esse tom aí. Você não tá afim de ver o Levi perder completamente a paciência. - disse ela com voz séria. - Saiba que você está vivo só pra nos mostrar o caminho, após isso, será  completo inútil. Se eu fosse você, implorava pela vida. Você tem uma esposa, não tem? - dizia ela. Em seguida enfiou a mão no bolso dele e jogou para mim um molho de chaves.

Não fiquei pra ouvir o resto do papinho. Corri atrás da cela que Nile indicou e procurei a chave certa até conseguir abrir a porta.

Meu coração não parava de bater descontroladamente no meu peito.
Suor frio escorria pela minha testa e eu sentia que minhas entranhas estavam sendo sugadas por alguma força invisível dentro de mim.

Assim que a porta foi aberta pude ter uma visão nada agradável da pessoa que estava lá dentro.

Jogada no chão sujo e gelado, estava ela.
Apenas com roupas íntimas e acorrentada pelas mãos e pés.
Ela estava desacordada, com muitas feridas espalhadas por todo o seu corpo frágil. Uma camada de fumaça fina a envolvia, subindo lentamente de suas feridas.

Meu sangue ferveu.

Como alguém pôde fazer isso com ela?

Aproximei-me dela tendo o cuidado de não machucá-la encostando nas feridas. Chamei-a algumas vezes, mas ela não respondeu ou deu qualquer sinal de ter ouvido.

Senti meu coração parar por um minuto e minha garganta secou.

Aproximei lentamente meu ouvido de seu peito.

Ba-dum... Ba-dum

O coração ainda estava batendo.

Suspirei aliviado.

Sua respiração estava um pouco fraca e ela aparentava estar febril.

Tirei minha camisa para poder cobri-la e desprendi-a das correntes.

Seus pulsos e tornozelos  estavam  machucados. Ela provavelmente tentou desesperadamente se soltar, mas não teve êxito.

Eu estava coberto de raiva, mas me contive para poder cuidar dela primeiramente.
Depois que a soltei e cobri, peguei-a no colo e saímos daquele lugar imundo e frio.

Não quis olhar na cara daquele desgraçado.

Apenas falei para Hange cuidar dele que eu ia levar Elena de volta.

Montei no cavalo com ela em meus braços e logo fui para o nosso quartel.

O dia estava chegando ao fim.
O céu estava colorido com as cores do fim de tarde.
Vermelho, laranja, amarelo.

A luz do sol pairava sobre o rosto da garota à minha frente, dando uma cor ao seu rosto pálido.
As sobrancelhas levemente franzidas dela indicavam que talvez estivesse sonhando com algo. Talvez um pesadelo ou uma alucinação.

Caos | Levi AckermanOnde histórias criam vida. Descubra agora