Capítulo 20 - 57ª Expedição pt.2

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O imenso portão da muralha Rose foi aberto, dando-nos acesso ao lado de fora da muralha, agora inabitável para nós humanos.
Com um comando do Comandante Erwin, nos dirigimos para o lado de fora e nos dividimos pela formação.

Eu fiquei no lado esquerdo juntamente com Nick, Eld, Armin e Reiner.
Os outros estavam divididos, alguns como o Capitão Levi, Eren e Comandante Erwin estavam no centro, outros estavam no lado esquerdo e os veteranos pela retaguarda.

A cidade por onde passamos não estava tão cheia de titãs, mesmo assim, decidimos seguir pela estrada próxima a floresta.
Haviam apenas casas pequenas à beirada, de no máximo dois andares. Os prédios maiores estavam mais ao centro, então possuíamos uma boa visão dos arredores e possíveis titãs.

Para amenizar ao máximo a chance de baixas, evitamos o combate direto apenas desviando dos titãs que estavam ao longe, para que não nos vissem e viessem em nossa direção.

Para isso, usamos os sinalizadores, que nos mostram o que fazer e para onde ir. Indicam também a localização de titãs e se são tipo raro.

Avançamos pela estrada por um bom tempo, sem qualquer empecilho. Eld nos guiava mais a frente, por ser o mais experiente de nós. Eu estava atrás dele, entre Nick e Armin, e Reiner estava atrás de nós.

Ainda era cedo da manhã, talvez por isso não haviam tantos titãs ativos na região. O céu acima estava numa tonalidade meio avermelhada. Alguns raios de sol já podiam ser vistos se esgueirando por entre as folhas das árvores.

- É um belo dia. - disse Nick ao meu lado. Ele assim como eu estava apreciando a vista.

- É mesmo. - ouvi Armin concordar.

- Acham que vai demorar para encontrarmos algum titã? - soltou Nick sem desviar o olhar da estrada e dos arredores.

- Espero que sim. - respondi fitando-o por um segundo e logo voltando a atenção para o caminho. - O sol já vai aparecer por completo, é bom estar atento.

- Eles bem que podiam dormir mais um pouco e nos poupar do trabalho, ainda estou com sono. - falou Nick logo em seguida soltando um bocejo.

- Eles não dormem, não é? - respondi. - Não são preguiçosos como você. - brinquei com ele e dei-lhe um sorriso.

- Eu não sou preguiçoso. - refutou com um bico.

- Aham, sei. - falei e após isso nos calamos por um tempo que não durou muito, pois logo Armin quebrou o silêncio com um questionamento.

- Eles são tão estranhos. Se parecem muito conosco, e ao mesmo tempo são tão diferentes. - ele dizia com um olhar que não consegui decifrar. Talvez um pouco de pesar e confusão. - Eles não precisam comer ou dormir, mas mesmo assim matam e devoram quantos humanos aparecerem em sua frente.

Ficamos em silêncio sem saber o que dizer por alguns instantes.

Todos nós já nos perguntamos isso, mas até agora não conseguimos respostas.

A missão de ir até Shiganshina e o porão da casa de Eren era nossa única esperança de uma explicação.

Fitei meus olhos na estrada adiante mais uma vez. Já estávamos longe das casas e da cidade. Agora apenas árvores nos cercavam, algumas bem grandes, mas ainda menores que as gigantes de 50 metros ou mais. Seus troncos eram bem espessos, e as folhagens eram cheias.

Um vento gelado soprava em minha pele fazendo-me arrepiar de vez em quando.
Durante o trajeto, tudo ficou silêncio novamente. Só ouvíamos o som dos cavalos correndo e as lâminas de metal balançando juntamente com o equipamento.

Caos | Levi AckermanOnde histórias criam vida. Descubra agora