🎼 capítulo 01.

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( 01. mudança )

Quando papai estacionou o carro em frente a nossa nova casa, a única coisa que fiz foi olhar pela janela e apreciar o vento frio batendo em meu rosto. A cidade era úmida e cheia de árvores, o que dava um certo charme e me chamava a atenção, já que vivi em Londres desde que nasci.

Mamãe colocou a mão em minha perna, chamando minha atenção, e eu a olhei atentamente. Meus olhos foram para sua boca, lendo o que seus lábios diziam para que eu pudesse entender.

— Vamos, querida.

Assenti, juntando minhas coisas e saindo do carro. Papai já estava carregando as malas para dentro de casa junto de um empregado e mamãe veio em minha direção, dizendo para eu entrar e conhecer a casa. Apenas assenti novamente, levantando meus olhos para a casa grande e antiga.

A Residência Winston era uma das propriedades da Família Winston. Vovó nasceu em Forks e se casou com vovô quando ele acabou vindo para essa cidade, por engano. Foi amor à primeira vista, e logo Lilian Ryan e Michael Winston se casaram e tiveram meu pai, Joshua. E depois, foram embora para Londres, onde a família Windsor fazia morada.

A casa era grande e ficava afastada da cidade, com dois andares e tantos cômodos que eram exagero para só três pessoas. Feita de pedras claras e com muitas janelas, o lugar parecia imponente, rodeado de árvores e com um grande muro cercando a propriedade. Havia apenas uma entrada, que era o portão principal - um grande portão de ferro escuro, com o emblema da família, o W no centro.

Era um lugar destoante do resto da cidade, que era muito simples.

Suspirei, segurando a alça da minha mochila e adentrando pela porta principal. Andei pela casa, vendo as salas, cozinha, áreas de lazer e outros cômodos, logo subindo para o segundo andar e indo em direção aos quartos.

Abri todas as portas, tentando procurar pelo meu. A grande maioria estava com pouca decoração, mostrando que eram quartos de hóspedes. Abri mais duas portas, e na terceira encontrei o quarto de meus pais. Fechei a porta, continuando com minha busca. Quando abri a última porta do corredor, enfim achei meu quarto. Entro no lugar, fechando a porta atrás de mim e observando todo o cômodo.

Por ser o quarto do final do corredor, ele ficava de frente para a floresta e ao invés de ter uma parede normal e uma janela para a paisagem, havia uma grande parede de vidro. Pela luz natural entrar no quarto, as outras paredes e móveis eram de cores claras com o branco predominando, fazendo o quarto se iluminar sem precisar acender a luz. Tinha, também, pesadas cortinas cinzas, para cobrir a parede de vidro.

De frente para a parede de vidro, estava minha cama. Ela era grande e a cabeceira parecia estofada. Me sentei no colchão, testando sua maciez e depois me deitei entre as muitas almofadas. Na frente da cama havia um divã bege, uma mesa de centro com tampo de vidro e duas poltronas pequenas, na mesma cor do divã. No chão, um tapete bege um pouco mais escuro, cobria o chão da cabeceira da cama até atrás das poltronas.

Do lado direito tinha um sofá, lareira e um espelho grande logo acima da lareira. De cada lado da lareira havia uma porta, uma para o closet e outra para o banheiro.

Sinto o celular em meu bolso vibrar com uma mensagem e o pego, desbloqueando a tela e vendo que mamãe estava na porta e perguntava se podia entrar. Digitei sim e cliquei para enviar. Logo depois, a porta abriu e mamãe entrou.

Clarice Randall Winston era uma mulher muito bonita, com cabelos loiros e pele pálida, alta e de uma elegância sem tamanho. Mas, a melhor coisa nela, era que Clarice era a melhor mãe do mundo.

— Gostou do seu quarto? — Seus lábios se movimentavam devagar, e ela sentou ao meu lado para facilitar a conversa.

Assenti.

Vi seu peito subir e descer devagar e soube que ela suspirava, fechando os olhos por um momento.

— Precisa falar, querida. — Sua mão veio para o meu rosto, acariciando minha pele pálida igual a dela. — O médico falou que é muito bom estimular as cordas vocais para que você não perca a fala.

Dessa vez, foi eu quem suspirou.

Falar foi uma das coisas que se complicaram depois de perder a audição. Era estranho falar e não ouvir minha voz, sem saber se estou falando baixo ou alto, não podendo controlar meu tom de voz. No começo, eu falava. Mas gritava, para sentir minha garganta vibrar com a voz saindo.

Mas, quando me falaram que eu estava gritando, apenas parei de falar tanto, resumindo a frases baixas e curtas. Gestos eram o suficiente.

Os olhos escuros de mamãe estão nos meus, esperando para que eu fale. Subi minha mão direita para a garganta, molhando meus lábios e tomando coragem para falar. Falei a frase em minha mente, imaginando o tom que gostaria de falar e, depois, abri a boca, deixando as palavras saírem.

— O quarto é muito bonito.

Mamãe sorri, pegando minha mão entre as suas.

— Fico feliz, querida.

Sorrio de volta, fraco, enquanto me preparo para falar mais uma frase.

— Quero ir ver a floresta.

O sorriso cai e mamãe franze as sobrancelhas.

— É perigoso. Melhor não.

Molho meus lábios outra vez, entendendo as palavras que ela não falou. É perigoso demais para uma pessoa que não escuta. Assinto, tirando minha mão da garganta. Chega de falar por hoje.

Tiro minha mão das dela, e falo por sinais que quero ficar sozinha. Mamãe assente, franzindo os lábios e diz para eu manter meu celular comigo, caso ela queira que eu desça.

Só concordo, e me encolho na cama, deitando de lado.

No canto do quarto, estava meu violoncelo. Fechei os olhos, ignorando o instrumento como eu vinha fazendo nos últimos três anos.

Como eu poderia fazer música, sendo que não a ouço?



╰►n o t a s !

olá minha gente! finalmente primeiro de março chegou, e com ele Eutony faz sua entrada triunfal! espero que vocês gostem da Sarah tanto quanto gostam da Ada! beijinhos e até o próximo capítulo, dia 8! 💜

𝐄𝐔𝐓𝐎𝐍𝐘, 𝑡𝑤𝑖𝑙𝑖𝑔𝘩𝑡Onde histórias criam vida. Descubra agora