( 16. reencontro )
▍NARRADOR ▍
— Levanta daí, bundão. Vamos, Sarah não pode sair da casa dela, mas mandou que te levássemos lá. — Jared Cameron fala, chutando os pés da cama onde Paul Lahote estava esparramado. — Vamos, cara. Você está uma merda, precisa dela.
O companheiro de matilha olhou com pena para Paul, deitado ali, pálido e com febres. Quando a mente de Paul se conectou com as dos outros lobos, todos foram até ele ao perceberem o quanto estava doente e impossibilitado. Mal aguentando ficar de pé, Paul se destransformou no meio da floresta e caiu no chão, desmaiado.
A única coisa que Paul respondeu para Jared foram resmungos incoerentes. Cameron então suspirou, dando de ombros e afastou as cobertas de Paul, puxando-o pelo pé e o jogou nas suas costas. Ele não ia conseguir ir andando sozinho, de qualquer jeito. Desceu as escadas da casa de Sam e encontrou com Jacob e Bella, a caminhonete laranja já estava pronta para receber Paul. Jared colocou o amigo com cuidado na parte de trás da caminhonete, cobrindo com algumas cobertas.
— Ok, de quem foi esse plano burro? — Jared se vira para Bella e Jacob. — O cara está mal, não é certo ele ter que ficar indo para lá e para cá.
— Foi a Sarah quem deu a ideia. — Bella diz, entrando no carro. — Ela também não está muito legal, e os pais dela são superprotetores, não iam deixar ela sair.
— Se a montanha não vai a Maomé, vai Maomé à montanha. — Jacob murmurou, assumindo seu lugar ao lado da motorista. Jared subiu na capota, amparando Paul pelo caminho.
O caminho foi feito de forma rápida. Paul parecia não ter sinais de melhora, e entre murmúrios e gemidos de dor, o nome de Sarah se repetia diversas vezes. A casa de Sarah ficava próxima da floresta, numa zona mais afastada da cidade e quando enfim chegaram no grande portão da propriedade, Jared não pôde segurar um assobio de admiração.
Depois de dar os nomes para o porteiro, a entrada foi liberada. Bella continuou o caminho até chegarem em frente ao casarão, onde uma Sarah ansiosa e pálida esperava, aflita.
▍SARAH WINSTON ▍
Espremo uma mão na outra, vendo o carro laranja se aproximar e estacionar em frente a casa. Nem espero que Jared desça da parte de trás da caminhonete, e corro até lá ficando na ponta dos pés para ver Paul deitado entre cobertores como um moribundo.
— Me ajude, por favor, quero subir aí. — Peço para Jared, olhando para o rosto dele e ele assente, pegando minha mão e puxando para cima. — Obrigada.
Me ajoelho perto de Paul, pegando sua mão na minha e sentindo a temperatura anormalmente alta. Seguro seu rosto, me curvando sobre ele.
— Paul, estou aqui. Olhe para mim, Paul. — Falo, não me importando com a altura do meu tom de voz. Foco meus olhos em sua boca, que se mexe em palavras desconexas e coloco minhas mãos na garganta dele, querendo sentir ele. — Paul, sou eu, Sarah, olhe para mim.
— Sarah... — Seus lábios finalmente formam uma palavra que eu consigo entender e assinto, procurando seus olhos.
— Sim, sou eu. Sarah. Olhe para mim. — Com dificuldade ele me obedece, os olhos tremulando antes de abrirem. As orbes escuras me encaram como se ele estivesse preso no deserto há anos, e eu fosse um oásis cheio de água potável. — Eu estou aqui. Não vou fugir mais.
— Isso é bom. — Ele murmura, subindo suas mãos quentes para o meu rosto. — Não vou fugir mais, também.
Suspiro, sentindo seu toque, e fecho os olhos por alguns segundos.
— Isso é bom. — Sorrio, repetindo suas palavras. — Como você está se sentindo?
Paul respira fundo, como se falar ainda fosse difícil e sinto meus olhos marejarem. Tudo isso estava acontecendo porque a única coisa que conseguimos fazer é fugir.
— Como se alguém tivesse me dado uma surra.
Faço cara de brava, dando um tapa leve em seu peito descoberto.
— Pois merece! Três semanas desaparecido! Você quase me matou do coração!
▍PAUL LAHOTE ▍
Dou uma risada baixa com sua expressão nervosa e seguro sua mão junto ao meu peito, me sentindo no céu por finalmente ter ela por perto. Por ela ter voltado, por ter escolhido ficar comigo ao invés de nunca mais olhar na minha cara. Fecho meus olhos por um momento, sentindo meu corpo tremer com espasmos e me sinto a porra de um sortudo pela primeira vez na minha vida.
— O que está acontecendo aqui?! — Ouço uma voz masculina trovejar e abro os olhos, olhando na direção da porta. O homem parece estar bravo, ou muito confuso, e quando Sarah finalmente olha para ele, ele começa a fazer gestos em ASL.
Eu ainda estava aprendendo, e com a cabeça um pouco zonza, então não consigo entender o que ele fala. Olho confuso para Sarah, que o responde, fazendo careta. Vejo ela fazer o sinal de amigos, e franzo as sobrancelhas.
Quem era aquele cara?
— É o pai dela. — Jared murmura para mim, percebendo que estou confuso, e olho novamente para o homem, sentindo meus olhos arregalarem. O pai de Sarah, puta merda!
— Como é o seu nome, rapaz? — O homem olha sério para mim, cruzando os braços, e eu poderia ficar mais intimidado se ele não fosse pelo menos uns quinze centímetros mais baixo que eu e não tivesse tanta cara de riquinho.
Abro a boca para responder, mas Sarah me interrompe.
— Papai, por favor! — Sarah revira os olhos, contrariada, e olho para seu pai.
— Não podemos saber o nome desse seu amigo, filha? — Junto dele, uma mulher havia aparecido e Sarah era igualzinha à ela. Os mesmos cabelos loiros, olhos azuis e pele clara.
Droga. Conhecer a mãe e o pai dela desse jeito não estava nos meus planos. Puta que pariu, nada acontecia do jeito que eu queria. Me apoio na lateral da caminhonete, sentando e sentindo todos os meus músculos reclamarem, enquanto olho para o casal à minha frente.
— Meu nome é Paul Lahote, senhor e senhora Winston. — Digo, colocando a mão nas costas de Sarah e a olhando rapidamente, pedindo que me deixe falar.
— E por que veio escondido na caminhonete da Srta. Swan, Lahote?
— Querido, isso não é um interrogatório. — A mãe de Sarah revira os olhos, dando alguns passos para frente. — Eu sou Clarice, mãe de Sarah. É você o garoto que fez ela voltar a tocar? Se for, saiba que tem minha eterna gratidão.
E quando menos espero, Clarice Winston está na minha frente, pondo sua mão em cima da minha de forma maternal, os olhos azuis cintilando com uma emoção que eu não sabia identificar. Que merda estava acontecendo ali?
[ n o t a s ]
sei que acabei perdendo o prazo de sexta. foi mal! ia tentar postar ontem, mas acabou que tudo se enrolou e não tive como postar. então é isso. dois capítulos hoje.
o próximo vou postar mais tarde só. antes da meia noite, prometo!
enfim, até depois! beijinho.
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𝐄𝐔𝐓𝐎𝐍𝐘, 𝑡𝑤𝑖𝑙𝑖𝑔𝘩𝑡
Fanfiction༉‧₊˚✧ 𝐏𝐄𝐑𝐃𝐄𝐑 𝐀 𝐀𝐔𝐃𝐈𝐂̧𝐀̃𝐎 foi o pior baque na vida de Sarah Winston. Logo ela, apaixonada por música desde tenra infância, perdera o dom de ouvir após um acidente de carro. Fora uma fatalidade. Compadecidos pela dor da jovem musicist...