🎼 capítulo 19.

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( 19. problemático )

Bella subiu correndo a pequena escada e se jogou nos braços da garota pálida, que retribuiu ainda olhando para nós e, de certa forma, atônita. Bella parecia estar falando algo, os gestos eram expansivos e seu ombro se mexia.

Olho para Jacob que parece derrotado, os ombros caídos enquanto seu olhar parecia perdido na forma que Bella se sentia à vontade com a vampira a sua frente. Me sinto frustrada por não estar entendendo o teor da conversa, então dou um passo à frente.

— Bella? — Chamo, sentindo minha garganta vibrar com o som alto que sai por ela e ela se vira para mim, assustada, como se tivesse esquecido que estávamos aqui ainda. — Vamos? Para a reserva.

— Bella está segura comigo. — A garota diz, me olhando atentamente. — Não sou uma ameaça.

Abro e fecho minha mão, mordendo os lábios e olho para Jacob novamente, tentando saber a opinião dele. Mas ele só respira fundo, os ombros tremendo e entra na casa, esbarrando na vampira de propósito.

Bella vai atrás dele e me sinto de fora da discussão. Suspiro cansada, desistindo daquilo. Principalmente quando a vampira os segue. Seguro as chaves do carro na mão e dou as costas, Bella que se resolvesse com seu mundo sobrenatural. Dou partida no carro, seguindo a estrada para a reserva. Parte de mim queria voltar lá, preocupada por ter deixado Bella, minha amiga Bella, com uma vampira. Mas sei que Jacob iria protegê-la melhor do que eu poderia fazer.

E de qualquer forma, minha presença não era querida.

Quando estaciono em frente a única casa que me lembrava o caminho - a dos Black, já que fora onde tudo havia acontecido muitos dias atrás - pego o celular e digito uma mensagem rápida para Paul, pedindo que ele venha se encontrar comigo. Bato os dedos na parte de trás do aparelho, ansiosa, e os minutos se vão. A resposta de Paul não chega logo e começo a me sentir nervosa. Saio do aplicativo de mensagens e vou para o de chamada de vídeo, clicando no user paullahote01 e vendo meu rosto na câmera enquanto espero ele atender.

Demora muito, mas a chamada não completa. Suspiro com força, todo o meu ar saindo pela minha boca. Vejo uma movimentação pela janela da casa dos Black e vejo o homem de cadeira de rodas me observando pelo vidro. Talvez o pai de Jacob pudesse me mostrar o caminho para a casa de Paul. Saio do carro e vou até lá, vendo o rosto sumindo da janela e antes que eu possa bater na madeira da porta, ela se abre revelando o homem.

— Olá. — Mordo os lábios, nervosa, e dou um sorriso sem mostrar os dentes. — O senhor não me conhece, mas...

— É a namorada do Paul, não? — O homem sorri, e eu assinto meio incerta. Não havíamos rotulado toda a coisa. — Eu sou Billy Black. Precisa de alguma ajuda, menina?

Assinto novamente, levando as mãos para frente da minha barriga, brincando com meus dedos em um ato ansioso. Queria gesticular para dizer o que eu queria, mas Billy Black poderia não saber ASL e eu sairia como uma doida. Doida e surda.

— Gostaria de saber onde é a casa de Paul. Por favor. Ele não atende o telefone.

— Não é muito longe. Se você seguir reto e depois virar a primeira esquerda, logo verá a casa dos Lahote. É uma casa verde. — Assinto, acompanhando seus lábios e tentando ignorar suas mãos que gesticulavam o caminho. Se eu me concentrasse nas mãos, perderia sua explicação.

— Certo. Obrigada, Sr. Black.

Ele assente antes de fazer um gesto como quem diz que não era nada. Me despeço dele em voz baixa e sigo para o carro, repetindo as instruções de Billy Black para que eu não me perdesse. Dou partida, seguindo a rua e viro na primeira esquerda, observando ao longe o que há muito tempo devia ter sido uma casa verde, mas hoje parecia mais como um imóvel abandonado. A pintura estava gasta e descascada, assim como o quintal estava descuidado, com ervas daninhas por todos os cantos.

Franzo o cenho, vendo a situação que estava a casa de Paul, não conseguindo imaginá-lo morando naquele lugar. Estaciono o carro perto da entrada e desço, seguindo o caminho de pedras totalmente quebrado e cheio de mato alto. Quando estou na frente da porta, bato duas vezes.

Espero alguns minutos, mas não há nenhuma resposta. Insisto, batendo mais três vezes, segurando a força nos pulsos para não bater muito forte. Mas então a porta é aberta em um solavanco, me fazendo dar dois passos para trás.

— O que é? — O homem parece alterado, quando para cambaleante na porta.

Parece que estou olhando para uma versão acabada e mais velha de Paul. Os mesmos traços, a mesma expressão raivosa que vi no rosto enraivecido de Paul antes de se transformar para atacar Bella.

Abro e fecho a boca várias vezes, tentando juntar palavras. Mas então os olhos embriagados do homem caem em mim e sinto minha garganta secar.

— Você deve ser a puta do moleque. — Ele cospe, secamente. Consigo entender com muito custo, já que sua boca quase não se abria para falar e ele parecia bêbado demais para isso. Franzo as sobrancelhas diante de suas palavras e dou mais um passo para trás.

— Gostaria de saber se o Paul está, por favor. — Não sinto minha voz vibrar muito na garganta e percebo que falei baixo demais. Pigarreio, repetindo para que ele escutasse. — Paul está?

Suas sobrancelhas se erguem e ele dá um passo cambaleante na minha direção. Vejo uma garrafa de cerveja em suas mãos. Foi uma péssima ideia vir aqui.

— Ah, você é a namorada dele. — Mais um passo. Dou outro para trás, meu sapato raspando nas pedras do caminho. Sinto meu corpo se arrepiar com uma sensação ruim. — Para uma surda, você até que dá para o gasto.

— Pa... Paul está? — Gaguejo. — Se não, eu.. eu.. posso ir embora... — Sei que sussurro, as mãos levantadas para cima. Ele dá mais dois passos.

Ele parece falar algo, mas não consigo me focar em seus lábios. Nem quero. Continuo a andar para trás, mas então levo um susto ao meu corpo colidir em algo.

Olho para cima e vejo o maxilar travado de Paul. Seu corpo estremece, o peito vibrando nas minhas costas. E finalmente paro de tremer quando sinto suas mãos ao meu redor, segurando meus braços e olhando atentamente para Daniel Lahote.


[ n o t a s ]

bem, eu acho que quem é vivo sempre aparece né?

𝐄𝐔𝐓𝐎𝐍𝐘, 𝑡𝑤𝑖𝑙𝑖𝑔𝘩𝑡Onde histórias criam vida. Descubra agora