🎼 capítulo 11.

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( 11. quileutes )

Há uma frase de Arthur Conan Doyle que eu usava durante momentos da minha vida que foram de grande impacto e não pareciam de verdade. Quando você elimina o impossível, o que restar, não importa o quão improvável, deve ser a verdade. Essa frase dita pelo personagem britânico mundialmente conhecido, Sherlock Holmes, no conto A Liga dos Cabeça de Fogo, parecia ser a peça chave para me trazer de volta à superfície da vida real.

Eliminar o impossível e o que restar é a vida real. Eu usei poucas vezes aquela frase na minha vida – a última, e mais marcante, foi logo depois que acordei do acidente, onde o impossível foi descartado e o que sobrou foi a realidade. Eu estava surda, e não tinha muito o que fazer.

Funcionou naquela época. E eu não precisei me lembrar mais daquela frase, porque o que me restou foi a maçante realidade.

Mas, estar de cara com garotos se transformando em lobos parecia impossível e, mesmo inconscientemente, me peguei pensando novamente na fala de Sherlock Holmes.

Quando você elimina o impossível, o que restar, não importa o quão improvável, deve ser a verdade.

Eu não estava louca. Aquilo não era um fruto da minha mente, e Bella correndo na minha direção e me mandando correr foi o que eu precisava para descartar aquele impossível. Super-heróis mutados geneticamente? Mais ainda. Eram apenas um povo quileute, vivendo à beira da praia e da floresta. Mais um impossível sendo descartado.

E então, quando me vejo sem outras opções, o que me resta é a realidade. Meninos que se transformam em lobos enormes.

Paul que se transforma em um lobo enorme.

Paul.

Sinto meu peito doer, a respiração descompassada e vou para o chão quando Jacob, o amigo de Bella, se transforma em lobo logo acima de mim e parte para cima do lobo cinzento que, teoricamente, era Paul.

Deus.

— Você está bem? — Vejo os lábios de Bella se movimentarem para mim, quando se vira preocupada. Sua expressão provavelmente não é diferente da minha, incrédula e surpresa.

Nós duas estávamos vendo pessoas que achávamos conhecer, se transformando em um animal. Um animal no sentido literal da palavra.

Assinto, confirmando para Bella a mentira que tentava confirmar para mim mesma, e volto meu olhar para os lobos, vendo-os rolar para dentro da floresta em uma briga brutal e cheia de dentes e pelos.

Paul. Seguro a respiração, preocupada, e me sento no chão. A grama sujando minha calça com a umidade, mas não consigo me mexer. Mesmo que todo meu corpo pareça estar a ponto de surtar, mesmo que meu coração pareça que vai sair pela boca.

Sinto uma mão quente no meu braço e ergo os olhos, encontrando o cara com quem Bella gritava antes de tudo acontecer. O olhar preocupado, a expressão fechada.

Ele fala algo, mas não consigo compreender. Sua boca não se abre muito ao mexer, como se fosse difícil para ele não estar carrancudo.

Meus olhos se enchem de lágrimas. Pisco, tentando fazer com que elas não caiam, mas tudo parece demais. Paul era um lobo. Eu era uma maldita surda que não entende o que as pessoas falam. As coisas pareciam estar indo bem. Estavam indo bem.

Mas eu estava cansada de dizer desculpe, pode repetir? toda vez que alguém falava rápido demais ou não abria a boca o suficiente.

Respiro fundo, o ar limpo e gelado da floresta enchendo meus pulmões. Eu tinha que parar de me chatear por coisas que estão fora do meu alcance.

Ele parece perceber que não o entendi e respira fundo, erguendo os olhos para o céu e se virando, as veias de sua garganta saltadas enquanto sua boca se mexe e sei, por sua postura, que está dando ordens para os dois garotos que restaram ali.

Sinto uma mão gelada na minha e volto meu olhar na direção, focando em Bella. Seu olhar ainda estava assustado, mas surpreendentemente ela parecia estar... Aceitando toda aquela situação como se não fosse nada.

Como se ela visse garotos se transformarem em lobos de quase dois metros todos os dias. Lobos enormes e ferozes, que antes eram garotos. Paul. Merda, começo a sentir meu peito descompassado e a respiração se acelerar, pronta para um ataque de ansiedade.

— Bella? — Balbucio, e não sei se saiu alguma voz, minha garganta não fazendo vibração alguma. Olho para o homem à minha frente, os dois garotos perto dele e então para a floresta, logo voltando o olhar para a garota. — Bella, o que está acontecendo? Onde está o Paul?

Swan molha os lábios e olha rapidamente para frente, assentindo. Depois, seus olhos chocolate se focam em mim, a expressão tranquila que só alguém mentalmente instável conseguiria manter nessa situação.

Abro minha boca, pronta para perguntar novamente o que estava acontecendo ali, mas a mão de Bella aperta a minha, me calando.

— Sam disse para irmos com Jared e Embry. Ele vai nos explicar tudo.

Irmos? Irmos onde? Olho confusa para os brutamontes a minha frente, mas me deixo ser levada. Sam assente quando vê que vou sem alarde, e sai correndo para a floresta, na direção que Jacob e Paul foram há instantes atrás.

Sinto uma mão no meu braço, chamando minha atenção, e me volto para um dos garotos. Sua pele era quente como a de Paul, e, estranhamente, eles se pareciam. A mesma pele avermelhada, os mesmos cabelos escuros... Pareciam irmãos.

— Sim? — Sussurro, olhando-o de baixo, já que ele era mais alto que eu.

— Sarah, certo? — Ele diz devagar e eu assinto, mordendo meu lábio. — Eu sou o Embry. Vamos levar vocês até a casa da Emily, Paul falou dela para você?

Assinto. Paul tinha comentado sobre a noiva de Sam, sobre como ela era boa na cozinha e muito maternal. Olho para Bella, e depois volto meu olhar para Embry. Assinto outra vez, sem muita certeza do que estava fazendo.

O outro garoto conversa com Embry e ele concorda, mas não consigo ler o que seus lábios dizem, já que ele vira de costas para mim.

— Vocês estão de carro? — Embry pergunta, revezando o olhar entre Bella e eu. Assinto, levantando as chaves que estavam em minhas mãos. — Certo, vamos, de carro é mais rápido.

*×*

[ n o t a s ]

sim, eu sei. demorei e sinto muito!
tive um bloqueio criativo horrível, e foi difícil escrever. o capítulo ficou curto, não tão bom e a. horrível.
até o próximo, gente.

𝐄𝐔𝐓𝐎𝐍𝐘, 𝑡𝑤𝑖𝑙𝑖𝑔𝘩𝑡Onde histórias criam vida. Descubra agora