🎼 capítulo 20.

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( 20. paternidade )

PAUL LAHOTE

Ficar sem ver Sarah era um inferno.

Estava há uma semana sem poder ver ela, e apenas trocar mensagens durante o dia não era uma maneira muito produtiva de matar a saudade que eu estava dela. Mas hoje, porra, hoje estava conseguindo ser ainda pior. Respiro fundo, irritado, enquanto andava de um lado para o outro. Essa maldita ronda não acabava nunca, puta que pariu.

O sol já está quase se pondo, Paul. Logo você vai poder ver ela. Jared diz, calmo, porque ele era um maldito sortudo que conseguia ver seu imprinting todos os dias. Rosno, não querendo que ele me console, maldito idiota. Ele ri, sua risada ridícula ecoando na minha cabeça. Nunca pensei que Paul Lahote estaria assim por uma garota.

Vai se foder. Rosno, enfim sentando. Querendo ou não, ele estava certo. Observo o sol se pondo, uma alegria incomum tomando conta de mim. Iria sair dali e ir direto para casa. Tomar um banho, colocar alguma roupa que preste e me mandar para a casa de Sarah. O pensamento me acalma, imaginando sua voz doce e seu toque delicado e sinto o meu peito tremer. Depois do tempo que ficamos longe, a mínima distância era capaz de fazer todo o meu corpo entrar em alerta, temendo que nos separemos. Mas, agora, sei que as coisas estão mais ou menos resolvidas entre nós.

Quando, enfim, meu turno de ronda acaba, vou correndo para casa. O bom de quase todas as casas da reserva ficarem na borda da floresta, era que eu podia tomar atalhos no meio das árvores e ir correndo na forma de lobo. Diminuo a corrida quando sinto o aroma no ar. Era o cheiro de Sarah, tão sutil e mesmo assim, tão penetrante. Mas rosno quando sinto o fedor de Daniel ao redor de tudo. Não era para ele estar em casa agora, e muito menos Sarah estar aqui. Me destransformo, pegando a mochila que deixo entre os galhos de ima árvore nos fundos de casa e me visto correndo, ouvindo a voz embreagada do maldito.

O corpo pequeno e assustado de Sarah esbarra no meu, mas mal consigo olhá-la. O ódio que sinto por Daniel aumentou ainda mais e eu só queria matar ele. Como ousa mexer com a minha mulher?

— Dê mais um passo e eu acabo com a sua raça. — Rosno, baixo, sentindo meu corpo vibrar. Seguro os braços de Sarah, a protegendo, mas sei que não vou conseguir aguentar por tanto tempo, meus ombros tremendo involuntariamente.

Daniel olha para mim, bêbado demais para poder ver o perigo que o cerca. Rosno, quando tudo o que ele faz é cambalear no lugar, dar um gole na cerveja e me encarar, rindo.

— Você acha que me dá algum medo, moleque? — Sua voz me dá nos nervos. Ignoro ele, e viro Sarah para mim, consciente de que Daniel apenas continuava lá parado. — Ei, você não me ouviu?

Quando os olhos azuis de Sarah se encontram com os meus, começo a gesticular. Fica aqui. As sobrancelhas franzidas, e o corpo ainda tremendo assustada, ela me responde. O que você vai fazer? Aceno que não, não querendo dizer para ela o que eu iria fazer. Fica aqui. Por favor.

E sem esperar uma resposta, passo por ela, agarrando Daniel pelo colarinho, arrastando-o para dentro de casa. A garrafa que estava em sua mão cai no caminho de pedras, o barulho do vidro ecoando nos meus ouvidos.

Jogo Daniel no chão sujo, o ouvindo reclamar e me viro para a porta. Os olhos azuis de Sarah me encontram, gesticulo mais uma vez. Fica no carro. E fecho a porta.

— O que merda você pensa que tá fazendo, moleque? — Daniel berra, nervoso, e todo o meu corpo treme. O olho, o ódio fazendo meu lobo rosnar.

— Mexer comigo é uma coisa, seu filho da puta, mas mexer com a minha mulher... — Não consigo terminar de dizer, rosnando, e sem pensar dou um chute nele. — Intimidar uma garota é fácil, quero ver você me intimidar.

SARAH WINSTON

Encaro a porta, nervosa, querendo impedir Paul de fazer o que seus olhos prometiam. Tremo, lembrando do ódio em seu olhar. Busco meu celular, procurando pela bolsa que estava jogada no chão do carro. Procuro, correndo, o número de Sam. Durante o tempo que passou longe, mantive contato com Sam, já que ele queria ter certeza que a distância entre eu e Paul não me afetaria.

Abro o aplicativo de chamada de vídeo e ligo para Sam. Quando enfim seu rosto parece na tela, ele parece nervoso ao me ver.

— Acho que Paul vai matar o pai dele. — Consigo dizer, minha garganta vibrando mais que o normal e sei que acabo falando alto. — Daniel veio pra cima de mim. Paul chegou e arrastou ele para dentro. Me mandou ficar aqui fora.

"Já estou indo." É o que Sam diz, a boca cerrada em uma expressão nada boa e desliga a chamada. Não demora muito e Sam chega, com Jared e Embry ao seu lado. Com uma olhada rápida, eles checam se estou bem e já vão entrando para a casa de Paul. Mexo os dedos, nervosa, querendo ajudar de alguma maneira, mas sei que isso não me envolve e nem poderia. Em uma briga humana, eu já estava em desvantagem, agora uma briga com lobos... Não tinha como.

Quando Paul sai, suado e com as mãos sangrando, corro até ele.

— Você se machucou? Está bem?

Ele ri. Parece feliz, de uma forma que nunca tinha visto. O olho preocupada, não esperando aquela reação. Você está bem? Gesticulo, querendo ter certeza que ele não havia se machucado.

Paul acena que sim, ainda rindo.

— Porra, meu amor, acho que nunca estive tão bem. — Ele diz, um sorriso estranho em sua boa e, antes que eu conseguisse responder, surpresa com a forma amorosa que ele me chamou, seus lábios se encontram com o meu.

De olhos fechados, tudo o que eu conseguia fazer era sentir. Demoro um pouco pare retribuir, confusa, mas sinto sua insistência. Sua língua se entrelaça com a minha, suas mãos correndo para a minha cintura e coloco as minhas em seu pescoço, sentindo sua garganta vibrar com o que só podia ser um gemido.

Esqueço Daniel. Esqueço tudo. E me vejo sem ar, o corpo arrepiado e meu estômago dando voltas com uma sensação que nunca havia sentido antes.

Quando nossas bocas se separam, ele cola nossas testas e fico com os olhos fixos em seus lábios, que estavam inchados e vermelhos.

— Eu acabei de surrar o meu pai. — Paul diz, me apertando em seus braços. — Eu bati nele como ele me bateu minha vida toda e eu nunca tive coragem para revidar. Porra, eu acabei com ele. E tudo o que eu conseguia pensar era que ele tinha mexido com você. Tinha mexido com a mulher que eu amo.





[ n o t a s ]

ok. eu admito: sacanagem aparecer depois de + de um ano, com um capítulo pequeno desse. tanta coisa mudou na minha vida nesse um ano, e quem acompanha minhas outras fics sabe que eu não estou ausente somente com Eutony, e sim com todas.

no geral, me casei. voltei a estudar. tô trabalhando igual uma condenada e, pra fechar com chave de ouro, estou superando um luto difícil.

mas hoje consegui sentar e escrever algo. apaguei tudo o que já tinha escrito nesse capítulo e foquei somente na raiva. Paul sempre está com raiva, e há um motivo para isso. Quando se é criado com raiva, há como esperar outro sentimento senão esse?

espero que tenham gostado, de verdade.

e, no final, coloquei como música nesse capítulo uma melodia que se chama "Eutony" que é, justamente, o que o Paul sente quando está com a Sarah. Espero no fundo do meu coração, que não tenham desistido de mim, por que eu não desisti dessa história.

amo vcs. até breve!

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⏰ Última atualização: Sep 11 ⏰

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𝐄𝐔𝐓𝐎𝐍𝐘, 𝑡𝑤𝑖𝑙𝑖𝑔𝘩𝑡Onde histórias criam vida. Descubra agora