Cap. 35 - E quando perde a razão

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Música on "A lei do retorno" (Jorge Vercillo)

O que é a lei do retorno? A lei do retorno se mostra como a ideia de que cada ação que fazemos gera uma reviravolta a nós mesmos. Em suma, se acredita que existe um mecanismo compensatório para equilibrar nossas ações em sociedade e no universo. Se somos pessoas boas, teremos coisas boas, mas o contrário também é válido.

A força de vontade é a espada de todo ser humano, desde a "Excalibur" do rei Arthur, até o "Sabre de Luz" de Luke Skywalker, e quando ela é usada em defesa do bem comum, ela ganha as bênçãos do universo.

O Barão gritava palavras de ordem, que eram ignoradas pelos homens que o arrastava porta a fora, sob o olhar raivoso de Lex e vitorioso dos escravos que voltavam da lida.

O todo poderoso Barão de Luthero, estava provando de seu próprio veneno.

- PAREM O QUE ESTÃO FAZENDO! – Karla gritou enquanto pulava do cavalo, que ainda galopava.

- Não deem ouvidos, homens, levem o Barão para a carruagem da polícia! – Lex exalava fúria. Odiava ser contestado e lá estava o único ser estúpido o suficiente para o afrontar. – Saia da minha frente, Danvers, ou o levarei junto por desacato.

- Sob qual acusação estas a levar o Barão? - Karla não moveu um pé se querer, ao contrário, ajeitou mais a postura encarando de frente o homem da lei que a fuzilava com os olhos.

- Não que sejas de sua conta, mas estou a levar um traidor da coroa, e assassino. – Lex sussurrou entre dentes, fazendo Karla franzir o cenho.

- Não podes o levar sem provas. – O respondeu no mesmo tom.

- Creio que o corpo do delegado, seja prova o bastante. – Apontou para algo que estava sendo carregado em uma maca, envolto num lençol branco.

Karla estava pronta para contestar, quando um dos policiais saiu da casa com um embrulho negro nas mãos.

- Senhor, encontramos a roupa do justiceiro. Estava em um dos quartos da casa. – O sorriso que rasgou os lábios de Lex, causou arrepios em Karla.

- E veja só, Lorde Danvers, creio que não resta mais dúvidas, não achas? - O tom sarcástico do homem, foi seguido de uma risada triunfante.

- ALEXANDRE! ALEXANDRE! DIGA A ELES QUE NADA TENHO COM ISSO! AJUDE-ME! – O Barão suplicava enquanto lutava para se soltar.

Karla sabia que bastava um mover de mãos para que o grupo que a seguia, desse cabo dos policiais e libertasse o Barão, mas estava em uma batalha interna. O Barão estava sendo levado acusado por traição e assassinato, não seria ele realmente culpado? Não era ele um assassino de escravos, um traidor dos mandamentos de Deus?

Os olhos azuis encaravam o verde musgo do Barão enquanto caminhava até o homem que já estava dentro da carruagem.

- A mão do destino é a lança de São Jorge e o tempo é o seu cavalo branco. É ingênuo e tolo quem pensa que pode fugir do tempo ou da lei do retorno na mão do destino, já foi escrito está na cara de todos... – Karla sussurrava para que somente o Barão a ouvisse. - O que se planta aqui, se colhe aqui mesmo, leve o tempo que levar...

O Barão encarava "Alexandre" desacreditado. Havia ele julgado tão erroneamente o jovem que se mostrava tão adepto de sua forma de pensar? E foi ao ouvir a forma como o jovem a sua frente proferiu as últimas palavras, que o homem arregalou os olhos sussurrando incrédulo.

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