Há momentos em nossa existência, em que nos vemos diante da encruzilhada que nos direcionará para o caminho que percorremos até o fim de nossa jornada.
Andréa estava diante da igreja da província contemplando sua encruzilhada, seu dilema, seu tormento. Voltar para casa e desistir de tudo que estava sentindo, ou entrar e se entregar de corpo e alma as vontades que lhe dilaceravam. Ardia em desejos e luxúria, era assombrada em seus sonhos, pensamentos. Não tinha paz.
Por um momento, um breve momento, cogitou a hipótese de voltar, e deu um passo atrás.
"Não faça isso, Andréa. "
A voz em sua consciência a alertou.
"Vá buscar sua paz! "
Os sussurros de sua alma, se sobrepuseram aos seus medos e temores, e tomando de uma respiração profunda, ergueu a cabeça e caminhou pela estrada sem volta...
- Bom dia, Padre. – Sua voz saiu natural.
- Bom dia, senhorita Rojas. – Kalel ergueu seus olhos azuis do livro que estudava, para percorrer o corpo curve líneo de pé a sua frente, no meio de sua sala. Andréa seria sua perdição, ou salvação? - Em que posso lhe ser útil, filha?
- Ah, Padre, não me chames desta forma. Posso ser tudo, menos tua filha.
Confuso...
Kalel a olhou confuso, até que encontrou os olhos da mulher, que continham o brilho da lascívia em sua íris esverdeada, e respirou profundamente buscando por controlar seus pensamentos, que o atingiram com força. Não iria ceder, não poderia.
- Busco por alívio... para minha alma pecadora. – A mulher jogou, deixando no ar um convite subentendido.
- Se o que buscas é se confessar, pois bem. – Disse ao se levantar e buscar pela estola. – Não tenho nenhuma agendada, podemos conversar.
Malicia....
"Seria ele tão puro assim?"
Andréa riu de seu questionamento interno, já bolando seu plano maquiavélico, enquanto sentava no confessionário fazendo o sinal da cruz.
"Hoje, não me escapas... Padre..."
- Então, senhorita Rojas, a quanto tempo não te confessas?
- Não tenho nem noção disto. – Riu, ao paço que Kalel negou com a cabeça.
- E como tens se sentindo? Como está a sua fé?
- Como tenho me sentindo? Vejamos... – A mulher dizia abrindo a porta do seu lado do confessionário. – Quente...
Música on "I Put a Spell on You" (Iza)
Kalel enrugou a testa em confusão, ao ver a porta do seu lado ser aberta, e Andréa passar por ela, dando prosseguimento a suas insinuações, num tom de voz baixo, arrastado, saboreando as palavras, provocando os efeitos desejados naquele a ouvida.
- Minha fé, queres saber? Pois bem... – Passou a língua pelos lábios, os humedecendo, antes de continuar. - Eu coloquei um feitiço em ti...
Surpreso...
- Porque es meu...
Kalel sentiu a saliva descer com dificuldade, sentindo a aproximação da mulher que o devorava com os olhos, movendo os lábios enquanto falava de forma sensual e trancava a porta do confessionário.
- É melhor parar de fazer as coisas que faz, eu não estou mentindo. Não, eu não estou mentindo, saiba que não aguento mais! Tu, estas ao meu redor!
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Lies | Supercorp
أدب الهواةBrasil, 1886. Em meio ao progresso ferroviário, a pressão inglesa e aos movimentos abolicionistas, duas famílias firmam um acordo vantajoso para ambas. Helena (Lena) e Alexandre (Alex) iriam se casar. Envolto a trocas de cartas, tramas e complos, u...