Cap. 13 - Sinônimo de amor é amar

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"Com agulhas de prata de brilho tão fino, bordai as sedas do vosso destino. Bordai as tristezas de todos os dias, e repentinamente as alegrias. Que fiquem as sedas muito primorosas, mesmo com lágrimas presas nas rosas. Com agulhas de prata de brilho tão frio... ai, bordai as sedas, sem partir o fio!"

Karla terminou a leitura fechando o livro de poesias, assim como fechou os olhos, absorvendo a mensagem contida naquele traçar. As dores fazem parte da vida, tal qual as alegrias. Era isso. Era assim que bordava as sedas do seu destino, fazendo de cada momento de sofrimento, um degrau rumo ao amadurecimento.

- Karla? – A mulher voltou o rosto para a porta, para sorrir logo em seguida.

- Manuel, meu bom amigo! Não sabes o quanto me alegro em verte! – Karla dizia indo de encontro ao homem que abria os braços, recebendo a mulher em um abraço apertado.

- Jamais a deixaria passar por isso sozinha. – Deixou um beijo carinhoso na testa de Karla, desfazendo o abraço e afastando a loira para dar uma olhada no visual. – Vejo que estas vestida para molhar ceroulas! – O homem brincava fazendo a mulher lhe dar um tapinha no ombro enquanto ria.

- Manuel! Por Deus! Tens cada ideia! Mas... achas que Helena... vai... gostar?

- Se vais gostar? Se jogará em seus braços enlouquecida de paixão! – Debochou fazendo um biquinho de "beijo".

- Não sei porque ainda lhe pergunto as coisas. – Karla rolava os olhos fazendo uma careta.

- Estou pronta, podemos ir. – Nia parou no meio da sala passando as mãos pelo vestido, constrangida. Nunca havia usado algo tão sofisticado. Seu vestido, em tons diferentes de lilás, possuída detalhes em preto nas laterais e nas mangas, o decote quadrado dava uma bela visão de seu colo, que com o uso do espartilho, só o tornava ainda mais convidativo.

- Estas... belíssima! – Karla sorria largo para a amiga que corava em vergonha. – Porém, lhe falta algo.

Nia olhou para si, na busca do que faltava, quando sentiu uma correntinha delicada tocar lhe o pescoço.

- Agora estas perfeita, não achas, Manuel?

- De fato!

- Kah, não posso usar isto. – Nia olhava para o pingente do colar, reconhecendo o medalhão com o brasão da família. – Sua mãe lhe deu pouco antes de partir, Kah! Não posso. – Karla segurou sua mão, a impedindo de retirar a joia do pescoço.

- Tu, e Manuel, sempre foram a única família que tive próximo a mim, além de Alexandre, é claro. – Karla tinha nos lábios aquele sorriso terno e nos olhos a suavidade de quem dizia verdades. – Minha mãe o deu para mim, e agora, o dou para ti. É assim que são as joias de família. Elas ficam na família.

Nia piscou contendo a emoção e sorriu chorosa.

- Agora vamos, antes que eu desista destes malditos sapatos e vá descalça. – Disse desgostosa, fazendo os amigos rirem.

Karla trajava uma calça de linho preta, de corte reto e sofisticado, a casaca, da mesma cor, continha desenhos intrincados por toda sua extensão, dando luz a cada movimento que fazia. O colete, blusa e "gravata", terminavam seu visual soturno.

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