O Cravo e a Rosa

Amigos embriagados

Pov'Tiago

Aproveito que Pedro voltou para a empresa, não oficialmente mas estando aqui é o que basta para eu poder sair e dar uma visitinha para minha mãe.

Eu sou Tiago Olivares, trabalho na Convess, uma empresa que trabalha com cosméticos bem conhecida no Brasil, sou filho de mãe solteira, com uma bolsa de estudos entrei numa das melhores faculdades de São Paulo onde conheci meu amigo e colega de trabalho Pedro.

Agora sobre minha querida mãe, á dois anos ela teve seus primeiros sintomas de Alzheimer, e com o tempo se agravou ao ponto dela não se lembrar de mim, o que é realmente dificil de lidar, mas nada se compara ao que essa guerreira passou para me criar sozinha.

Graças a dona Joaquina, vó do Pedro, que minha mãe tem assistência médica de qualidade, além dela arcar com os gastos extras de equipamentos quebrados . Sei bem da má relação que ela e Pedro tem mas quando se trata da minha mãe não posso rejeitar uma ajuda sem pretensões maldosas.

Chego no hospital e ao entrar em seu quarto a vejo dormindo. Me aproximo e acaricio seus cabelos com certo cuidado para não acordá-la.

Saio do quarto encontrando a cuidadora particular dela.

_Boa tarde Senhor Tiago, digo Tiago _ Diz ela se corrigindo pois já havia dito antes que não precisava de tal formalidade.

_Boa tarde e como esta ela, causou algum problema, está se alimentando bem?

_Essa semana passou bem, sem danificar nada, e quanto a sua alimentação, tem dias que faz birra para comer mas não passa um dia sem se alimentar bem.

_E em relação a sua memória? Alguma mudança?

_Como sabe Tiago, essa doença infelizmente não tem cura mas o convívio com ela esta melhorando.

_Entendo. _Digo com uma dor no peito por esse fato de não ter cura, a antiga Marcia não vou tê-la mais, apenas seu corpo mas sem suas memórias e sua afeição comigo, lembrando que ela não se esqueceu de tudo, mas sua memória ta destorcida, mais apegada a sua juventude, que no caso eu nao estava presente. _Bom, qualquer novidade, problema é só me ligar, a qualquer hora_ Falo antes de sair dali.

Subo na minha moto, coloco o capacete e vou para o meu apartamento, chegando lá tomo um banho e escolho uma roupa para sair para noitada.

☆

Chego na boate e já se passava das nove da noite. Pago o valor de entrada e adentro quase esbarrando em uns homens que saem dela.

A música está alta, tão alta que dificilmente daria para ter uma conversa sem perder a voz com o tempo de tanto gritar. O cheiro de álcool, cigarro e perfume ocupa a entrada.

Vou para o balcão do barman e vejo uma mulher com uma roupa um tanto incomum para esse lugar, uma camiseta estampada estilo pijama e consigo ver um pouco de seu short curto, tinha cabelo preto longo e está deitada a cabeça em seu braço no balcão.

Me aproximo mais e vejo um copo de whisky acho eu, vazio. Ela esta de costas para mim até então, mas quando me sento ao seu lado ela levanta a cabeça e se vira.

Algo nela não me é estranho, já a vi antes mas não sei aonde.

Ela levanta meio desnorteada, sorri e vomita em mim, isso mesmo, o cheiro para ajudar me dá ânsia. Derrepente alguém puxa ela para trás.

_Julia pela amor, moço me desculpa por ela_ Diz uma mulher bonita de cabelo cacheado, vestida a caráter com um macacão curto de paetê e alça  preto.